‘Nas últimas semanas, personagens de programas de TV exibidos em horário nobre nos EUA foram além das piadas mais comuns sobre políticos de Washington para criticar abertamente o presidente George W. Bush.
No show ‘Whoopi’, da NBC, a dona de hotel personificada pela comediante Whoopi Goldberg reagiu ao ver Bush, interpretado por um sósia, surgir em seu estabelecimento pedindo para usar o banheiro. ‘Não acredito que ele fará no meu banheiro o que fez com a economia’, disse.
Um dos detetives de ‘Law & Order’ (lei e ordem), também da NBC, se referiu ao presidente como ‘o cara que mentiu para nós’.
Já no último programa da série ‘Curb Your Enthusiasm’ (modere seu entusiasmo), da HBO, o personagem principal, interpretado por Larry David, desistiu, na última hora, de uma excitante aventura extraconjugal ao descobrir que sua nova conquista exibia, em local de destaque em seu quarto, uma foto de Bush.
Executivos e produtores de TV dizem que esses são casos isolados, que refletem o debate político no país, mas que não há uma ‘agenda liberal’ (no sentido de mais à esquerda) deliberada na indústria de entretenimento.
Nem todos pensam assim. ‘Acho importante dizer às pessoas: ‘Esperem um minuto, esse homem está liderando nosso país como um americano ou como um cristão?’, afirma Goldberg, também produtora e roteirista de ‘Whoopi’.
Ao ser questionada se ficaria feliz caso o seu programa contribuísse para o fracasso da candidatura à reeleição de Bush em novembro, sua resposta é: ‘Gostaria que isso acontecesse’. Completa, no entanto, dizendo que toma cuidado para também apresentar outras visões sobre o presidente.
Essa onda de críticas na TV chama a atenção porque, após os atentados do 11 de Setembro, muitos nomes famosos reconhecidamente anti-republicanos de Hollywood apoiaram Bush. Mas esse tempo ficou para trás.
‘Por que seria antipatriótico fazer algo que é nosso direito inerente, justamente o de debater questões importantes?’, diz Tom Fontana, criador de ‘Oz’ e ‘Homicídio’. Ele acaba de produzir um programa, ainda não exibido, que relata duas experiências paralelas: uma mulher americana detida para interrogatório na China e um homem muçulmano preso sob suspeita de envolvimento com o terrorismo nos EUA.
A Guerra do Iraque -principalmente o fato de os EUA não terem encontrado armas de destruição em massa no país-, as dificuldades econômicas e as políticas social e de ambiente de Bush parecem ter estimulado setores mais liberais da indústria de entretenimento a agir.
‘Nunca vi a comunidade tão unida’, diz Laurie David, mulher do comediante Larry David, que lidera uma campanha contra a reeleição de Bush. ‘Não passa um dia sem que eu receba uns 12 telefonemas de pessoas perguntando: ‘O que posso fazer [para tirá-lo da Casa Branca]?’.
E isso, muitas vezes, se traduz em dinheiro. Artistas ou executivos de Hollywood estão entre os financiadores de comerciais de TV exibidos recentemente com críticas contundentes ao presidente e a seu governo.
O virtual candidato democrata John Kerry arrecadou US$ 2,5 milhões num evento para coleta de fundos em Beverly Hills recentemente.
Mathew Dowd, estrategista da campanha de Bush, disse que não tem planos para tentar combater esse tipo de críticas. ‘Temos consciência de que qualquer pequena informação transmitida pelos meios de comunicação tem algum efeito. Mas acho que não seja algo contra o qual temos de nos contrapor’, afirmou.’
Marcio Aith
‘Michael Moore volta maniqueísta e bajulador’, copyright Folha de S. Paulo, 10/04/04
‘Uma indústria floresce na esteira do ódio da ‘esquerda’ americana e da opinião pública internacional à George W. Bush.
Lucro fácil é obtido por quem zomba da mediocridade do presidente. Vale tudo, desde chavões previsíveis a depoimentos sobre o já lendário déficit de perspicácia do ex-governador do Texas.
O documentarista e escritor Michael Moore tornou-se ícone desse mercado ao protestar contra a invasão do Iraque durante cerimônia na qual recebeu o Oscar por ‘Tiros em Columbine’.
O documentário foi visto pelos brasileiros em 2003, assim como outra obra celebrada de Moore -o best-seller ‘Stupid White Men – Uma Nação de Idiotas’.
Moore volta ao Brasil em nova dose dupla, repleta de maniqueísmo, protecionismo e tentativas de bajular o público brasileiro.
No livro ‘Cara, Cadê o Meu País’, acusa o presidente americano de tirar proveito político do 11 de Setembro e dá lições aos democratas sobre como vencer a próxima disputa pela Casa Branca.
A edição brasileira traz um prefácio especial no qual Moore lamenta a ignorância dos americanos sobre o Brasil e descreve-nos como ‘o belo povo brasileiro’.
Já em’Roger e Eu’, documentário feito em 1989 e lançado agora no Brasil, tenta forçar o então presidente da General Motors, Roger Smith, a confrontar a ruína social em Flint (Michigan) causada pela decisão da empresa de levar para o México a fábrica na cidade.
As duas obras mostram a trajetória de um autor simplista e oportunista. A coerência exigiria de Moore, entre outras coisas, que pregasse, em seu prefácio brasileiro do livro, o fechamento dos quatro complexos industriais da GM no Brasil. Nada mais lógico, já que, em sua visão, latinos roubam empregos de americanos.
Mas Moore, como as corporações que ele critica, desenvolveu a capacidade de omitir dados inconvenientes. Um mínimo esforço faria com que registrasse que o Brasil é o segundo país em exportações de revólveres para os EUA. Entre outros episódios patrocinados pelo ‘belo povo brasileiro’, nossa indústria forneceu a arma usada em crimes raciais nos EUA e no assassinato, entre outros, do designer Gianni Versace.
Mas Moore prefere surfar na popularidade do antibushismo mundial, sob o pretexto de refletir sobre os EUA pós-11 de Setembro. Em meio à multiplicidade de dúvidas e de suspeitas advindas dos atentados, Moore destaca como escandalosa, em ‘Cara, Cadê o Meu País’, a autorização oficial para que membros da família Bin Laden saíssem dos EUA nos dias seguintes aos atentados.
Bush autorizou a saída com receio de que eles viessem a ser vítimas de represálias dos americanos, e de posse de dados segundo os quais esses familiares, ricos e americanizados, haviam rompido há anos sua relação com Osama.
Mas Moore, num acesso racista, diz que eles deveriam ter sido detidos. No livro, afirma também ser contra o consumo de drogas e o sexo antes dos 18 anos. Curiosamente, dá provas de ser mais parecido com Bush do que aparenta.
Cara, Cadê o Meu País Autor: Michael Moore Editora: Francis Quanto: R$ 34 (276 págs.)
Roger e Eu Direção: Michael Moore Produção: EUA, 1989 Quanto: R$ 38 (90 min.)’
ECOS DA GUERRA
‘Mídia dos EUA passa a exibir imagens fortes da guerra’, copyright Folha de S. Paulo / France Presse, 11/04/04
‘As imagens mostram um soldado ferido carregado numa maca e o cadáver de um marine num saco plástico. Desde o início da semana e da deterioração da situação no Iraque, os jornais americanos não vêm hesitando em mostrar a guerra sob um lado mais realista.
O aumento do número de mortos e acontecimentos específicos como o assassinato e a brutal mutilação de quatro civis americanos na cidade de Fallujah levaram a ser quebrado o tabu que impedia que se mostrassem as vítimas americanas nos meios de comunicação, segundo especialistas nesses meios.
Na sexta-feira, muitos jornais publicaram a foto de um grupo de marines rezando diante do cadáver de um membro de sua unidade que morreu dos ferimentos sofridos, num posto de primeiros socorros em Fallujah. O ‘USA Today’ publicou a foto de outro marine ferido segurando as mãos de seus companheiros, enquanto aguardava atendimento.
Desde a Guerra do Vietnã (1965-75), as autoridades americanas tentam controlar o uso de imagens dos conflitos pela grande imprensa. A partir da Guerra do Golfo, em 1991, foi proibido fotografar os ataúdes com os corpos de militares que chegavam aos Estados Unidos.
‘De fato, o movimento que está acontecendo é em direção a uma situação mais normal, com a publicação das fotos dos mortos. Afinal, o que se faz em uma guerra é matar’, disse Jim Naurekas, da organização de análise dos meios de comunicação Fairness and Accuracy in Reporting (justiça e acurácia no jornalismo).
Novas diretrizes
As diretrizes editoriais, afirmou, também mudaram repentinamente. ‘Ao longo da guerra, os órgãos de imprensa evitavam publicar imagens dos soldados americanos feridos ou mortos. Esse tem sido um dos maiores tabus do conflito’, disse Naurekas.
‘Existe a idéia de que publicar fotos de soldados feridos prejudicaria o apoio popular à guerra. Especialmente no auge dos combates do ano passado, havia a idéia de que qualquer coisa que pudesse reduzir o apoio público à guerra seria pouco patriótico.’ Para Naurekas, ‘existe bastante autocensura na mídia’.
Robert Thompson, diretor do Centro para o Estudo da Televisão Popular da Universidade Syracuse, em Nova York, acredita que os acontecimentos em campo no Iraque e as mudanças em Washington modificaram a cobertura da imprensa.
‘Os jornalistas americanos e os canais de televisão provavelmente estão um pouco menos arredios hoje quando se trata de reportar alguns assuntos em mais detalhe e mostrar mais fotografias do que antes, quando havia todo um clima de unidade nacional’, disse Thompson.
O assassinato dos quatro civis americanos em Fallujah há pouco mais de uma semana quase acabou com o tabu, segundo Thompson. Os cadáveres queimados de dois dos quatro civis foram mutilados e pendurados em uma ponte, e as imagens foram largamente difundidas nos EUA. ‘A mutilação dos cadáveres em Fallujah foi em grande medida responsável pela mudança, porque seria difícil contar a história sem as fotos’, disse Naurekas.
A rede CNN exibiu diversas vezes imagens de um soldado com a parte inferior de seu corpo banhada em sangue enquanto era retirado da batalha em um caminhão, e também as de outros marines feridos abandonando um tanque.
Importantes jornais americanos publicaram nesta semana a foto de um marine na cidade iraquiana de Ramadi carregando sobre o ombro o cadáver de um colega dentro de um saco plástico.
Também foram largamente difundidas uma foto de soldados chorando ao serem informados da morte de companheiros e a de um médico segurando a mão de um marine ferido dentro de um veículo militar, depois de uma emboscada.
‘Enxergar a realidade pode afetar as pessoas e a percepção que elas têm da guerra’, disse Naurekas. ‘É fato sabido que imagens têm impacto emocional maior do que palavras.’
Já Thompson acredita que o impacto das imagens seja significativo apenas se elas forem divulgadas por tempo prolongado. ‘Uma imagem qualquer não vai modificar a opinião pública de maneira significativa’, disse ele. ‘Mas, se tivermos mais algumas semanas como as recentes, e se todas essas imagens se juntarem, então uma mudança poderá realmente se produzir.’
O acadêmico lembrou que muitas imagens terríveis saíram da Guerra do Vietnã, mas que ‘foi só depois de estarmos lá por algum tempo, e de as imagens continuarem a chegar sem parar, que a opinião pública começou a mudar realmente’. Tradução de Clara Allain’
Antonio Brasil
‘Iraque: a guerra e o olhar brasileiro’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 12/04/04
‘A situação no Iraque piorou ainda mais esta semana. Os paralelos com os fantasmas do Vietnã e agora do Líbano se tornam inevitáveis. A luta se intensifica em diversas cidades e a cobertura internacional destaca as dificuldades dos militares americanos para manter o controle da situação e da mídia. Nos EUA, enquanto a guerra se intensifica, a imprensa americana começa a dar sinais de que a paciência, a autocensura e o patriotismo têm limites.
O senador democrata americano Ted Kennedy resolveu ir à luta e declarou que o Iraque está se tornando o ‘Vietnã do presidente Bush’. Por outro lado, pela primeira vez desde o início da guerra, os jornais americanos mostram corpos de militares mortos.
Nos últimos dias, fui surpreendido com imagens ainda mais dramáticas na televisão americana. Elas mostravam militares ensangüentados sendo retirados de seus tanques em meio a combates ferozes. As redes americanas estabelecem novos limites na cobertura do Iraque. Essas imagens trazem recordações da guerra do Vietnã e as notícias de seqüestro de estrangeiros também estabelecem paralelos inevitáveis com o conflito no Líbano.
O secretário de defesa dos EUA Donald Rumsfeld, um dos ‘falcões’ do governo Bush, reconhece que os americanos estão enfrentando um problema sério, mas contesta a ‘perda de controle’. No entanto, a mera discussão dessa ‘hipótese’ já faz enormes estragos no front interno. Rumsfeld ameaça retaliações e promete trazer ainda mais tropas para reverter a atual ofensiva dos guerrilheiros iraquianos. Mas as dúvidas transparecem nos altos escalões do governo Bush. O secretário de Estado americano, Colin Powell, admitiu que as forças americanas enfrentam um momento difícil nos combates com milícias sunitas e xiitas no Iraque. Powell confirmou que as rebeliões foram mais fortes do que o esperado.
Os aliados da coalizão também parecem cada vez mais intranqüilos. O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Jack Straw, reconheceu que o levante no Iraque representa a ameaça ‘mais séria’ que a coalizão já enfrentou desde a queda de Saddam Hussein.
Alguns desses ‘aliados’ terão que enfrentar eleições nos próximos meses e já demonstram uma certa insatisfação com os rumos da guerra no Iraque. O resultado das ultimas eleições na Espanha e a violência nas cidades iraquianas se tornaram um pesadelo, principalmente para os governos da Grã-bretanha, Austrália, Itália e, agora, até mesmo para o Japão. Todos negam, mas se arrependimento matasse… E pensar que um dos principais motivos para o atual levante no Iraque foi o fechamento de um pequeno jornal radical shiita em Bagdá.
A TV não perdoa
Esta situação adversa não poderia ter vindo em hora pior para o presidente Bush.
Ele enfrenta críticas pesadas no senado americano e o interrogatório da conselheira de Segurança Nacional Condoleeza Rice não parece ter ajudado muito. O depoimento da conselheira americana atraiu um grande interesse. As redes de TV americanas resolveram interromper a programação normal para transmitir ao vivo longos trechos do depoimento.
Apesar de apresentar argumentos fortes – Condoleeza foi muito bem ‘instruída’ pelos marqueteiros da Casa Branca – a verdade é que faltou ‘emoção’ na televisão. O público americano aguardava um pedido de desculpas, um reconhecimento dos erros na previsão dos atentados de 11 de setembro, similar ao depoimentos do ex-conselheiro anti-terrorista Richard Clark.
A televisão tem sua própria linguagem. Adora lágrimas e pedido de desculpas de preferência a cores e ao vivo. Condoleeza falou bem, defendeu o patrão, o presidente Bush, mas não convenceu. Alguns familiares das vítimas dos atentados que estavam presentes durante o depoimento deixaram claro que não ficaram satisfeitos. Eles certamente contavam com uma certa humildade, mas foram surpreendidos pelo orgulho e ‘arrogância’ típicos de uma intelectual americana que lutou muito para chegar ao topo. O problema é que a TV não perdoa celebridades orgulhosas e insensíveis. Condoleeza Rice é muito competente, tem título de doutora, fala diversas línguas, mas, certamente, ainda precisa aprender muito sobre televisão.
Jornalista seqüestrado
Mas o pior ainda estaria por acontecer. O que todo jornalista estrangeiro temia acabou finalmente acontecendo em um Iraque com cara de guerra do Vietnã com notícias do Líbano. A rede de TV árabe Al Jazeera exibiu um vídeo que mostrava os primeiros estrangeiros seqüestrados no Iraque pelas brigadas Mujahadin. Entre os prisioneiros, estava um jovem jornalista free-lancer japonês Soichiro Koriyama. Ele tem somente 18 anos.
A guerra do Iraque se torna uma guerra de imagens. Após o choque das imagens dos corpos de civis americanos sendo destroçados pelos habitantes de Faluja. Era possível ver o terror nos olhos de civis surpreendidos em meio a um jogo de interesses políticos, religiosos e militares. Eles gritavam, repetiam palavras de ordem, Alah é Grande, choravam e pediam por suas vidas. Não eram corpos destroçados. Esses ‘estrangeiros’ ainda estão vivos e aguardam decisões políticas para serem libertos ou serem queimados vivos, como prometem os guerrilheiros iraquianos. Essas cenas relembram o pior da guerra no Líbano, onde diversos jornalistas foram seqüestrados e mantidos em cativeiro durante anos. Mas ainda tem mais.
As novas imagens da guerra no Iraque apresentadas esta noite na TV americana incluíram uma gravação feita pela ABC Australiana que mostrava um americano, aparentemente civil, sendo seqüestrado pela guerrilha iraquiana. Vídeos transmitidos por redes de televisão também mostraram grupos iraquianos ameaçando matar pessoas que eles dizem manter reféns no país. Um deles, transmitido pela emissora de TV árabe via satélite Al Arabiya mostra um grupo de milicianos ameaçando matar 30 reféns.
Nos últimos dias, as agências internacionais confirmam que ao menos 14 estrangeiros – três japoneses, quatro italianos, dois americanos, dois palestinos, dois alemães e um canadense – desapareceram ou estão sendo mantidos reféns por rebeldes iraquianos.
O olhar brasileiro
A resistência as forcas da coalizão continua feroz em todo o Iraque e as agências internacionais anunciam que cerca de 46 americanos e 450 iraquianos morreram nos últimos sete dias. A situação é grave. A intensificação da violência no Iraque, o aumento das baixas americanas e as imagens na imprensa começam a se tornar um problema para a administração do presidente Bush. Ele pode estar perdendo não só o controle da situação no Iraque como o apoio irrestrito da mídia americana. Em uma guerra de poucos sucessos e muitas imagens negativas, o futuro da guerra no Iraque e das eleições americanas pode ainda ser decidida pelo poder da TV.
Enquanto isso no Brasil, uma pergunta continua no ar: quantos jornalistas brasileiros estão cobrindo os conflitos no Iraque para as empresas brasileiras? Alguns profissionais brasileiros buscam alternativas profissionais. Segundo matéria divulgada pela BBC Brasil, a fotógrafa brasileira Marina Passos, 27, está em Bagdá desde novembro do ano passado como editora de fotografia da agência de notícias France Presse (AFP). Para Marina, a crise no Iraque não parou de se acirrar e está no pior estágio desde que ela chegou. ‘Com tudo isso, estar aqui sempre foi o meu sonho. Eu queria ser jornalista, trabalhar fora. Mas nunca imaginei que fosse cobrir uma guerra.’
Em meio as eternas desculpas e crises, o jornalismo internacional brasileiro continua acomodado e seguro cobrindo o mundo de casa ou de Londres. Alguns jornalistas preferem culpar ou acusar as agências internacionais pela distorção e manipulação das notícias internacionais. O olhar brasileiro do noticiário internacional continua míope, quase cego, mas ainda é fundamental.’