Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Livros da liberdade

CUBA

Entre os livros que a cubana Marcia Pérez Castillo guarda em sua biblioteca está "The challenge of liberty" (O desafio da liberdade), raridade que deixa escondida devido ao tema, como faz com obras similares.

Segundo David Gonzalez [The New York Times, 6/6/01], Marcia é dona de uma das cerca de 60 bibliotecas independentes de Cuba. As coleções são relativamente pequenas. Ela e seus colegas vêem-se como parte de um movimento maior pela liberdade de expressão num país em que o governo limita o que as pessoas podem ler ou escrever.

No entanto, como Marcia aprendeu, tem sido difícil oferecer livros a leitores famintos por algo além do que existe nas bibliotecas públicas. Remessas de livros que chegam de fora têm sido confiscadas, e algumas bibliotecas particulares são vigiadas por autoridades. Esses redutos quase proibidos recebem livros dos Estados Unidos e da Europa, além de diplomatas que colaboram doando revistas, jornais e livros políticos.

Alguns países europeus sugeriram apoio financeiro às bibliotecas independentes, gesto que incitou desconfiança ainda maior do governo cubano. "Não é simplesmente um espaço para livros", disse um funcionário do governo de Cuba. "Quando há financiamento externo com objetivos próprios, o termo ?independente? vai para o espaço."

Apesar da tendência da América Latina e Caribe de erradicar o analfabetismo, há pouco para ler além do que a mídia oficial e as bibliotecas públicas oferecem. "Aqui, só temos acesso a notícias que eles querem que tenhamos", afirma Madeline Hernández, freqüentadora da biblioteca de Marcia. Madeline gosta da Newsweek. "Essa revista tem tudo", diz.

    
    
              

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