Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Juntos novamente

MONITOR DA IMPRENSA

CNBC E MICROSOFT

Depois do fracasso do portal da NBC ? o NBCi ?, a empresa decidiu mudar de estratégia. De acordo com o novo plano, divulgado na semana passada, a primeira medida a ser tomada será a união com a Microsoft, num acordo que juntará CNBC.com e MSNMoneyCentral na implementação de um novo site, que se chamará CNBCMoneyCentral, disse Kenneth Li [TheStandard.com, 23/4/01].

O NBCi foi extinto no mês passado, com perdas de US$ 85 milhões. De agora em diante, afirmaram executivos da empresa, quando o assunto for a web o serviço será partilhado com empresas de tecnologia. Ou seja, cada um cuidará do que realmente entende: a Microsoft entra com a parte técnica e a NBC, com conteúdo e marketing.

O acordo é quase uma nova versão de outro ratificado em 1996, quando as duas companhias se juntaram para formar o MSNBC, serviço online e a cabo que ficou em primeiro lugar no ranking dos sites de notícias durante todo o ano de 2000. Desta vez, a Microsoft cuidará dos custos de operação e ficará com a maior parte do faturamento, dividido com a NBC.

A intenção é criar um portal capaz de competir com a AOL Time Warner. Acredita-se que o empreendimento irá receber aproximadamente 15 milhões de visitantes por mês, com a ajuda dos 79 milhões que assistem ao canal a cabo da CNBC diariamente e dos 230 milhões de usuários mensais da MSN.


No (contra) fluxo do mercado

Enquanto a bolsa Nasdaq está em baixa de mais de 50% desde setembro do ano passado, a audiência da CNBC aumentou cerca de 30%, no mesmo período. No dia 19 de março, quando o índice Dow Jones atingiu seu nível mais baixo em dois anos, o canal a cabo teve recorde no número de telespectadores.

Quando se trata de noticiário financeiro, o alcance da CNBC parece não ter fim, disse Robert Strauss [Los Angeles Times, 24/4/01]. Pudera. A emissora se consagrou pelo acompanhamento do sobe e desce das ações numa época em que milhares de americanos estão preocupados com o futuro de seus investimentos na bolsa. No entanto, alguns críticos acusam a CNBC de divulgar de forma exagerada a volatilidade deste mercado, influenciando seu comportamento.

"Eles podem aterrorizar o grande público, que não entende metade do que falam", disse Fred Sherman, comentarista financeiro de uma rádio de Filadélfia. Durante o boom das ações, a emissora era extremamente positiva, e até acusada de favorecer empresas. Agora suas análises dizem o oposto. "Se eles não dramatizarem, não têm audiência", afirma Sherman.

A emissora acha graça da possibilidade de ter entusiasmado o mercado na alta dos anos 90 ou contribuído para sua queda atual. "Francamente, parte do que fizemos foi avisar quando o mercado estava em ascensão. Agora que ele está em queda, passamos a mensagem contrária, que você deve necessariamente vender (suas ações)", disse Bruno Cohen, vice-presidente de noticiários da CNBC. "Temos um longo caminho a percorrer, e uma audiência de telespectadores afluentes. Eles perceberiam se estivéssemos alterando as coisas", disse Cohen.



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NOVO OUVIDOR

Dan Fisher acaba de deixar suas férias de aposentado do MoneyCentral, da MSN, para tornar-se o primeiro ombudsman exclusivo de um site, informou a Editor & Publisher [26/4/01]. Sua coluna, chamada Taking Stock, aparecerá na seção de opinião do MSNBC.com, que terá a qualidade de suas matérias analisada semanalmente.

"Entrarei nessa como repórter", disse Fisher, que trabalhou como editor e repórter do Los Angeles Times por 27 anos. Para ele, a grande diferença entre o ombudsman da mídia tradicional e o online é que o primeiro representa uma comunidade, e "numa empresa de internet essa comunidade é global". E os assuntos abordados, diz, serão os mesmos dos jornais, na maioria, mas não descarta especificidades que podem surgir das notícias online. Para Michael Getler, ombudsman do Washington Post, uma delas seria a maior probabilidade de erro nos noticiários online, já que o tempo para revisão e edição na web é menor. Para Rich Jaroslovsky, presidente da Associação de Notícias Online e editor do site do The Wall Street Journal, um ombudsman é necessário em todo tipo de mídia.

Um dos primeiros questionamentos de Fisher em relação ao MSNBC.com foi a ausência de uma página de correções. Mostrou-se também atento à questão da credibilidade do site, por ser um portal de notícias que veicula informação de diversos parceiros. Além disso, criticou a prática de as matérias aparecerem creditadas à "equipe MSNBC". Os leitores têm o direito de saber mais, disse ele.

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