INTERNET
Dez grandes sítios de internet ? entre eles os do Washington Post, do The New York Times e da Dow Jones ? estão processando o sistema Gator, que abre janelas com anúncios (os chamados popups) quando o usuário da rede acessa determinada página, sem relação com o criador do conteúdo. "Ele é essencialmente um parasita que pega carona no árduo trabalho e nos investimento dos anunciantes e de outros proprietários de sítios", diz a queixa, que acusa o programa de violar direitos autorais e alterar a aparência das páginas sem autorização. Após receber críticas no ano passado, a empresa deixou de vender banners que eram simplesmente sobrepostos aos originais de cada sítio.
O Gator, que comumente acompanha os populares softwares de intercâmbio de arquivos pela rede, originalmente se presta a preencher formulários de modo automático. Contudo, monitorando a navegação do usuário, ele abre janelas em páginas específicas, o que permite, por exemplo, que uma propaganda da Ford apareça quando se acessa o sítio da Toyota.
O presidente do Gator, Jeff McFadden, discorda: "A acusação reclama que é ilegal exibir janelas quando o consumidor navega pela rede. Isso vai contra a natureza do Windows e é ridículo. Significaria que programas como AOL Instant Messenger, Yahoo Messenger, Microsoft Outlook e dúzias de outros são ilegais".
A decisão de entrar na Justiça, como reporta o CNet.com [28/6/02], aconteceu depois que foi publicado, em abril, material promocional vendendo anúncios vinculados a sítios específicos, entre eles o do New York Times. Mais que isso, "o Gator diz a potenciais anunciantes que é mais efetivo anunciar com ele, comprando um certo endereço-alvo, do que negociando com o próprio dono do sítio", consta no documento de acusação.
VIDEOGAME
A organização Parents Television Council (conselho de televisão dos pais) de Los Angeles (EUA) pesquisou que, num intervalo de horário nobre da TV americana, 30% dos anúncios de videogames eram de jogos para público adulto ? os chamados "jogos maduros", ou M-rated, classificados para maiores de 17 anos. Destacou ainda que, em geral, eram de violência. Em outros horários, a proporção cresceu para 40%.
As maiores redes de TV ? NBC, ABC e CBS ? não anunciaram este tipo de jogo entre as 20h e as 21h. O canal WB foi o que mais passou propaganda de M-rated e seu público-alvo é de adolescentes e jovens com 20 e poucos anos. As indústrias de brinquedos eletrônicos têm um acordo pelo qual não anunciam produtos "maduros" em programas que tenham mais de 35% da audiência abaixo da faixa de 17 anos.
Os dados do Council saíram no mesmo dia em que a Comissão Federal de Comércio (FTC, sigla em inglês) publicou relatório que fez para o Congresso, elogiando medidas de autorregulação da indústria de videogame e recomendando que outros setores tomassem atitudes semelhantes. Contudo, criticou que as empresas do ramo ainda permitam que publicidade de produtos M-rated chegue a uma "substancial audiência adolescente".
Como reporta Ben Berkowitz [Reuters, 28/6/02] a Associação de Software Digital Interativo preparou comunicado em resposta: "Seguimos discordando da visão da agência de que é impróprio anunciar jogos M-rated em programas ou revistas mesmo que a maioria de seus espectadores ou leitores seja maior de 17 anos. Aceitar esse ponto de vista impraticável virtualmente acabaria com veículos publicitários críticos para nossa indústria e nos impediria de chegar a grande número de adultos".