Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Keila Jimenez

REDE TV! & CNN

"RedeTV! fecha acordo com a CNN", copyright O Estado de S. Paulo, 30/09/01

"A cobertura de uma possível guerra garantida. É assim que o vice-presidente da RedeTV!, Marcelo Fragali, anuncia o fechamento do contrato com o canal americano de notícias CNN.

O negócio, acertado na semana passada, garante à RedeTV! três anos de acesso ao conteúdo jornalístico da CNN, pelos quais a emissora brasileira pagou cerca de US$ 500 mil.

?Em um momento de crise internacional como este, um contrato assim chega em boa hora?, diz Fragali. ?Sem contar que vamos estrear novos noticiários no ano que vem e esse material da CNN vai ser bem aproveitado.?

Vale lembrar que o mesmo conteúdo da CNN gerou uma certa saia justa entre Bandeirantes e Globo no início do ano.

Na época, a Band, que já pagava pelo conteúdo do canal há quatro anos, reclamou da recusa da CNN em fornecer material jornalístico para o novo canal de notícias dos Saad, o Band News. A alegação seria a pressão do canal concorrente Globo News, que diz possuir exclusividade no conteúdo da CNN no circuito brasileiro de TV paga.

Em resposta, a Band fechou uma aliança forte com agência de notícias Reuters e, por isso, diz ter desistido da CNN."

 

PORTO DOS MILAGRES

"Personagem ?do mal? inspirado em FH", copyright Jornal do Brasil, 25/09/01

"Qualquer semelhança pode não ser mera coincidência. Produzida com o objetivo de promover o fim da novela Porto dos Milagres, que termina na sexta-feira, a ?propaganda eleitoral? que está sendo exibida há uma semana na grade de programação da Rede Globo chama atenção pelas referências políticas que lembram o presidente Fernando Henrique Cardoso e seu antecessor Fernando Collor de Mello.

Candidato a governador da Bahia pelo fictício Partido da Vanguarda Democrática (PVD), Félix Guerrero, o vilão da trama vivido por Antonio Fagundes, faz sua campanha eleitoral mostra os cinco dedos da mão – símbolo de campanha de Fernando Henrique. O discurso de Félix Guerreiro usa ainda a saudação cunhada por Collor em 1989 -?Minha gente- e repete o apelo ?Não Me deixem só?, feito pelo ex-presidente aos eleitores. Mas a maneira de falar de FG, segundo um dos autores da novela Ricardo Linhares, está mais para FH. ?A eloqüência é do Collor, o populismo de Fernando Henrique. O Fagundes pegou bem a maneira de falar de FH?, acredita Linhares.

Linhares explica que o objetivo não era copiar um político em especial, mas todos. ?Usamos na novela o que nos mostram os jornais. Por isso, o personagem tem um pouco de Garotinho, quando usa a bíblia; e também de ACM , com o escândalo das conversas gravadas.?

Carapuça- No entanto, deputados do PSDB estão vestindo a carapuça e reclamam que o programa prejudica a imagem do governo. Enquanto Félix, que faz parte da situação, passa a imagem de uma pessoa inescrupulosa, Guma, o adversário de Félix, o mocinho da novela vivido por Marcos Palmeira, estaria associado ao PT. A começar pelo nome fictício da legenda: Partido das Causas Trabalhistas.

?Não há dúvida de que há uma indução para que o eleitor perceba que o Guma representa o que seria a oposição e o candidato a governador (Fagundes), o governo. Até com o mesmo impacto vocal do nome Guma parece com Lula. Isso vai para o inconsciente do eleitor e acaba sendo nocivo?, acusa o vice-líder do PSDB na Câmara, deputado Nárcio Rodrigues.

Ricardo Linhares reconhece a semelhança. ?O Guma pode ter uma semelhança com o PT. Mas não acredito que isso influencie?, diz ele, que jura que não ser petista. ?Não tenho um partido preferido. Nem sei se o PT seria a solução para o país?.

Outro deputado tucano, o maranhense Sebastião Madeira, engrossa o coro dos descontentes. ?O horário eleitoral passa uma mensagem subliminar. O lado do governo é o corrupto?, diz Madeira, que não assiste a novela e só anteontem viu o spot com o programa eleitoral simulado. ?Repare, até o nome do partido, PCT, lembra o PT. Então, a Globo quer que o Lula seja presidente??, pergunta.

Diretor da Central Globo de Comunicação e um dos idealizadores da campanha fictícia, Luís Erlanger disse que a idéia da emissora foi chamar atenção para o fim da trama. ?Esse tipo de ligação (associar as chamadas com as eleições de 2002) só quem fez, pelo visto foi o JB. Até porque, espontaneamente, ninguém se expôs descontentado?, disse ele.

Psicanalista vê prejuízo

O psicanalista Joel Birman acredita que o público pode fazer uma relação entre Félix Guerrero com o presidente Fernando Henrique. ?Usar o símbolo de campanha de Fernando Henrique (os cinco dedos de uma mão) de uma certa maneira passa a mensagem ao público de que sua imagem está sendo projetado sobre os escândalos políticos?, diz o psicanalista. Mas o presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, não acredita que uma ilação desse tipo possa durar até as eleições de 2002. ?As eleições estão distantes?, diz ele.

Birman, que também é professor na Uerj e na UFRJ, destaca a atitude de a emissora trazer à tona o debate. ?Suponho que a novela esteja dando corpo a este tipo de material por conta da opinião pública. É uma opção política da emissora, ao dar voz a insatisfação das pessoas, e por outro lado, uma estratégia de mercado televisivo, na medida que o público que assiste a novela se identifica ao ver suas opiniões materializadas no embate desses personagens?, conclui.

O diretor da novela, Marcos Paulo, minimiza a polêmica. ?Tudo não passa de uma sátira bem-humorada da política. A intenção era a de provocar um ruído como de fato aconteceu?, disse.

As alusões à política real não ficam restritas a campanha eleitoral. Chantageado, o presidente do PVD, senador Vitório Viana, interpretado por Lima Duarte, se afasta da presidência do partido para não ver descoberto a fraude no ?pererecário? da sua ex-mulher. Na vida real, foi descoberta uma fraude no ranário da mulher do senador Jader Barbalho."

 

TURMA DA MÓNICA

"Globo mantém ?Turma da Mônica? na geladeira", copyright Folha de S. Paulo, 29/09/01

"Previsto pela primeira vez para estrear em janeiro de 2000, o programa de bonecos ?Turma da Mônica? vai ficar mais seis meses ou um ano no ?freezer? da Globo.

A produção -que teve roteiros, bonecos e cenários sucessivamente reprovados por seu criador, Mauricio de Sousa- está parada e aguarda o novo projeto de programação infantil que Marlene Mattos apresenta à cúpula da Globo na próxima semana. ?A gente deu algumas escorregadas?, admite Mauricio de Sousa.

O programa estava sendo totalmente produzido pela Globo. Recentemente, Mauricio de Sousa propôs à Globo que ele mesmo assumisse todo o projeto. ?Não sei qual vai ser o resultado [dessa negociação?, mas o programa entra no ar no ano que vem de qualquer jeito?, diz Sousa.

Enquanto o programa de bonecos não sai, o cartunista trabalha numa série de 32 filmes de animação com 22 minutos cada. Segundo Sousa, o trabalho deve ficar pronto até o final deste ano.

A Globo tem prioridade na compra do material, mas ainda não manifestou interesse. Sousa, independentemente da Globo, aposta num cenário de abertura do mercado internacional para desenhos não-violentos."

    
    
                     
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