ITÁLIA
Profissionais da imprensa escrita da Itália fizeram greve no dia 10/6/03 para protestar contra a pressão que o primeiro-ministro Silvio Berlusconi estaria fazendo sobre os veículos de comunicação que o criticam. A decisão de parar veio depois que o editor do Corriere de la Sera, maior jornal italiano, teria sido forçado a pedir demissão por problemas com o governo.
Sob o comando de Ferrucio de Bortoli, o diário havia criticado a posição favorável de Berlusconi à invasão do Iraque e feito cobertura negativa de seu envolvimento num processo por corrupção, como explicam o britânico Guardian [11/6/03] e a Federação Internacional de Jornalistas [10/6/03].
Jornais que apóiam o primeiro-ministro, como Il Giornale e Il Foglio, controlados respectivamente por seu irmão e sua mulher, funcionaram normalmente. Jornalistas temem que ele esteja tentando expandir seu império midiático comprando ações do Corriere e levando vantagem na possível privatização da emissora estatal Radio Televisione Italiana, que passa por dificuldades.
Semanário fechado
O semanário Italia Weekly, único jornal do país com notícias gerais em inglês, deixará de ser publicado. Ele vinha como suplemento da International Herald Tribune às sextas-feiras, desde janeiro deste ano, quando deixou de ser diário. O motivo do fechamento é a falta de publicidade.
Nota da AP [9/6/03], informa que jornais em língua estrangeira têm enfrentado dificuldades em outros países, como a Alemanha, onde a versão inglesa da Frankfurter Allgemeine Zeitung também passou da periodicidade diária para a semanal. Italia Weekly era publicado conjuntamente pela Herald Tribune e pela italiana Rizzoli ? Corriere della Sera.