Wednesday, 27 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Liana Amaral

E-BOOK

"Do pó à rede", copyright Gazeta Mercantil, 6/09/01

"Livros e internet. Quando a rede mundial de computadores passou a ganhar espaço e prestígio junto a uma representativa parcela da humanidade, os termos pareciam destinados a não compartilhar um mesmo universo. Um dos mais antigos meios de transmissão de cultura e experiências, velho de pelo menos cinco séculos, talvez não conseguisse enfrentar a rapidez e o glamour de máquinas compactas, capazes de carregar a informação através do espaço e do tempo ao suave toque de um teclado.

Como aconteceu com outros artifícios da era da comunicação, o tempo provou que a suposição era infundada. O livro pode, sim, sobreviver no mundo informatizado, e até utilizar este universo para sua propagação.

O que muitos não levaram em conta está num detalhe essencial. Livros e computadores operam a partir do mesmo tipo de apoio. Ou seja, o texto. Aquele milenar recurso que encadeia letras, sinais, conjuntos de frases e significados, ainda insubstituível no desenvolvimento de todas as civilizações. Na verdade, é a massa de texto, mais do que qualquer outro recurso, que compõe boa parte do conteúdo desses objetos de tantas finalidades.

O confronto livros x internet começou a perder seu caráter de embate com a informatização de outro antigo meio de contato entre humanos: o comércio. Em 1995, o surgimento da Amazon, primeira grande livraria virtual (e universal), cujo acesso é feito pelas telas dos computadores de todo o planeta, mostrou que a obsolescência do objeto livro não passava de uma falácia. Agregou novos consumidores – não necessariamente leitores, diga-se de passagem – , movimentou mercados e fez com que a indústria do livro renovasse seus conceitos. Os computadores, afinal, ainda não são levados para a cama, nem ajudam a diminuir a sensação de tempo perdido nos engarrafamentos freqüentes das grandes cidades.

Agora, chegou a vez de a última, e mais renitente, tribo de cultores dos volumes encadernados capitular aos avanços da pós-modernidade. Bibliófilos, alfarrabistas, sebistas, pesquisadores ou simplesmente leitores em busca do livro perdido, ou do preço mais em conta, passaram a anotar o sufixo ?ponto com? em suas agendas de endereços. Com especial vigor, a partir dos últimos dois anos multiplicam-se nas principais capitais brasileiras as lojas de livros usados – das chiques especializadas em raridades às empoeiradas e gostosamente desarrumadas – que utilizam os recursos da informática e marcam presença no espaço globalizante da ?web?. Para o público, elas continuam a ser conhecidas como sebos, embora haja quem despreze o termo que designa a atividade no Brasil desde o século XIX, mas com cada vez mais freqüência elas agora agregam o valor da contemporaneidade.

Não importa se instaladas em bancas nas calçadas de ruas de grande movimento ou em salões com sobrenomes sofisticados e estantes recheadas com encadernações em marroquim, todos trabalham com uma mercadoria que já foi classificada como o objeto da mais civilizada das paixões. No entanto, como argutamente observou um dos grandes conhecedores do livro no Brasil, Rubens Borba de Moraes, em ?O Bibliófilo Aprendiz?, um delicioso guia para quem pretende formar uma colecão de obras raras, ?livraria não é obra filantrópica. O livreiro é um comerciante, a livraria é sua casa de negócios?. Daí que, embora em atraso com relação a outros ramos, nenhum profissional deste início do século parece disposto a ignorar o poder de alcance dessa ferramenta que combina negócios e informação.

A tendência começou a se firmar com o movimento internacional do setor. A própria Amazon, líder mundial de vendas de livros via Internet, criou em seu site um espaço dedicado aos ?rare and used?. Atualmente são mais de 30 mil livros em oferta no catálogo online, formado por obras localizadas em diferentes lojas do ramo e atualizado diariamente, de ?pockets? de segunda mão a primeiras edições autografadas pelos autores. Outros valiosos instrumentos para quem procura oportunidades especiais, particularmente em língua inglesa, são o Bibliofind e o Advanced Book Exchange, sites que agrupam acervos de centenas de sebos canadenses, australianos, ingleses, sul-africanos e até brasileiros. Há também a versão européia do serviço, a Bibliorare, uma associacão para a pesquisa de livros e documentos preciosos que mantém o Portal do Livro Raro, divulgador em detalhes de ofertas e agenda de leilões das principais livrarias e antiquários da Europa.

No Brasil, uma simples brochura relacionando os sebos em âmbito nacional depende de esforços isolados. O bibliófilo e livreiro (sim, em alguns casos a combinação é possível) Jorge Brito, proprietário do Armazém do Livro Usado, em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília, é também o autor do ?Guia dos Sebos do Brasil?, única obra a tentar mapear esse tipo de estabelecimento em todo o país. Na terceira edição, publicada em 2000 e já esgotada, Brito relaciona cerca de 400 pontos do comércio de livros usados, classificados por regiões, Estados e cidades. Desse total, são 52 os estabelecimentos – entre eles o de Taguatinga – que contam com algum endereço na rede, seja de um site próprio, seja de um simples e-mail para contato. ?Também dediquei uma página à localização de sebos virtuais no Brasil e no exterior, e acredito que na próxima edição a lista vai aumentar consideravelmente?, afirma Brito.

A exemplo do que aconteceu nos Estados Unidos, uma das primeiras presenças de um sebo brasileiro, ou melhor, de um estabelecimento especializado em obras raras nas ondas da internet, foi hospedada pela primeira megalivraria virtual, igualmente verde e amarela. No site da loja Submarino, a Livraria e Antiquário Pedro Corrêa do Lago inaugurou em 1999 as páginas de seu site, que apresentam, além de livros, itens especiais como documentos, manuscritos, fotos e mapas originais. Os preços são salgados e tudo pode ser comprado com as facilidades do comércio eletrônico.

Sem poeira de dúvida, a presença e modernização dos sebos brasileiros concentra-se em cidades como São Paulo (o maior contingente, com mais de uma centena de lojas), Rio (tradicionalmente um dos melhores locais para compras), Belo Horizonte e Porto Alegre. Mas curiosamente Curitiba deu o passo mais ambicioso, ao mesmo tempo pioneiro, para os sebos dos novos tempos. A Livraria Osório, acervo de cerca de 50 mil livros de todos os gêneros, excluindo os didáticos do ensino fundamental, já recebia em outubro de 1996 consultas e pedidos via e-mail. Seu proprietário, o argentino Alejandro Rubio, vislumbrou o futuro que chegava com a informatização e tratou de equipar seu negócio com os recursos necessários. Depois do e-mail, passou a informatizar o acervo catalogando os livros num banco de dados, o que exigiu um esforço extra quando se considera o volume e a diversidade de itens na base do negócio. Hoje, todos os seus títulos formam um catálogo online, dividido em 64 assuntos e detalhado quanto às características das obras. O catálogo está disponível na home page da livraria, mas quem pereferir pode fazer sua busca consultando diretamente o site e recebendo uma resposta quase imediata do pessoal da loja.

?O movimento gerado pela Internet representa cerca de 60% do faturamento. Recebo cerca de 100 consultas diárias pelo computador e despacho de dez a 15 pacotes de livros diariamente para todo o Brasil?, registra Rubio, que ainda manda uma listagem com as novidades da loja a cada 15 dias para 1.200 clientes cadastrados. Tudo via computador.

A experiência curitibana, juntamente com a divulgação das facilidades do meio Internet, alertou o mercado dos sebos para uma nova possibilidade de enfrentar as crises que sempre rondam os negócios no país. Embora haja resistência num mercado que se caracteriza pelo tradicionalismo da operação e pelo contato pessoal do comprador e do objeto desejado, indícios dos ventos da modernização começam a arejar o comércio dos livros usados, sejam eles de nobre origem ou populares de segunda mão.

Para o professor-titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Rio de Janeiro e bibliófilo atuante Antônio Carlos Secchin, os donos de sebos ainda hesitam na informatização de suas atividades. ?Eles avaliam a relação investimento e retorno de maneira mais conservadora e, muitas vezes, por não conhecerem os recursos, têm dificuldades para lidar com o mundo dos computadores.? Secchin, que também é autor do ?Guia Comentado dos Sebos da Cidade do Rio de Janeiro? e do ?Guia dos Sebos da Cidade de São Paulo?, considera o recurso da comercialização pela Internet fabuloso, pois democratiza e facilita o acesso ao livro: ?A meu ver, trata-se de caminho inevitável para quem quer continuar no mercado.?

Nos últimos tempos, durante suas visitas às lojas do gênero, Secchin vem observando mudanças no conceito e na maneira de trabalho. A renovação acontece notadamente nas atividades dos jovens sebistas, interessados em atrair um público diferente com lojas mais organizadas, coloridas, com diversidade de produtos como quadrinhos, CDs e vídeos. São eles que também investem sem maiores temores na informatização e consideram natural a presença dos negócios na ?web?. Este é o caso da turma da Livreiros Associados, que já conta com duas lojas, uma no estilo mais tradicional, a Gracilianos do Ramo, e outra no conceito ?multisebo?, a Baratos da Ribeiro, ambas na zona sul carioca. Em setembro, eles inauguram uma terceira loja, no Paço Imperial, centro da cidade, dedicada a livros raros e antiguidades. A empresa já conta com página na Internet e está informatizando todo o seu acervo em ritmo acelerado. ?Outro projeto inédito no mercado é o de fornecermos a outros sebos um programa gratuito de banco de dados de modo que eles possam gerenciar seus acervos e, em troca, integrar seus itens ao catálogo online da Livreiros Associados?, conta Marcelo Lachter, um dos proprietários da empresa.

A exceção à regra pode ser encontrada em São Paulo. Há cinco anos, o jovem Pedro Lopes montou o Sebo 264, no mesmo número da rua 7 de Abril, no centro da cidade. Juntou um acervo de 180 mil volumes, especializando-se em obras esgotadas, títulos fora de catálogo, edições limitadas e especiais, além de livros sobre a geração beat e outros autores considerados ?cult?. ?Há algum tempo, de tanto os clientes ficarem perguntando, coloquei uma página na Internet com as informações básicas sobre a loja. Mas não lembro nem o endereço e também não soube de nenhum cliente que chegasse até aqui trazido pelo computador?, diz Lopes. Catálogo informatizado não faz parte dos planos do livreiro. ?As obras estão registradas na minha cabeça?, afirma. E completa: ?Nenhum meio de comunicação moderno vai tirar o glamour que os sebos reais oferecem ao cliente.?

Menos radicais, mais pragmáticos e sem temer a perda do charme ou dos clientes, alguns dos sebos mais tradicionais investem, com maior ou menor entusiasmo, na modernização de seus recursos. A Livraria Calil Antiquária, instalada num prédio no centro de São Paulo, é um dos redutos dos colecionadores de preciosidades e está no mercado há 50 anos. Famosa pelos volumes de Brasiliana, assim chamadas as coleções de livros antigos que têm como tema o Brasil, e por valiosas primeiras edições do mercado nacional e mesmo internacional, a livraria conta há mais de dois anos com site, e-mail e parte de seu catálogo disponível na Internet. ?Temos cerca de 1.500 obras, classificadas por assunto, com descrição detalhada do estado de conservação do volume e preço indicado?, conta a proprietária Maristela Calil. ?A internet aumentou meu cadastro de clientes e me ajuda nas vendas para todo o Brasil e exterior. Além disso, me vejo na obrigação de acompanhar os avanços do mundo.?

Posição semelhante tem uma das mais antigas livrarias do Brasil, a Kosmos do Rio de Janeiro, cujo departamento de livros raros funciona desde sua criação, em 1935. Conhecida como ponto de encontro de intelectuais e amantes dos livros, conta com acervo de 35 mil exemplares, com obras de uma grande variedade de assuntos, raridades (atualmente tem no catálogo uma Bíblia datada de 1522) e uma forte Brasiliana. Há dois anos mantém um endereço ?ponto com?. ?A presença na Internet traz um público novo, como o de professores e universitários em busca de obras desaparecidas, e provocou um aumento de 10 a 20% no volume das vendas?, conta Margarete Cardoso, uma das sócias e responsável pela área de livros raros da Kosmos. ?Não é o caso de termos todo o nosso catálogo informatizado. Fazemos uma seleção daquilo que julgamos mais atraente, com variedade de preços e assuntos, e uma detalhada descrição dos volumes, para colocar na rede.?

Outro grande sebista, Eurico Brandão, proprietário da Livraria Brandão cujo negócio nasceu em Recife, em 1953, e depois cresceu para Salvador e São Paulo, local de suas duas maiores lojas, não acha imprescindíveis os recursos da informática para a organização do acervo. Detalhe: segundo ele, os itens de suas lojas e cinco depósitos o tornam o maior sebo quantitativo do Brasil, com um total de dois milhões de volumes. ?O processo de informatização não seria rentável em nosso caso, devido ao giro acelerado do produto?, explica. Mas Brandão, como bom comerciante, não dispensa a presença no mundo virtual. ?Desde 1999, mantenho as páginas na Internet, com uma seleção de cerca de 20 mil livros, a maioria jurídicos. E ainda recebo por volta de 100 consultas por dia pelo correio eletrônico.?

O número de lojas de livros usados na rede não pára de crescer. Em Porto Alegre, a Martins Livreiro, o maior e mais tradicional sebo da capital gaúcha, acaba de lançar seus serviços online, com uma relação de 350 títulos. Em Belo Horizonte, a Livraria Alfarrábio, especializada em ciências humanas e literatura, tem todo o estoque informatizado e pode manter desde o ano passado seus clientes, principalmente do interior do Estado, em dia com as novidades usando o computador.

Mas o fenômeno dos sebos.com também faz surgir no Brasil um tipo de comércio adequado aos novos tempos e recursos tecnológicos. Sem lojas, prateleiras ou acervos empoeirados, os sebos virtuais apresentam seus produtos e serviços somente nas telas dos computadores. A recém-criada Belasletras.com é um exemplo. O site da livraria oferece muitos títulos ainda presentes nos catálogos das editoras, como esotéricos, auto-ajuda, romances e livros técnicos. O diferencial está no preço, em média 50% mais barato do que numa livraria tradicional. No site do Belasletras, além do espaco para venda e compra de livros, há notícias do mercado editorial, dicas de leitura, resenhas e promoções semanais. ?A intenção é manter alguma interatividade com o cliente, oferecendo mais do que a simples atividade comercial?, diz Luiz Alberto Santos, o idelizador do Belasletras.

De uma maneira geral, os custos com a informatização e com a manutenção dos sites não está entre as grandes reclamações dos livreiros. Nem a mecânica para a efetivação das compras, o que acontece por meio de uma reserva prévia do item, seguida pelo pagamento por meio de depósito bancário e posterior envio do livro. O que todos consideram um fator restritivo no âmbito do negócio é o preço do frete para a entrega da encomenda, especialmente no transporte para outras cidades.

Outros benefícios apontados pela comunidade dos sebistas no mundo virtual são a facilidade e rapidez com que conseguem atingir clientes, novos ou antigos, em boa parte do país e do mundo. Quanto ao prazer proporcionado pela garimpagem e inesperada descoberta realizada nas prateleiras dos sebos reais, as centenas de milhares de títulos listados nos catálogos online podem funcionar como sucedâneo. E ainda com vantagens para aqueles alérgicos à poeira das antiguidades e aos que não dispõem do tempo que gostariam para pesquisar ?in loco? e realizar a sempre prudente comparação entre preços e produtos.

Mas num ponto todos concordam, comerciantes, bibliófilos, pesquisadores ou amantes dos livros: a existência da rede mundial dos computadores jamais subsitituirá a materialidade do livro, o cheiro da história e o universo mágico de que são feitos os sebos reais.

Endereços na Internet: (Advanced Book Exchange – www.abebooks.com; Amazon – www.amazon.com; Armazém do Livro Usado – e-mail: jorgebrito@tba.com.br; Belasletras – www.belasletras.com; Bibliofind – www.bibliofind.com; Bibliorare – www.bibliorare.com; Kosmos – www.kosmos.com.br; Livraria Alfarrábio – www.alfarrábio.cjb.net; Livreiros Associados – www.livreirosassociados.com.br; Livraria Brandão – www.lbusedbookshop.com.br; Livraria Calil Antiquária – www.livrariacalil.com.br; Livraria Osório – www.livronet.com.br; Livraria Pedro Corrêa do Lago – www.submarino.com.br; Martins Livreiro – www.martinslivreiro.com.br

 

"Livros eletrônicos ainda não conquistaram os leitores", copyright O Estado de S. Paulo, 9/09/01

"Em agosto de 2000, executivos de grandes editoras e de empresas de comunicação norte-americanas convidaram os jornais para uma entrevista que cantou a vitória do livro eletrônico sobre o de papel. Em 2005, diziam, as obras digitais representariam 10% do mercado. Uma revolução como a do livro de bolso nos anos 60.

O otimismo acabou. No último agosto, não convocaram coletiva nenhuma, mas o clima do mercado pode ser resumido por meio de uma declaração do presidente da Associação Norte-Americana de Editores: ?Acho que, neste momento, todos apertaram o botão pausa para o assunto e-book.?

Na última Jornada de Literatura, em Passo Fundo (RS), uma mesa para discutir a formação do leitor do futuro reuniu os escritores Walter Galvani, Mário Pontes, Edgar Telles Ribeiro e o jornalista Lucas Figueiredo, autor do livro-reportagem Morcegos Negros. Figueiredo disse o óbvio, mas necessário: quase ninguém sabia o que estava sendo discutido – porque nem ele nem a quase totalidade da platéia, de 4.000 pessoas aproximadamente, havia sequer visto uma engenhoca dessas.

O fracasso comercial do e-book, até o momento, não significa que a produção letrada ficará de fora da revolução digital. Recentemente e com atraso, a Universidade de São Paulo (www.usp.br) passou a publicar teses defendidas na instituição em sua home page. Nos Estados Unidos, endereços que fornecem gratuitamente o texto integral de obras sobre as quais não precisam pagar direitos autorais também são bastante acessados – entre agosto de 2000 e junho deste ano, 3 milhões de downloads do gênero foram feitos do site http://etext.lib.virginia.edu. Serviços semelhantes são mantidos por endereços brasileiros, como a Biblioteca Nacional (www.bn.br) e Senado Federal (www.senado.gov.br).

Mas esses downloads são feitos para computadores pessoais, não para aparelhos de e-books. Como podem virar papel e também serem consultados digitalmente, são ótimos para encontrar citações e para imprimir trechos, dependendo do formato utilizado. Mas nada confortáveis para uma leitura completa.

Temerosos da pirataria na Internet, que assustou as gravadoras de discos recentemente, com o MP3, os editores têm preferido estimular a produção de livros que são baixados por linhas telefônicas. É uma estratégia que promete o fracasso comercial. Todos os formatos que deram certo nos últimos anos, do videocassete VHS (contra o Betamax) e do videogame (Atari versus Odyssey) ao PC (versus Macintosh), conviveram com um razoável grau de liberdade de cópia.

Até agora, as opções de e-book ainda são um tanto caras e/ou desconfortáveis. O livro digital parece caminhar para ser um complemento do de papel. Mas esse é um processo que ocorre, ainda, em velocidade baixa.

Enquanto isso, pior para quem usa línguas pouco difundidas: a Gemstad, fabricante do melhor aparelho do mercado, suspendeu a publicação de obras em português por sua editora virtual até que seja viável exportar a maquininha para o Brasil."

    
    
                     

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