Tuesday, 19 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Jornalismo de saturação

ENTREVISTA / LEÃO SERVA

Luiz Egypto

Jornalismo e desinformação, Leão Renato
Pinto Serva Neto,
Editora SENAC, 144 pp., São Paulo, 2001. R$ 15,00

Leão Serva (1959) pertence uma geração de jornalistas que gostava de estudar e iniciou a vida profissional literalmente no olho de um ciclone que varria a imprensa brasileira. Vivia-se então a transição final da impressão a quente para o fotolito, a adoção de práticas gerenciais na produção jornalística e a chegada dos primeiros computadores às redações. Internet era um sonho apenas possível.

Graduado em Jornalismo pela PUC de São Paulo, numa época de intensa efervescência acadêmica, Leão foi o primeiro aluno do curso a propor formalmente um trabalho de conclusão a ser avaliado em comum pelas disciplinas do último ano. Produziu uma pesquisa sobre a mídia radiofônica e, para escrever sobre rádio, começou a trabalhar no caderno "Ilustrada", da Folha de S.Paulo.

Na Folha ficou anos e fez de tudo um pouco: passou por todas as funções da Redação, foi correspondente em Londres, cobriu a guerra civil na ex-Iugoslávia e ocupou um heterodoxo cargo de diretor de marketing do jornal. Dirigiu o finado Notícias Populares e liderou redações no Jornal da Tarde, diário esportivo Lance! e revista Placar. Está no iG desde janeiro de 2000, onde é diretor de Jornalismo e editor do jornal Último Segundo <www.ultimosegundo.com.br>.

Leciona Ética no Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Antes, voltara à universidade para estudar "sem largar a rotina da profissão" e obrigou-se a "aprender uma técnica de investigação nova, um estilo de redação novo, a ler autores novos, explorar áreas de estudo desconhecidas", como fazem os jornalistas atilados. Conquistou o título de mestre no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP com a dissertação que deu origem ao livro Jornalismo e desinformação ? lançado em 14 de agosto, em São Paulo ?, no qual discorre sobre a saturação de informações na vida contemporânea, as mumunhas da edição jornalística e o "paroxismo da desinformação informada e da deformação". Seus outros livros são A Batalha de Sarajevo (Scritta, 1994) e Babel, a mídia antes do dilúvio e nos últimos tempos (Mandarim, 1997).

A seguir, sua entrevista ao Observatório da Imprensa.

O que espera que seu livro provoque?


Leão Serva
? Espero que seja lido e contribua para alterar o quadro que aponto. Acima de tudo, imagino que minha experiência híbrida entre academia e jornalismo profissional me permite dar contribuições para os dois lados.

Aprendemos a entender o jornalismo por intermédio da mídia impressa, numa prática ditada pela imprevisibilidade de notícia e pela previsibilidade dos prazos. A prática jornalística comprometida com a exatidão, fidedignidade, cultivo de fontes e do texto bem escrito é negligenciada na internet, no meio digital? Ou, num viés otimista, é agora a melhor oportunidade de veículos comprometidos com aquela prática imporem-se como padrão diferenciado na barafunda de informações disponíveis na rede, na TV e nas bancas?


L.S.
? Penso que a essência do jornalismo está acima das diferenças entre os meios que ele utiliza, está cima das especificidades das mensagens que cada meio traz em si, para citar a idéia do McLuhan. Acho que os tamanhos de texto (uma diferença grande entre a internet e os jornais impressos), a velocidade de atualização e outras características desse tipo são acidentais. Qualidade, bom texto (entendido não como beletrística, mas como eficiência na transmissão do que se tem a dizer), exatidão etc. são valores a ser perseguidos independentemente do meio. Agora, há duas características exploradas com sucesso em muitos sites de internet neste momento, que são a velocidade de atualização e a brevidade dos textos ? que têm a ver com a infra-estrutura da rede (baixo custo do "espaço" e baixa definição de tela, por exemplo). Isso faz com que o jornalismo online esteja mais vinculado à notícia do que à sua contextualização e ao seu aprofundamento. E assim deixa ao jornal impresso, neste momento (que pode durar pouco), o desafio e a chance de garantir um lugar só seu no mercado, no portfólio de meios.

A massificação é a principal geradora da desinformação? Por quê?


L.S.
? Não. Acho que é o sistema econômico da informação, que não atribui valor à compreensão do fato. Não é a massificação, necessariamente, pois os jornais já foram meios de massa buscando compreensão da notícia numa época em que eram menos noticiosos e mais profundos.

Você escreveu que "o jornalismo tal como o conhecemos hoje omite as circunstâncias determinantes dos fatos" (pág 135). Para que serve, então, o jornalismo?


L.S.
? Hoje, para ser lido. Comparo o jornalismo de hoje a uma expressão que Otavio Frias Filho usou certa feita, em um artigo sobre cigarro, no qual dizia que a função do cigarro, para o fumante, é só a de matar a vontade de fumar e ao mesmo tempo despertar a vontade de fumar outro cigarro. Ou seja, é algo em si, que deixa de ser um meio para ser um fim, que não leva a nada a não ser a si mesmo. É evidente que isso não é tudo, mas destaco esse aspecto do jornalismo para apontar com clareza a tendência.

A tecnologia digital acelerou processos e facilitou o trabalho jornalístico. No meio impresso, contudo, o tempo que ajudou a ganhar na operação não foi apropriado pelas redações ou pelos jornalistas, mas pela área industrial e bela distribuição. Qual o espaço para o jornalismo de interpretação (contextualizado e fundado em fatos) no ambiente digital, veloz e volátil? Ou o jornalismo de interpretação será privilégio da mídia impressa?


L.S.
? Não acho que será para sempre um privilégio da mídia impressa. Mas penso que, neste momento, esta a mídia é a mais própria ? o que tem a ver com a história, a tradição e também com a forma que o meio tem hoje: uma longa reportagem em jornal é mais fácil de ler do que a mesma quantidade de texto no computador). Mas acho que alguns sites já começam a ter uma informação diferenciada, mais aprofundada. Esboçam uma tendência que, acredito, vai se aprofundar no futuro próximo. Com relação a essa questão da apropriação do tempo ganho pelas novas tecnologias de produção, penso que o limite de tudo é a concorrência: o jornal Diário Popular atribuiu à Redação (ao leitor, por decorrência) o seu ganho de tempo, já no início dos anos 1990, quando decidiu jamais fechar o jornal antes do fim de um jogo de futebol. Isso ajudou seu crescimento de circulação. Depois, quando o diário Lance! adotou essa mesma conduta, em 1997, a concorrência desses veículos obrigou os jornais líderes em São Paulo e Rio a esperarem mais freqüentemente os resultados do futebol. É um pequeno exemplo que talvez possa ser copiado por outras empresas e áreas temáticas.

O trabalho de edição na mídia impressa buscava (busca) organizar para o leitor uma tradução possível do mundo num espaço de tempo dado. Isto implica adotar pressupostos editoriais definidos e assumidos, cuidar da qualidade do texto e da apresentação gráfica, e administrar talentos & temperamentos durante processo de produção. Num jornal digital como o Último Segundo, cuja periodicidade é nenhuma e os ciclos de produção estão permanentemente abertos, como adotar controles de qualidade semelhantes àqueles que o meio impresso, em tese, permite?


L.S.
? Como afirmei, não acho que a característica do meio imponha algo muito diferente no que diz respeito a qualidade de informação, transparência e ética. Os cuidados com a qualidade devem ser impostos da mesma forma. Até porque muitas vezes também os jornais em papel tendem a incorporar em suas edições notícias de última hora, apuradas em cima do fechamento. Assim, também os jornais têm constantemente prazo exíguo para apurar e checar informações.

A matéria jornalística só tem sentido quando as pessoas se apropriam dela, sobretudo quando a lêem. Vivemos os primórdios de jornalismo multimídia e já existe um universo em expansão de textos disponíveis para leitura. Em outras palavras: nunca se produziu tanto material de leitura (pode juntar aí a indústria editorial), mas o ser humano ainda lê na mesma cadência e capacidade de apreensão com que lia no século retrasado. A “desinformação” que você analisa pode ser atribuída à virtual impossibilidade de consumir a informação de que se dispõe no dia-a-dia?


L.S.
? Uma das causas da desinformação é a saturação, que é a conseqüência do aumento do número de meios e da prática predominantemente noticiosa de todos eles. A saturação faz exatamente com que o leitor/usuário receba uma carga de informação que é difícil de processar e entender. A internet é mais um elemento de um processo que já se apresenta nos meios tradicionais. Cito no livro o caso do New York Times e o tamanho de sua edição de domingo, que contém mais informações do que um homem da Idade Média conheceu em toda sua vida. Isso pode perfeitamente ser dito dos grandes jornais brasileiros, cada vez maiores.

Há dois tipos de jornal: o que chega à redação e o que sai. Você comandou redações e tinha alçada para decidir a “cara” do jornal do dia seguinte. Alguma vez optou por uma alternativa editorial premido pelas metas de desempenho comercial do veículo?


L.S.
? Se você se refere à estratégia comercial no sentido de privilegiar ou criticar um anunciante ou setor empresarial, não. Acho que a preocupação com o sucesso da edição (às vezes medido em prestígio, às vezes em circulação ou audiência) sempre esteve no meu horizonte, sim. Então, quando editando uma Primeira Página ou uma capa ? ou, mais recentemente, uma home page ?, sempre procuro calcular, entre as notícias importantes, qual poderá atingir maior impacto de prestígio, venda ou audiência. Mas acho que sempre tive muita preocupação com a história e com a credibilidade, com o resultado de longo prazo acima do resultado imediato ? o que é uma forma de superego ético, por assim dizer. Nem sempre acertei, mas acho que constantemente procuro editar para a história.

Você se refere com freqüência, ao longo do livro, à capacidade de surpreender como inerente ao trabalho de edição. Não terá sido a overdose de surpresas fabricadas pelos editores a responsável maior pela desinformação jornalística que você estuda?


L.S.
? Eu me refiro ao desejo de surpreender como uma vocação do jornalismo que, sistematizada pelo jornalismo contemporâneo, tem se tornado um fim em si e uma ameaça à qualidade da informação. O livro mostra que muitas vezes fatos que ainda estão em evolução (e portanto não poderiam desaparecer) saem do noticiário para voltar com estardalhaço e surpresa em seus desfechos, em tudo previsíveis. Eu estudei mais especificamente a invasão da embaixada do Japão, no Peru, e a invasão do Kuait pelo Iraque para mostrar como se dá essa imposição da surpresa.

Seu livro é resultado de uma dissertação de mestrado. O que a universidade tem a contribuir para o jornalismo no sentido de promover, nos públicos, uma melhor compreensão dos fatos; e na imprensa, uma informação jornalística melhor e mais bem apurada?


L.S.
? Posso falar por mim: foi importantíssimo o contato com o ambiente universitário, cerca de 15 anos depois de sair da faculdade. Difícil de retomar a rotina, ainda mais sem largar a rotina da profissão, mas foi muito prazeroso. Obriguei-me a aprender uma técnica de investigação nova, um estilo de redação novo, a ler autores novos, explorar áreas de estudo desconhecidas. Acima de tudo convivi com pessoas novas, que freqüentam um outro mundo. No passado acusávamos os cientistas de viverem em torres de cristal. No entanto, hoje, os jornalistas vivemos também em torres de cristal, encastelados em Redações. Para um jornalista, submeter-se ao escrutínio do estudo acadêmico pode ser muito proveitoso ? desde logo porque na universidade o jornalista não é ninguém; muito do que é valor para seu universo profissional não tem nenhum significado na área acadêmica, onde também circulam autores e sucessos de quem às vezes o profissional de mercado jamais ouviu falar.

Cito três mestres brasileiros:

  • O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter. [

    Cláudio Abramo
    ]
  • O jornalista é o mediador entre uma realidade velozmente mutante e a sociedade bombardeada por uma massa cada vez maior de informações fragmentadas. Mediar significa intermediar, fazer a interlocução, situar e contextualizar. [

    Alberto Dines
    ]
  • Jornalismo é oposição, o resto é secos e molhados. [

    Millôr Fernandes
    ]

Esses lhe parecem exemplos de "jornalismo romântico", na acepção adotada pelos críticos do rigor e do artesanato na atividade jornalística?


L.S.
? Acho que os três tocam em pontos nevrálgicos para a atividade jornalística ? era no passado e agora talvez seja ainda mais importante cutucá-los. Pois o jornalismo neste mundo contemporâneo pode muitas vezes ser praticado de forma maquinal e automática, sem inteligência (contradizendo Cláudio Abramo); o jornalismo de vocação meramente noticiosa, uma "metralhadora de signos", como chamei no livro, só fragmenta, não situa, não contextualiza (contradizendo Alberto Dines); e esse jornalismo que satura o leitor é consumido como os secos e molhados a que se refere Millôr Fernandes. Não acho que necessariamente as coisas pioram. Mas certamente muitos dos defeitos que esses três mestres enfrentaram se mantêm como ameaças; e os valores que professam devem ser defendidos.

 

Fernando Morais (*)

Jornalismo e desinformação, Leão Serva,

Editora SENAC, 144 pp., São Paulo, 2001.

Alguns anos atrás o jornalista Argemiro Ferreira dedicou-se, com paciência de mineiro, a um minucioso levantamento sobre o comportamento da imprensa. Durante meses, ele colecionou despachos das principais agências internacionais de notícias, dos quais extraía, e contabilizava à parte, o tratamento e o destaque dado à morte de seres humanos pelo mundo afora. Alguém poderia até dizer que era uma estatística meio macabra. Não foi movido por qualquer traço mórbido, porém, que Ferreira decidiu fazer o inventário: ele suspeitava que a imprensa estabelecia uma espécie de hierarquia social (ou econômica) para determinar o espaço dedicado aos mortos.

O resultado confirmou seus temores. Eu não saberia reproduzir com precisão números revelados pela pesquisa (já deve ter mais de vinte anos que li o trabalho), mas eles eram espantosos. Como na época Estados Unidos e Vietnã encontravam-se em plena guerra, este era o assunto dominante dos meios de comunicação e, claro, das agências. O primeiro resultado que saltou do levantamento mostrou que, para merecer o mesmo espaço dedicado pelas agências à morte de um oficial norte-americano no sudeste asiático, era preciso que morressem trinta oficiais norte-vietnamitas. Ou seja: para as grandes agências um americano valia o mesmo que trinta vietnamitas (ou seis alemães, ou cinco franceses, ou dois italianos). E o Vietnã, na verdade, só tinha esse privilégio porque estava em guerra com os Estados Unidos. As estatísticas mostravam que quanto mais "atrasado" o país, maior era a desproporção. Para receber o mesmo destaque dado à morte de um norte-americano qualquer, era preciso que morressem, de uma só vez, alguma coisa em torno de trezentos ugandenses.

Seria um exagero afirmar que as agências agiam assim apenas por estarem a serviço de interesses escusos ? ou, ainda, que tal preconceito fosse uma característica apenas dos jornalistas do chamado Primeiro Mundo. A verdade é que elas talvez refletissem com fidelidade a compreensão que a maioria dos leitores, em geral, tem a respeito de qualquer fato (ou pessoa, no caso) que esteja além de suas próprias fronteiras. No massacre de Eldorado de Carajás, por exemplo, o comportamento da mídia brasileira não seria muito diferente: foi preciso que trinta camponeses fossem fuzilados à queima-roupa para que a tragédia fundiária brasileira ganhasse as manchetes dos jornais e o horário nobre da televisão.

Agora nos chega às mãos uma robusta contribuição para atiçar ainda mais a discussão sobre o papel (des)informativo da imprensa. Com este saboroso Jornalismo e desinformação, o jornalista Leão Serva nos oferece um estudo mais sutil e mais denso, mas nem por isso menos grave, das transgressões que os meios de comunicação cometem cotidianamente. Tomando como case history a cobertura jornalística da guerra da ex-Iugoslávia (da qual o próprio autor participou), ele denuncia os equívocos que o jornalismo "comete há séculos e que continua cometendo nesta era de meios digitais". Pecados que correm o risco de se tornarem mortais, quando a desinformação deixa de ser um erro para se converter em uma estratégia comercial.

Jornalista experimentado (foi diretor de quatro jornais diários, de uma revista mensal e, agora, dirige um jornal virtual), Leão Serva corta na carne da própria profissão ? e opera sem anestesia. Ele mostra que a domesticação da massa de notícias produzida todos os dias nas redações (a ordenação e a hierarquização da matéria-prima informativa que o jargão jornalístico batizou de "edição") ao contrário de "organizar o caos", aumenta ainda mais, na cabeça do leitor, a confusão e a incompreensão dos fatos cobertos pela mídia. E alerta para o perigo de que esse comportamento, tornado sistêmico (e não eventual), produza o que o autor chama de desinformação funcional, "um fenômeno semelhante ao que acontece em casos de alfabetização ineficiente ? quando a pessoa que está sendo alfabetizada aprende apenas a juntar letras ou mesmo frases inteiras, mas não consegue apreender o significado do que lê".

A dimensão da gravidade da ferida apontada por Serva toma vulto diante dos números que ele mesmo nos oferece: cada uma das doze maiores agências mundiais de notícias envia todos os dias de 6 mil a 8 mil despachos; uma edição do jornal The New York Times contém mais informações do que tudo o que um homem médio do século XV apreendeu em toda sua vida; em um ano, um norte-americano médio terá lido 100 jornais e revistas, assistido a 2.463 horas de televisão e ouvido 730 horas de rádio. Aos que alimentam a esperança de que essa intoxicação de informações (que o autor chama de "saturação") tenha seus dias contados com o surgimento da Internet, Leão Serva acena com um horizonte igualmente assustador. "Em pouco tempo, a julgar pela evolução dos outros meios de comunicação, a atual interatividade da Internet poderá ser restrita ao uso do e-mail, a correspondência eletrônica, e não mais caracterizar o comportamento da rede até na distribuição de conteúdos, como sucede hoje", afirma, prevendo que a raiz do problema permanecerá: "Cada vez mais, grandes oligopólios procuram atribuir uma natureza broadcast à Internet, tornando o seu uso semelhante ao que caracteriza a televisão: ampla liberdade de escolha ? mas de canais cujo conteúdo está pronto e dado: ao receptor cabe apenas captar um deles".

Uma singular sinceridade percorre o livro de Leão Serva. Ao contrário de muitos profissionais da media-criticism, que relevam seus próprios erros para apontar os alheios, o autor reconhece que seu trabalho é também uma forma de fazer publicamente um mea-culpa. "Certamente cometi nesses anos todos", admite, "muitos dos pecados que aponto neste trabalho, se não todos".

Será uma pena se a leitura deste Jornalismo e desinformação se restringir apenas a jornalistas, comunicólogos e estudantes de comunicação. Este deveria ser um manual destinado sobretudo ao leitor, que teria, assim, a oportunidade de conhecer de perto os ínvios caminhos percorridos por uma notícia até que ela chegue a seus olhos e ouvidos.

(*) Jornalista e escritor

    
    
              

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