MONITOR DA IMPRENSA
SAN FRANCISCO EXAMINER
Nos últimos tempos, o San Francisco Examiner tem enfrentado problemas com rotatividade na equipe, qualidade e, mais recentemente, tentativas de sindicalização de funcionários. Agora, encara cocô de cachorro nas caixas automáticas para venda de jornais ? muito comuns nos Estados Unidos. "O culpado é o San Francisco Chronicle", defendeu-se o publisher Ted Fang, do Examiner.
Um grupo organizado tem praticado atos de vandalismo contra o jornal, recorrendo a fezes de cães, desde novembro. Ultimamente a prática noturna e sorrateira tem aumentado, segundo Joel Davis [Editor & Publisher, 2/4/01]. Recentemente, o grupo atacou no mínimo 25 das 2.500 caixas do Examiner. Eles depositam o cocô na haste que abre a caixa ou no buraco para moedas. "Estive em guerras contra jornais por todo o país, e esta é a primeira vez que vejo tal tática", disse Steve Sparks, diretor de circulação do Examiner. Para ele, a agressão é "perversa e nojenta".
Inicialmente, o Chronicle, principal concorrente do Examiner, disse que suas caixas escaparam dos "ataques marrons", e garantiu que seus líderes sindicais nada tinham a ver com o peixe. Mais tarde, o diretor de circulação do Chronicle, Stephen Johnson, afirmou que as caixas do jornal em Castro, conhecido bairro gay de São Francisco, também haviam sido vítimas.
Não há muitas evidências para ajudar: o Examiner foi forçado a mandar suas caixas a um lava-rápido, para limpeza completa. Fang acusou o rival, o Chronicle, de inescrupuloso. "Eles nunca tiveram que lidar com competição real, e agora que têm não sabem como se comportar; por isso estão agindo dessa forma." Phil Bronstein, editor-executivo do Chronicle, indignou-se. "Nem vou responder. É muito ridículo."
THE NEW YORK TIMES
O New York Times anunciou em 30 de março que, pela primeira vez em sua história, publicará anúncios pessoais. Os anúncios aparecerão em determinadas seções aos sábados. A novidade deverá ter início em 22 de abril. Leitores procurando por romances terão seu reduto em cinco seções regionais do jornal de domingo, atendendo a demandas em Nova York, Long Island, Connecticut, Westchester e New Jersey.
Segundo Corey Kilgannon [The New York Times, 31/3/01], a medida decorre da queda do faturamento em publicidade, conseqüência da recessão econômica. Recentemente, o Times subiu o preço de sua edição de domingo e da entrega em domicílio. Kathy Park, porta-voz da companhia, disse que este tem sido um período difícil para a propaganda, "mas adicionar anúncios pessoais esteve fora de cogitação por um bom tempo". E avisou: "Linguagem de gosto questionável será recusada."
Outros jornais, como o Washington Post, aceitaram tais anúncios por um tempo. "Também existem na região de Nova York, destacando-se jornais de subúrbio, como Newsday, e da própria cidade, como The Village Voice e The New York Observer", diz a matéria, quase se desculpando.
TIME INC.
Por muitos anos, a posição mais ambicionada nas redações dos veículos da Time Inc. foi o de editor-geral, chamado de "editor at large". A descrição do emprego é frouxa: "Descubra onde na companhia você pode dar o melhor de seu trabalho", disse um antigo ocupante do cargo. O salário varia muito, mas pode chegar a US$ 300 mil por ano, afirmaram executivos da Time. O alto valor se deve ao fato de os editores-gerais serem considerados cérebros ambulantes na Time Inc., um esquadrão de conselheiros sênior, segundo Alex Kuczynski [The New York Times, 2/4/01].
Agora que a companhia reexamina sua linha editorial, o cargo está na berlinda. Nas últimas três semanas, vários profissionais renegociam salários. Para menos. Dos cerca de 12 editores gerais, quatro serão dispensados. Os que ficam deverão se concentrar numa única revista, sem a liberdade de passear pela diversas publicações, como antes.
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