EUA vs. IRAQUE
O Pentágono promete levar jornalistas para acompanhar unidades militares americanas no caso de uma possível invasão do Iraque. Segundo Thom Shanker [New York Times, 28/12/02], a promessa de maior acesso foi feita outras vezes sem ser cumprida, e mesmo agora, quando o Pentágono anuncia planos de enviar correspondentes e fotógrafos ao lado de soldados ? chegando a criar campos de treinamento para dar noções de segurança à imprensa ? as autoridades dizem ser prematuro afirmar quantos serão incluídos e com quais unidades vão ficar.
O Departamento de Defesa alega ter mudado de estratégia em relação à mídia devido às pressões das próprias empresas jornalísticas, que pedem acesso direto a missões militares americanas, o que não aconteceu no Afeganistão. Para Shanker, os militares demoraram a perceber que perderam o monopólio da informação sobre a guerra, pois não podem controlar o acesso à zona de batalha devido ao grande número de correspondentes (que chegaram a entrar em solo afegão antes das tropas), nem exercer comando sobre o fluxo livre de informação na era da comunicação via satélite.
As décadas de relutância em abrir espaço para os correspondentes vêm da experiência da guerra do Vietnã, mas até os militares reconhecem que é hora de mudar. “O legado de desconfiança do Vietnã simplesmente tem que passar”, declarou o major Paul Eaton, comandante do Army?s Infantry Center. “Nosso isolamento não serve ao país. Vocês vão conseguir a história, de uma maneira ou de outra.”