Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Leila Reis

SBT

“Hábito do público muda e SBT não vê”, copyright O Estado de S. Paulo, 25/01/04

“As coisas estão mudando na dinâmica da TV. A baixa temporada – que na TV vai do Natal até abril – sempre foi contemplada com reprises, reprises, reprises. As emissoras partiam do princípio de que nas férias o brasileiro não vê TV. Para não desperdiçar cartuchos, era o melhor momento para conceder férias aos artistas e guardar estréias e programas inéditos para quando o quórum aumentasse.

Essa tese – a da debandada do público – vem da época (há 20 anos, talvez) em que o cidadão urbano deixava a cidade para internar-se no campo ou na praia, redutos desprovidos de aparelhos de TV. Hoje a situação é outra.

Como foi documentado pela campanha de fim de ano da Globo, há agricultor que tira leite da vaca com um olho no balde e outro na TV em cima do banquinho dentro do curral. Tem gente que viaja de ônibus, de trem, de barco sem desconectar-se da programação e por aí vai. Não surpreende essa devoção obstinada pelo veículo, afinal, a PNAD, Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar, do IBGE, aponta que há mais lares brasileiros com TV (96%) do que com geladeira (95%). Ou seja, ela é unanimidade nacional.

Pode ser que essa consciência (a de que em quase todo lugar do Brasil há um constante contingente de telespectadores militantes) tenha feito com que a Globo dispensasse Jô Soares do batente junto com sua reprise. E ocupasse o fim de noite com a inédita 24 Horas que, jogando a última pá de cal na lenda do absenteísmo nas férias, está indo muito bem de ibope.

Não é de hoje que a Globo detectou a mudança de hábito. Por dois anos seguidos, ela marcou estréias importantes em janeiro: A Casa das Sete Mulheres e agora Um Só Coração, ambas de Maria Adelaide Amaral e muito bem prestigiadas pelo público, com médias acima de 30 pontos no ibope (na Grande São Paulo).

O curioso é que a Globo, modelo em tudo para a concorrência, só é copiada no que satisfaz as conveniências. Quando a invenção acarreta em mais despesa ou não-economia, ela é solenemente ignorada. Fazer economia até que tudo bem, mas a displicência dos programadores do SBT está passando dos limites.

Parece que, se é para passar reprise, qualquer uma serve.

É por isso que dona Hebe surgiu no vídeo na noite de segunda fantasiada de noiva de festa junina, com o rosto cheio de pintinhas, dançando quadrilha. E o pior, as chamadas do programa anunciaram durante a semana o ?grande casamento? da caipira Hebe com o roceiro Christian, da dupla Christian e Ralph, como se fosse uma atração inédita. Será que não tinha ninguém com um pouco de bom senso na emissora para escolher – entre os quase 50 programas do ano – uma reprise menos datada?

Existe uma outra hipótese: curtição do programador. Talvez ele tenha querido brincar com o telespectador com uma alusão ao clima pouco convencional deste verão. Vai saber…”

“SBT anuncia pacote de filmes para 2004”, copyright Folha de S. Paulo, 24/01/04

“Detentora de contratos exclusivos com a Warner, Disney, Paramount e MGM, o SBT anunciou em evento para o mercado publicitário, na semana passada, os principais filmes que exibirá neste ano, a partir de março.

A lista, que tem pelo menos 32 títulos inéditos na TV aberta brasileira, é encabeçada pelos arrasa-quarteirões ?O Senhor dos Anéis -A Sociedade do Anel? e ?Harry Potter e a Pedra Filosofal?.

A surpresa, para os cinéfilos, são alguns filmes que destoam do ?padrão? SBT, tradicionalmente uma emissora que exibe produções de muito apelo comercial, mas de qualidade questionável. Estão no pacote de 2004 quatro longas-metragens de Stanley Kubrick: o recente ?De Olhos Bem Fechados? (com Tom Cruise e Nicole Kidman), o clássico ?Laranja Mecânica?, além de ?O Iluminado? e ?Nascido Para Matar?.

Entre os sucesso de bilheteria estão ?Onze Homens e um Segredo?, ?Lara Croft – Tomb Raider?, ?Pearl Harbor?, ?A Senha -Swordfish? e ?Prova de Vida?. Os infantis ?Jimmy Neutron – O Menino Gênio? e ?102 Dálmatas? também estão na relação.

Só com a Warner, o SBT vai gastar neste ano cerca de US$ 20 milhões por filmes e séries.

OUTRO CANAL

Encalhe Apesar da publicidade nos intervalos da Globo, era pequena a venda de ingressos para os shows que a emissora realiza hoje e amanhã no Ginásio do Ibirapuera, pelos 450 anos de São Paulo. Até quinta de manhã, só haviam sido vendidos 700 bilhetes para os espetáculos de amanhã.

Virada 1 Jorge Kajuru está dando trabalho para a Record. A edição do meio-dia do ?Esporte Total?, que apresenta na Band, virou o placar no Ibope sobre o ?Debate Bola?, de Milton Neves.

Virada 2 Do dia 12 (quando Kajuru voltou de férias) até quarta, a média no horário em que os dois programas se confrontam no ar era de 4,1 pontos para a Band e 3,3 pontos para a Record. Na Record, que liderou a disputa em 2003, ainda se discute o porquê da reviravolta.

Subida A novela ?Celebridade? marcou na última segunda-feira média de 50 pontos no Ibope, a mesma do capítulo de estréia.

Fosfosol Cirurgia plástica real em novelas, como ocorrerá em ?Metamorphoses? (Record), não é fato inédito. Segundo o pesquisador Mauro Alencar, o pioneirismo é de ?Bravo!? (Globo, 1975). Nela, a atriz Neuza Amaral passou por cirurgia de verdade.

Global Mel Lisboa, atriz lançada pela Globo na minissérie ?Presença de Anita? (2001), será protagonista de ?A Outra?, do SBT.

 

TV / CLASSIFICAÇÃO

“Governo vai mudar classificação da TV”, copyright Folha de S. Paulo, 26/01/04

“O Ministério da Justiça vai colocar em consulta pública até o final deste semestre um projeto de portaria que irá mudar as atuais regras de classificação da programação de televisão.

Uma das tendências é o governo criar duas novas faixas de classificação indicativa: de programas impróprios para menores de 10 anos e 8 anos, respectivamente inadequados para exibição antes das 19h e das 18h.

Atualmente, a programação é classificada como livre (até 20h) e imprópria para menores de 12 anos (inadequada antes das 20h), 14 anos (21h), 16 anos (22h) e 18 anos (23h, em caso de violência, e 0h, quando há sexo explícito).

Um teste da nova classificação de TV já está sendo feito com um pré-projeto de portaria para filmes em cinema, VHS e DVD. A proposta, que fica em consulta pública no site do Ministério da Justiça (www.mj.gov.br) até o dia 2, cria as faixas de 8 e 10 anos e possibilita que menores assistam a filmes classificados como impróprios para eles desde que estejam acompanhados dos pais.

Desde o final do ano passado, uma comissão de governistas estuda as legislações de diferentes países e vem esboçando o que poderá ser a nova política de classificação. Em abril, o ministério irá promover um seminário internacional para discutir o assunto.

A classificação não é impositiva, mas emissoras que não a cumprirem podem sofrer ações judiciais.

OUTRO CANAL

Onipresença 1 A Record vai ocupar cerca de 1.000 outdoors da Grande São Paulo durante pelo menos uma quinzena, a partir de 28 de fevereiro, para divulgar a programação que estréia em março.

Onipresença 2 A intenção inicial da Record era tomar quase todos os outdoors da região (são mais 6.300). Mas a maior parte deles já estava reservada por outros anunciantes.

Sarcófago O canal pago Multishow ficou em segundo lugar no Ibope da TV paga com a exibição de maratona, de sete horas, sobre os Bee Gees, no último dia 12. Foi visto por 451 mil telespectadores _120% a mais do que o normal. A banda, ícone dos anos 70, é a preferida do público do canal, aponta pesquisa.

Olho 1 Programas religiosos também podem ser inadequados para crianças. É o que concluiu o Ministério da Justiça, que, após monitorar a programação das TVs abertas, decidiu reclassificar, de livre para impróprio para menores de 12 anos (20h), o programa ?Nosso Tempo?, da Igreja Universal do Reino de Deus.

Olho 2 O programa, que já era exibido pela Record depois da 1h e pela Rede Mulher após as 21h, faz encenações de ?casos reais?, como prostitutas e maridos violentos que encontram a ?salvação? na igreja. A temática foi considerada imprópria para o horário livre.

 

TV GLOBO

“Globo faz teste para achar nova Glória Pires”, copyright Folha de S. Paulo, 25/01/04

“A protagonista da regravação de ?Cabocla?, que estréia em 3 de maio, será um rosto totalmente desconhecido. A Globo está fazendo testes para achar a atriz que interpretará Zuca, primeiro papel principal de Glória Pires, em 1979.

É a primeira vez desde ?Escrava Isaura? (1976), com Lucélia Santos, que a Globo aposta em uma ?anônima? como protagonista de novela _em minissérie é até comum. ?Na época [de ?Escrava Isaura?] isso causou sensação. Mas é bom porque traz fôlego e muita expectativa, principalmente porque o nome da novela é o da protagonista?, diz Mauro Alencar, autor do livro ?A Hollywood Brasileira?.

OUTRO CANAL

Bem, amigos Galvão Bueno só volta ao ar em março. O jornalista, que sofreu graves fraturas no braço esquerdo, ao cair de um cavalo no último dia 17, ficará nas próximas três semanas sob tratamento médico em um flat em SP.

Arigatô O ator japonês Yoshishige Kumamoto não fala uma palavra de português, mas desembarca hoje no Brasil, com visto para trabalho até julho. Ele será um mafioso que persegue a personagem de Luciene Adami em ?Metamorphoses?, novela que estréia na Record em março. Suas falas terão legendas.

Alta A apresentadora Eliana surpreendeu a Grendene. Sua sandália Eliana Butterfly vendeu 150 mil pares só em dezembro.”

“Irmãos Marinho são formalmente os donos da TV Globo”, copyright Tela Viva News, 21/01/04

“A TV Globo já tem oficializada a sua nova estrutura societária após a morte de Roberto Marinho. A Portaria 17 do Ministério das Comunicações, de 15 de janeiro, publicada nesta quarta, 21, no Diário Oficial, traz como presidente da TV Globo Rio, TV Globo São Paulo, TV Globo Belo Horizonte, TV Globo Recife e TV Globo Brasília Roberto Irineu Marinho, e como vice-presidentes os irmãos João Roberto Marinho e José Roberto Marinho. Cada um tem um terço das cotas, no total aproximado de R$ 62 milhões cada.

Há ainda a expectativa de que a TV Globo, em algum momento, passe as concessões de TV para alguma figura jurídica, aproveitando-se da possibilidade aberta pelas novas regras Constitucionais para grupos de comunicação. Essa nova estrutura facilitará, no futuro, o processo de administração e capitalização do grupo.”