Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Keila Jimenez

TV / EUA

Debate sobre EUA une as dez maiores TVs do mundo”, copyright O Estado de S. Paulo, 16/6/03

“O que o mundo pensa dos Estados Unidos? Esse é o tema de um debate que será realizado pela rede britânica BBC amanhã, às 11h30 e reunirá dez das mais importantes emissoras de TV do mundo, entre elas, a Globo. O debate terá como base pesquisas de opinião pública encomendadas pela BBC em cada um dos países que participarão do programa: França, Israel, Rússia,Arábia, Brasil, Coréia do Sul, Austrália, Canadá, Indonésia e Inglaterra. Na pesquisa, quatro pontos fortes dos americanos foram avaliados: o poder militar, o poder econômico, influência cultural e poder político. Conduzido pelos âncoras ingleses Andrew Marr e Peter Snow, o debate contará com um âncora de cada emissora comentando os resultados da pesquisa em seu respectivo país. O representante brasileiro será Renato Machado, que estará no estúdios da Globo comentando a opinião do público brasileiro e respodendo as perguntas dos demais âncoras de outras emissoras. Machado foi escolhido por ter morado na Inglaterra e ter sido correspondente internacional por muitos anos.

Cada país terá um tempo mínimo de dois minutos para cada comentário?, explica a gerente de Novos Produtos do jornalismo da Globo, Teresa Cavalleiro. ?Nos pediram também para que fizéssemos entrevistas com brasileiros, famosos ou não, sobre o tema da pesquisa. Creio que vamos escolher algumas entrevistas para exibir no programa?, continua.

?Entre os nossos entrevistados estão o técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, e a escritora Ana Maria Machado.?

Nos estúdios da BBC, de onde o programa será ancorado, sete personalidades inglesas estarão comentando o debate, que terá 1h30 de duração.

Apesar de unir as dez redes de TV em tempo real, o programa será gravado e exibido somente à noite na Inglaterra. No Brasil o programa irá ao ar só pelo canal pago Globo News, no dia 28.”

 

SOFTWARE LIVRE

“Microsoft vai a Brasília para evitar o crescimento do software livre”, copyright O Estado de S. Paulo, 17/06/03

“A possibilidade de o governo federal dar preferência ao uso do software livre, como o Linux, preocupa a Microsoft. O assunto motivou a vinda do vice-presidente sênior de Estratégia da Microsoft, Craig Mundie, ao Brasil. Hoje e amanhã, ele terá reuniões com os ministros da Educação, Cristovam Buarque; do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan; das Comunicações, Miro Teixeira; e da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. No começo do ano, o executivo participou do encontro entre Bill Gates e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Davos, na Suíça.

Mundie foi cuidadoso ao tratar do tema. ?Pelo que leio nos jornais, tenho alguma preocupação?, disse ao Estado. Ontem, ele participou, em São Paulo, de evento organizado pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. Para o executivo, uma política pró-software livre iria contra os planos de tornar o País um grande exportador de software. ?No longo prazo, não haveria indústria local?, afirmou Mundie, referindo-se à possível criação de uma lei de preferência ao software livre nas compras do governo federal. O Rio Grande do Sul – sob o governo do atual ministro das Cidades, Olívio Dutra – aprovou uma lei desse tipo.

O software livre – como o Linux, concorrente do Windows – tem o código-fonte aberto. Ou seja, as pessoas podem ler os comandos que formam o programa e modificá-los. Além disso, não existe cobrança de licença: o software pode ser usado de graça.

Mundie não se opõe ao modelo de código aberto adotado por instituições como a Universidade da Califórnia em Berkeley, que admite a existência de um mercado de programas de computador, mas ao de software livre, criado por Richard Stallman, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), em que a licença é sempre grátis. ?À distância, não vejo a distinção ser feita?, explicou Mundie. ?O incentivo ao modelo universitário seria bom.?

Entre os principais defensores do software livre está o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Ele escolheu Sérgio Amadeu da Silveira para presidir o Instituto Nacional da Tecnologia da Informação (ITI). Silveira coordenou o governo eletrônico na prefeitura de São Paulo, com um programa de telecentros baseado em Linux, e acaba de lançar o livro Software Livre e Inclusão Digital (Editora Conrad).

Os maiores esforços da Microsoft em defesa de seu software junto devem vir na área da educação. Na quarta-feira, Cristovam Buarque deve anunciar um acordo com a empresa para levar o acesso à internet a escolas. ?Ao fim do dia, grande parte do problema da inclusão digital está em atender a crianças nas escolas pobres?, disse Mundie.

O Brasil ainda não aderiu ao programa da Microsoft para abrir o código-fonte do Windows para governos, anunciado no início do ano, como já fizeram países como a China e a Rússia. O vice-presidente da Microsoft explicou, porém, que o assunto não está na pauta das reuniões. Ele aproveitou a viagem para visitar no fim de semana seu irmão, o advogado Kevin Mundie, que mora há 30 anos no Brasil.”

 

GAYS VETAM TV

“Parada gay de SP veta cassetas e Rede TV!”, copyright Folha de S. Paulo, 17/06/03

“A Associação da Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) do Estado de São Paulo negou credenciais jornalísticas para o programa ?Casseta & Planeta – Urgente!?, da TV Globo, e para a Rede TV! cobrirem o evento que ocorre no próximo domingo na capital.

No caso dos cassetas, a entidade argumentou que não se trata de um programa jornalístico e que a parada gay é um evento político. Além disso, considera o humorístico da Globo homofóbico. O mesmo argumento foi usado contra a Rede TV!, que exibe ?pegadinhas? que ridicularizam gays.

Sem credenciais, o ?Casseta & Planeta? e a Rede TV! não terão acesso aos 15 trios elétricos que animarão a parada gay. Também não poderão entrevistar os organizadores do evento. No entanto, como se trata de um ato público, na avenida Paulista, rua da Consolação e praça da República, ninguém pode ser impedido de fazer cobertura do chão.

A Folha apurou que a associação sugeriu aos cassetas que participassem da parada em um trio elétrico próprio. Mas recuou após haver reação dos outros trios, que queriam ficar distantes do dos humoristas, para não expor seus convidados às câmeras do programa. A entidade nega.

Os cassetas afirmam que têm autorização para usar trio elétrico, mas que isso não será necessário e que, assim como a Rede TV!, irão participar do evento do chão.”