Tuesday, 19 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Luiz Antonio Magalhães

E-NOTÍCIAS

WEBNAZISMO

"Site neonazista apresenta lista de judeus brasileiros", copyright PanoramaBrasil (www.panoramabrasil.com.br), 16/01/01

"Abrigado no provedor Front 14, o site ‘Nacional Socialismo Brasileiro’ apresenta uma lista de brasileiros ‘judeus, simpatizantes e suspeitos’. A relação inclui o presidente Fernando Henrique Cardoso. Declaradamente racista, a página contém ainda vasto material de propaganda neonazista.

A relação de judeus do site termina com a seguinte advertência: ‘Afinal de contas… Estamos no Brasil ou em Israel?’. Na apresentação, o responsável pelo site afirma que ‘um companheiro de luta já está sendo perseguido por ter mantido está ( sic ) lista.’

De fato, a relação que apareceu na internet não é nova. Já esteve em uma página neonazista hospedada no Geocities, mas foi banida da rede após gestão de autoridades do ministério da Justiça brasileiro junto ao provedor.

O jornalista Henrique Veltmann, Secretário de Conteúdo do PanoramaBrasil e um dos citados na lista, conta que ainda estão sendo realizadas investigações sobre a antiga página.

O Front 14 – novo abrigo dos neonazistas brasileiros – se apresenta como alternativa para defender na internet os interesses de homens e mulheres brancos. Praticamente só hospeda sites com conteúdo neonazistas e racistas.

A relação apresentada pelo ‘Nacional Socialismo Brasileiro’ é dividida por tópicos. Em primeiro lugar, aparecem os nomes de pessoas que detém cargos públicos, seguidos de empresários e profissionais liberais. Jornalistas, apresentadores de rádio e TV, professores e intelectuais também aparecem com destaque na lista.

Fernando Henrique e D. Ruth Cardoso estão na relação em condições diferentes. Sobre FHC, a página diz que o presidente é um ‘suspeito’: ‘seria descendente de judeus (de uma linhagem expulsa de Portugal há alguns séculos atrás) ( sic )’

Já ‘Dona Rute ( sic ) Cardoso, esposa de FHC, seria irmã de Eva Blay, que é suplente de FHC no Senado, e que é judia.’"

MERCADO

"CD lidera vendas pela Internet no Brasil", copyright Folha de S. Paulo, 17/01/01

"O consumidor brasileiro que compra na Internet é em média mais jovem, gasta menos que os consumidores de outros países e compra pela rede principalmente porque acredita encontrar nas lojas virtuais produtos mais baratos. O produto mais procurado pelo brasileiro é o CD, diferentemente da maioria dos consumidores de outros países, nos quais os livros são mais vendidos.

As informações fazem parte do estudo ‘Varejo on line global’, divulgado ontem pela Ernest & Young. A empresa entrevistou 7,7 mil consumidores em 12 países para traçar o perfil e hábitos de consumo dos internautas.

Comprar pela Internet ainda é um hábito de poucos. Mesmo nos EUA, onde mais de 40% das famílias acessam a rede em suas casas, apenas 17% já fizeram compras pela Web. No Brasil, onde cerca de 1% da população tem acesso à rede, a proporção de pessoas que faz compras nas lojas virtuais não chega a 1%.

No entanto as previsões da Ernest são que os gastos com compras na rede devem continuar a crescer. No Brasil, 80% dos consumidores entrevistados disseram que pretendem aumentar seus gastos nos próximos meses. O índice só é menor do que os observados na França e na Espanha.

Dentre os países pesquisados, o Brasil apresenta uma das menores médias de gastos anuais. Os consumidores brasileiros gastam cerca de US$ 493 por ano com compras pela Internet, quase metade dos US$ 896 gastos pelos norte-americanos.

Os brasileiros que fazem compras pela rede são mais jovens também. A média de idade dos consumidores virtuais no Brasil é de 34 anos. Nos EUA, ela é de 42 anos e, na média dos demais países, ela atinge 37 anos.

Os homens são maioria esmagadora no Brasil: 75% dos consumidores são do sexo masculino. O resultado se repete na maioria dos países, com exceção dos EUA, onde as mulheres são maioria (60%), da Austrália e do Canadá, onde há certo equilíbrio.

A maioria dos consumidores ouvidos pela pesquisa, em todos os países, diz esperar que as lojas virtuais ofereçam mais variedade de produtos do que a encontrada nas lojas tradicionais e afirma que essa é uma das razões que os faz comprar pela rede.

A maior parte também diz esperar que os preços nas lojas virtuais sejam menores do que no varejo tradicional. Segundo a pesquisa, poder comprar por preços mais baixos é o principal motivo apontado pelos internautas brasileiros quando explicam porque compram pela Internet.

O número de pessoas que entra nas páginas das lojas na Internet, consultam produtos, chegam a colocá-los na sua cesta de compras e não finalizam a operação também é grande. No Brasil, 87% dos consumidores disseram já ter desistido de uma compra, proporção que é de 78% nos EUA.

Os preços dos fretes foram apontados pelos entrevistados como um dos principais motivos que os faz abandonar suas compras pela rede. Segundo a pesquisa, 45% dos norte-americanos apontam para os altos preços do serviço para justificar sua desistência, índice parecido com o observado no Brasil, de 49%.

Os motivos mais comumente apontados pelos internautas que evitam fazer compras pela rede são a preocupação com a utilização do cartão de crédito e a necessidade de ver e tocar os produtos antes de adquiri-los.

A segurança dos sites não está, no entanto, no topo da lista de preocupação dos consumidores do Brasil. A maior barreira apontada pelos brasileiros é a importância de tocar e experimentar produtos (apontada por 60%). O custo do frete é apontado por outros 45% e o preço do produto, considerado caro, por 33%.

O receio de que o número e as informações sobre o cartão de crédito sejam roubados dos arquivos das lojas foi apontado por apenas 30% dos consumidores entrevistados no Brasil.

Venda de flores e roupas na Web deve aumentar

Produtos como CDs, livros e equipamentos eletrônicos ainda são as mercadorias mais compradas por meio da Internet em todo o mundo mas outros tipos de mercadorias começam a ganhar espaço na rede. Segundo o estudo da Ernest & Young, a procura por produtos como cosméticos, flores, brinquedos e vestuário deve aumentar rapidamente.

A previsão da consultoria é que a tendência seja a mesma em todos os países e que haja pouca diferença, no futuro, entre os hábitos de consumo na rede e no varejo tradicional.

Nos EUA, no Canadá e na Austrália, por exemplo, vestuário já aparece na lista de cinco produtos mais comprados pela rede. Dentre os consumidores que já compraram algum tipo de vestuário, a maioria diz estar satisfeita com suas compras e prevê que deve manter ou aumentar os gastos com vestuário comprado na Internet nos próximos meses.

São os norte-americanos que compram mais brinquedos também -28% dos consumidores dizem ter comprado o produto em lojas virtuais. A pesquisa também aponta que os internautas dos EUA são os mais propensos a comprar cosméticos, perfumes e produtos esportivos.

Para a Ernest & Young, os padrões observados nos EUA podem ser um bom indicador. ‘Se as tendências do passado são uma indicação, consumidores de todo o mundo devem seguir os norte-americanos, aventurando-se com outras categorias de produtos.’

Empresa virtual se rende à velha economia

As empresas virtuais já começaram a usar os meios da ‘velha economia’ para atrair consumidores, obter credibilidade e aumentar as vendas. Envio de correspondências pelo correio, utilização de catálogos e serviços de atendimento e vendas por telefone ou por representantes comerciais são alguns dos instrumentos comuns nas empresas tradicionais que as empresas pontocom começaram a adotar.

Segundo o estudo da Ernest & Young, muitas empresas que antes só atuavam pela rede estão procurando fazer alianças com varejistas tradicionais. ‘Isso está se tornando uma necessidade competitiva. O mundo financeiro está exigindo que elas aproveitem essas operações para acelerar a chegada do lucro’, diz o estudo divulgado ontem.

Para Jorge Menegassi, sócio da consultoria, as empresas tradicionais não podem ignorar a Internet, que se tornou um canal de vendas e relacionamento obrigatório para qualquer negócio.

Ele ressalta, no entanto, que as empresas virtuais também não podem se dar ao luxo de ignorar todos os outros canais de distribuição e que crescentemente vão apelar ao mundo real e a novas parcerias.

Menegassi lembra que a Ernest também entrevistou mais de 700 executivos de empresas de todos os 12 países que fizeram parte da pesquisa de varejo. A maioria afirmou que está engajada em alianças estratégicas ligadas a negócios feitos pela rede.

Netconsumidor se aproxima do tradicional

O perfil dos consumidores que compram pela Internet está mudando e ficando cada vez mais parecido com o perfil médio dos consumidores que frequentam as lojas de varejo tradicionais.

Há menos de dois anos, os internautas que compravam CDs e livros pela rede eram predominantemente jovens, homens, a maioria aficionada por computadores e tecnologia.

O estudo divulgado ontem pela Ernest & Young mostra que, à medida que a Internet se dissemina, as pessoas mais velhas, as mulheres e os consumidores dos mais diversos produtos tendem a ocupar o espaço que já ocupam na velha economia.

Nos países em que a Internet já tem grande penetração, como os EUA, Canadá e Austrália, as mulheres já compram mais que os homens. Algo comum no varejo tradicional.

Nos mesmos países a diversidade de produtos comprados também é maior: vestuário, flores, comida e bebidas estão entre os produtos mais procurados em todos eles. ‘Não existe nova economia, nós não gostamos desse termo’, diz Jorge Menegassi, sócio da Ernest Young.

Ele avalia que cada vez mais os padrões de consumo da nova e velha economias tendem a convergir e que com exceção de produtos muito específicos a rede se tornará apenas mais um canal de distribuição para todas as empresas. ‘Quanto mais crescer a penetração da Net, mais parecidos ficam os padrões de consumo.’"

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