Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mais três cubanos em greve de fome

VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS

Duas semanas após a greve de fome iniciada por três jornalistas cubanos presos, mais três aderiram ao método a fim de melhorar as condições carcerárias. A ONG Repórteres Sem Fronteiras [3/9/03] se disse extremamente preocupada com a nova greve de fome iniciada pelos jornalistas independentes Manuel Vázquez Portal, da agência de notícias Grupo de Trabajo Decoro, Juan Carlos Herrera Acosta, da agência APLO, e Normando Hernández González, da agência CPIC.

Tudo começou na prisão de Boniatico, na cidade de Santiago de Cuba. A greve foi uma forma de protesto contra as condições dos prisioneiros. Desde o início do protesto, em 31/8, os três foram transferidos a uma outra prisão em local desconhecido. Os três jornalistas e outros três prisioneiros políticos estão em greve devido ao que chamam de tratamento "injusto" e "inumano" na prisão de Boniatico, o que inclui confinamento em solitárias, ausência de acesso à TV ou à imprensa, distanciamento de seus familiares, más condições de higiene e comida ruim.

No dia 1o/9, os três jornalistas e um dos presos políticos foram levados à nova prisão. A mulher de um deles disse que o objetivo era separá-los dos outros presos e forçá-los a encerrar a greve de fome. Ela se disse "extremamente preocupada" com possíveis represálias contra os prisioneiros.

No dia 15/8, Mario Enrique Mayo, Adolfo Fernández Sainz e Ivan Hernández Carrillo começaram uma greve de fome exigindo que presos com doenças crônicas possam receber medicação, tratamento e comida adequada. O protesto terminou no dia 25/8, quando os funcionários do governo concordaram em dar a Enrique Mayo uma dieta apropriada. Fontes disseram que Fernández Sainz perdeu 15kg.

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Procuradores de Teerã rejeitaram, em 1o/9, as acusações feitas por um juiz independente em agosto e reproduzidas no Observatório da Imprensa [veja link para o artigo abaixo], de que dois agentes do Ministério da Inteligência iraniano foram responsáveis pela tortura que culminou na morte por hemorragia cerebral da fotojornalista Zahra Kazemi, de cidadania canadense e iraniana.

Segundo informações da AP [1o/9/03], o vice-procurador-geral Jafar Reshadati emitiu declaração em que pede mais investigação sobre as acusações feitas em 25/8. A decisão, na prática, significa que atualmente ninguém é acusado da morte de Zahra. O juiz independente, Javad Esmaeili, deve reinvestigar as circunstâncias que envolveram o crime.

Zahra morreu aos 54 anos no dia 10/7, após ser presa em 23/6 devido a registros fotográficos que fazia de movimentos estudantis em frente a uma prisão em Teerã.

De início, o procurador linha-dura Saeed Mortazavi afirmou que Zahra havia morrido de enfarte. Um comitê indicado pelo presidente do Irã, no entanto, negou essa versão e descobriu que a morte foi conseqüência de espancamentos na cabeça que geraram a hemorragia.

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