PASSARALHO
"Los Angeles Times vai demitir 1.600 funcionários em setembro", copyright Los Angeles Times / O Estado de S. Paulo, 31/7/01
"O Los Angeles Times, o maior jornal diário do Estado da Califórnia, planeja demitir 1.611 funcionários e fechar oito escritórios, em setembro. Os cortes afetam a maioria dos empregados que trabalham meio período. Empresas jornalísticas em todo os Estados Unidos adotam planos de redução de pessoal, com o objetivo de reduzir despesas, e, assim, lidar com o aumento dos custos de impressão e a queda no faturamento de publicidade.
A Tribune Co, que ficou com o Los Angeles Times no ano passado, quando comprou a Times-Mirror, também estará reduzindo cerca de 10% de seu quadro de funcionários até o final do ano por meio de dispensas, não reposição de vagas e demissões voluntárias.
Na semana passada, a gigante de comunicações informou que o lucro com operações nos divisão de publicidade do jornal caiu 31%, para US$ 151 milhões.
O porta-voz da empresa, David Garcia, disse que os empregados, afetados com a medida, distribuem jornais para bancas e vendedores de rua e trabalham uma média de 20 horas semanais.
A San Jose’s Knight Ridder, a segunda maior empresa jornalística do país, está reduzindo 10% do seu total de 22 mil funcionários. A empresa é proprietéria do San Jose MercuryNews e o Contra Costa Times. Outros grupos, como Dow Jones &Co e Gannett, já anunciaram cortes."
CONTRA BUSH
"Os EUA em vermelho", copyright no. <www.no.com.br>, 3/8/01
"Nem tudo vai mal para as instituições de esquerda no mandato de George W. na Casa Branca. Aliás, bem pelo contrário. Jornais e revistas que raramente eram lidos estão crescendo em circulação como nunca, aproveitando-se do público irritado com os percalços das eleições na Flórida. Quem puxa o cargo é a ?Nation?.
É um marco. Aos 135 anos, o semanário de idéias que bem poderia representar o PT cá em Pindorama teve no primeiro semestre de 2001 um aumento de 10% da circulação ? pulando de 92.000 assinantes para os 100.000. ?Nosso lema aqui é: o que é ruim para o país é bom para a Nation?, brinca seu editor, Victor Navasky.
O seu não é o único caso. Na costa leste, a revista ?Mother Jones?, carinhosamente apelidada MoJo pelos hippies que a bancaram nos anos 60, também viu suas vendas aumentarem. Alguns casos são até bastante impressionantes ? a ?American Prospect?, que em setembro de 2000 distribuiu 22.000 exemplares para assinantes, já tinha mais que dobrado. Nesta última edição, foram 46.000.
O caso não é inédito, o mesmo aconteceu durante o governo Bill Clinton. A diferença é que quem cresceu então foram as revistas conservadoras. Suas histórias servem de exemplo a não seguir. Por exemplo, cresceu na época a circulação da ?American Spectator?, que de uma pequena publicação do interior terminou sediada em Washington.
A Spectator foi responsável por alguns grandes furos, como as artimanhas de Clinton quando governador do Arkansas ? e sua primeira amante conhecida, Paula Jones. A lebre levantada por eles, a vida sexual destrambelhada do presidente, acabou sendo um dos grandes assuntos em seu segundo governo. Aliás, quase caiu por conta.
Hoje, no entanto, a revista perdeu-se. De volta à linha econômica que ocupava no reinado de Bush pai, encontra-se com dificuldades financeiras e vendo leitores fugirem a não mais ver. Para Craig Aaron, editor do ?In These Times? e uma das estrelas ascendentes, esta nova leva da imprensa de esquerda não corre o risco. ?Não estamos interessados em matérias sobre as filhas de Bush?, pondera. Escândalos do tipo, nenhum deles segue.
Gostam mesmo é de pancadaria política e foi nessa linha que a turma veterana da ?Nation? faturou um recorde próprio. Um livro publicado pelo seu braço editorial, ?The betrayal of America? (A traição da América) faturou o quarto lugar dentre os mais vendidos do ?New York Times?.
Nele, os juízes da Suprema Corte eram chamados de ?os quatro condenados?."