CASO JOELMIR BETING
Carlos Brickmann (*)
A discussão sobre Joelmir Beting, afastado de O Globo e de O Estado de S.Paulo por ter feito um anúncio para o Bradesco, tem foco errado. Não vamos discutir normas de conduta dos jornais: cada veículo tem o direito de escolher o que publica. Mas discutir a honorabilidade de Joelmir Beting é absolutamente fora de propósito.
Joelmir sempre lidou com grandes empresários, é há décadas um colunista influente, sua opinião tem valor. Se quisesse ganhar dinheiro com seus contatos e sua influência, poderia aceitar plantações de notícias em suas colunas, e isso lhe renderia fortunas. Nunca o fez.
Ao concordar com o convite do Bradesco para trabalhar em publicidade, fez uma opção aberta: ao ler sua coluna, o cidadão sabe quais são suas fontes de renda, inclusive publicitárias, e tem como protestar se achar que a propaganda influencia a opinião de seu guru.
Joelmir tem um defeito, que influenciou toda a sua família: é palmeirense. E, como em tudo o que faz, sua opção palestrina é clara, iluminada por holofotes, quando ele (ou sua esposa Lucila, ou seu filho Mauro) se aventurou nos comentários de futebol. Em Joelmir não há nada enrustido: é tudo aparente. E, amigos, vamos entrar em foco: tem muito jornalista picareta na praça que precisa ser discutido. Vamos perder nosso tempo jogando lama num profissional reconhecidamente honrado?