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WAP
Cláudio Weber Abramo
Não sei se o eventual leitor já foi exposto a esse tal de WAP (Wireless Application Protocol, ou Protocolo para Aplicações Sem Fio). Trata-se do trânsito de dados por meio de aparelhos portáteis, como telefones celulares.
Todas as empresas de celulares oferecem modelos com capacidade WAP. Ou seja, capazes de receber noticiário, cotações financeiras e outras informações e "informações" – notadamente estas últimas. Como dizem as empresas que produzem esses aparelhos, "a Internet no seu bolso", ou algo nessa linha.
Certa vez, um representante de empresa fornecedora de serviços WAP me expôs, entusiasmado, a capacidade de celulares receberem anúncios. Ato contínuo, observei-lhe que só o mais completo imbecil se disporia voluntariamente a receber anúncios via celular. Ao que o moço acedeu, em flagrante traição a sua missão comercial: "Bom, isso é verdade…".
Pensando bem, fora meia dúzia de aplicadores do mercado financeiro, quem mais quer saber a quantas andam as ações da Microsoft ou da Parapanema PN? Mesmo para esses aplicadores a coisa não parece muito útil, pois suas aplicações estão nas mãos de corretores pagos para analisar continuamente o comportamento dos ativos, tomar decisões de compra e venda se assim instruídos ou, alternativamente, avisar os clientes.
Há também a possibilidade de realizar leilões eletrônicos via celular, participar de bate-papos, encomendar produtos diversos, que vão de flores a implementos sadô-masô e assim vai. Quem quer saber disso?
Resta o noticiário. Mas, convenhamos, quem realmente quer acompanhar noticiário naquela telinha minúscula? Quem, aliás, fora profissionais de agências noticiosas, tem disposição para ler notícias minuto a minuto, seja lá onde for? Só mesmo num baita congestionamento, ou na sala de espera do dentista. E isso caso se esteja disposto a pagar a fábula que se paga por minuto pelo uso do celular.
Em suma, essa conta não bate.
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