TV PAGA
“Receita total de TV paga deve passar a de jornais pela 1? vez”, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 7/10/03
“No auge de seus 10 anos, o setor de TV paga começa a amadurecer. A receita total do setor, composta por publicidade e principalmente por assinaturas, deve subir 14% este ano sobre 2002 e alcançar, ou talvez até ultrapassar, a dos jornais. Se superar o meio jornal, a TV paga irá se firmar como a segunda maior mídia do país. Mas ainda estará longe do lucro. Só a Net, da Globo, já registrou ganho líquido, o primeiro de sua história, no trimestre encerrado em junho.
No ano passado, a TV por assinatura faturou R$ 3,18 bilhões, entre clientes e espaços vendidos. Ficou colada no jornal, com R$ 3,19 bilhões. Em 2003, com a expansão prevista pela ABTA, a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura, a TV paga deve ter receita de R$ 3,6 bilhões. É difícil que os jornais acompanhem. O setor de comunicação, como um todo, está em crise e a TV paga é uma das poucas exceções neste cenário.
?Até a TV aberta caiu no primeiro semestre?, afirma Leila Loria, presidente da ABTA. A receita total da TV paga de janeiro a junho, de R$ 1,7 bilhão, correspondeu a 60% do total faturado pelas emissoras abertas, R$ 2,8 bilhões. Com publicidade, segundo a executiva, os canais pagos faturaram R$ 72 milhões no primeiro semestre e devem chegar até R$ 199 milhões no ano. ?A TV paga está entrando na sua fase de maturação?, diz.
Esta maturidade está impressa na estratégia das operadoras. A base de clientes do meio não cresce, mas também não perde volume. Está estagnada há três anos, período em que as empresas aprenderam a rentabilizar ao máximo cada assinatura, vendendo serviços de internet em banda larga, criando pacotes especiais para micro e pequenas empresas e apostando no lançamento de canais.
Neste ínterim, elas também desenvolveram sua veia comercial: ampliaram em 28% a receita publicitária no ano passado, em comparação com 2001, e devem aumentá-la em mais 8% em 2003, apesar da queda de 11,67% registrada de janeiro a junho sobre igual período de 2002. É que o segundo semestre promete, diz Leila, que aposta na retomada da economia.
Esta retomada deve aquecer o consumo e a venda de assinaturas do setor. A partir do ano que vem, a base deve voltar a crescer e penetrar, com mais força, na classe C. Hoje, o serviço ainda está restrito às classes A e B, de maior poder aquisitivo.
Uma medida importante para expandir o universo de assinantes já foi tomada. Segundo Leila, algumas operadoras, cujo nome ela não revela, lançaram este ano pacotes populares de TV por assinatura. Há opções de R$ 30 a R$ 40, com 25 canais pagos e todos os abertos, e até serviços mais baratos que R$ 30, com cerca de 7 canais, além dos abertos.
Os dados e projeções de crescimento fazem parte de pesquisa feita pela ABTA com base em dados da própria entidade, da ANJ, a Associação Nacional de Jornais, da Aner, a Associação Nacional dos Editores de Revista, e do projeto Inter-Meios.
No ano passado e em 2001, a TV paga ocupou a terceira posição entre as mídias de maior faturamento do país. Em 2001, o meio faturou R$ 2,6 bilhões entre assinaturas e publicidade. Nos dois últimos anos, a posição do ranking manteve-se a mesma: no topo, está a TV aberta, com receita total acima de R$ 5 bilhões ao ano, seguida pelo jornal, com pouco mais de R$ 3 bilhões. O meio revista ocupa o quarto lugar, com receita na faixa de R$ 440 milhões. O sexto é do meio outdoor, com R$ 240 milhões anuais.
A ABTA estabelece como 10 anos a idade do mercado de TV paga, porque o seu modelo, que é multicanal, data de 1993. Neste ano, chegaram ao país os grandes redes internacionais, como a Fox. Antes disso, as primeiras operadoras, surgidas há 11 ou 12 anos, trabalhavam com algo como cinco canais.”
“TV em nova embalagem”, copyright Folha de S. Paulo, 5/10/03
“Em meio à grave crise do mercado publicitário, canais estrangeiros de TV decidiram apostar numa estratégia de ?tropicalização? da programação a fim de conquistar anunciantes e audiência.
Redes como Sony, Nickelodeon, AXN, Fox e National Geographic abrem espaços cada vez maiores a programas produzidos no Brasil. Com os primeiros -e bons- resultados de ibope e faturamento, já planejam reforçar a investida para o próximo ano.
Além do interesse dos telespectadores e da publicidade por essa ?nacionalização?, os canais têm um novo motivo para a mudança: a lei de incentivos à produção audiovisual brasileira da Ancine.
A Agência Nacional do Cinema, instituída por Fernando Henrique Cardoso, é presidida pelo cineasta Gustavo Dahl e ligada ao governo federal. Possui uma comissão para selecionar projetos a serem beneficiados com renúncia fiscal. Pelas regras, estrangeiros que investirem em conteúdo nacional de TV pagam menos impostos. Antes, os canais eram taxados em 11% da remessa de dinheiro ao exterior. Agora, os que fomentarem a produção brasileira pagam 3% à Ancine -e esse montante é usado por uma produtora do país associada ao canal.
Até a semana passada, R$ 2 mi já haviam sido liberados para produtos da TV paga, e há projetos em análise para outros R$ 6 mi, de um caixa que já acumulou R$ 15 mi, segundo Vera Zaverucha, assessora-chefe da presidência. ?A principal linha dos aprovados tem sido de documentários.?
O primeiro projeto beneficiado foi o ?Rally dos Sertões?, do AXN, que estreou em setembro e terá sua última reprise exibida hoje.
Aproveitando o incentivo, o AXN fez um documentário da competição, com cinco edições, que será exibido em Portugal, Espanha e 23 países da América Latina e Caribe. ?Há um esforço de não deixar o AXN totalmente internacional e mostrar o valor brasileiro no exterior?, diz Dênis Palma, supervisor de marketing.
Centrada em ação, a emissora dos EUA tem outras produções do país (veja quadro ao lado), que devem crescer no próximo ano.
O infantil Nickelodeon, do conglomerado norte-americano Viacom (da MTV), também conta hoje com uma forte programação brasileira. Em agosto de 2002, estreou na produção nacional com o ?Patrulha Nick?. A atração, que recebeu incentivo da Ancine pela primeira vez no mês passado, já figura entre as cinco preferidas pelo público, segundo pesquisa interna, ao lado de importados de sucesso como ?Bob Esponja?.
?Tivemos ganho considerável de audiência. Antes do ?Patrulha?, estávamos em terceiro lugar no Ibope entre os infantis, longe do segundo. Agora, estamos em segundo, perto do líder?, afirma Alvaro Paes de Barros, diretor-geral.
Até julho de 2002, o canal não exibia nenhum programa brasileiro. No mês passado, levou ao ar 300 minutos de produção nacional. O Nickelodeon é parceiro da produtora TeleImage, responsáveis pela série ?Turma do Gueto?, transmitida pela Record, e por filmes como ?Acquaria?, de Sandy & Junior, e ?Ilha Rá-Tim-Bum?. Para Roberto d?Avila, sócio da TeleImage, a Ancine foi um estímulo inicial para a TV paga. ?Agora, a produção brasileira começa a reverter em faturamento e audiência, e os canais passarão a um investimento mais organizado.?
O Sony, conhecido por séries norte-americanas como ?Seinfeld?, teve como um dos principais investimentos do ano uma produção brasileira: o ?dateXpress? (a última reprise da primeira temporada vai ao ar hoje). ?Estreamos no país há sete anos, com a intenção de ter algo nacional. Agora, com o amadurecimento da TV paga e da publicidade, isso está sendo possível. Em 2004, vamos ampliar?, diz Carolina Viana, gerente de marketing.
A empresa argentina Claxson, que tem 11 canais fechados, também começou a produzir e exibir programas brasileiros e quer investir ainda mais em 2004. Dona da Playboy TV (canal ?à la carte?), estuda uma forma de usar o incentivo da Ancine para rodar filmes pornográficos no Brasil. A agência não se pronunciou sobre a proposta. Mas, segundo a Folha apurou, tende a não aprová-la, alegando critérios de valorização de projetos culturais e educativos.”
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“?Seleção de projetos exige vigilância?”, copyright Folha de S. Paulo, 5/10/03
“Para Assunção Hernandes, presidente do Congresso Brasileiro de Cinema, o processo de seleção de projetos para a TV pela Ancine exige ?eterna vigilância?.
?A agência tem critérios que foram amplamente discutidos e publica os projetos selecionados em editais públicos. Quando um grupo é responsável por escolher os beneficiados, sempre há risco de manipulação. Mas a Ancine tem regras de transparência e cabe a nós manter eterna vigilância?, afirma.
Hernandes diz que o benefício a canais estrangeiros serviu para aproximá-los de produtores nacionais. ?Agora é preciso que a produção nacional vire hábito.?”
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“Encontro quer dar ânimo à TV paga”, copyright Folha de S. Paulo, 7/10/03
“Depois de um longo período colecionando péssimas notícias, o setor de TV paga brasileira reúne-se na próxima semana com o propósito de elevar sua auto-estima e passar ao mercado uma imagem de revigoramento.
O congresso da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura), que acontece de terça a quinta em São Paulo, receberá personalidades importantes do meio, sendo aberto pelo ministro Miro Teixeira (Comunicações).
Dentre as ?boas novas?, a associação mostrará que o setor teve um crescimento de 15% de receita em 2003, apesar da retração econômica, e prevê faturar R$ 3,65 bilhões até o final do ano.
Até o fato de o número de assinantes ter se mantido estacionado nos 3,4 milhões será apresentado no congresso de forma positiva. ?Nessa conjuntura, não termos caído já é um bom resultado?, diz Leila Loria, presidente da ABTA.
Será reportado ainda o sucesso da negociação de operadoras (Net e TVA, por exemplo) com programadoras de canais estrangeiros. Contratos antes fixados em dólar foram refeitos em real, baixando o custo da programação.
Dentre os participantes, um dos destaques é Rômulo Pontual, vice-presidente executivo da News Corporation. O poderoso conglomerado de mídia, de Rupert Murdoch, poderá deter o monopólio da TV por assinatura no Brasil, já que é dono da Sky e adquiriu recentemente a DirecTV.
O aumento do conteúdo nacional nos canais estrangeiros também é pauta do encontro.”
BAIXARIA NA TV
“Ministério da Justiça vai criar comissão de ética para a TV”, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 1/10/03
“A representante do Ministério da Justiça, jornalista Marina Pires, responsável pelo controle de veiculação do órgão, anunciou, na audiência da Câmara que discutiu a criação de um código de ética para televisão, que o governo vai criar uma comissão com especialistas na área de TV e no efeito dos conteúdos dos programas nas crianças para aperfeiçoar o trabalho do departamento do órgão que classifica a faixa etária dos programas, filmes e jogos eletrônicos.
Hoje, o Ministério não tem poder punitivo nos casos de conteúdos impróprios para criança e adolescentes. Ele só pode classificar a programação veiculada na TV. ?Não se trata de censurar, os critérios tem o intuito de proteger a criança e o adolescente de cenas que permitem desvio de comportamento?, afirmou à Agência Câmara.
Já o representante da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Evandro Guimarães, defendeu a auto-regulamentação do meio TV, que, segundo ele, será retomada com o Projeto de Lei 1600/03, que cria o Código de Ética da Programação Televisiva.
Evandro Guimarães lembrou que a Abert também defende que as emissoras sejam responsabilizadas pelos seus conteúdos. Segundo o executivo, uma pesquisa revelou que 100% das empresas anunciantes não gostam que seus produtos sejam associados a conteúdos impróprios nos programas.”
REDE TV!
“Rede TV! leva guerra do Ibope a agências”, copyright Folha de S. Paulo, 4/10/03
“A Rede TV! lança no próximo dia 23, em São Paulo, um software que pretende levar às agências de publicidade ferramenta semelhante à das emissoras na guerra pela audiência _a redução ou ampliação de determinada atração conforme seu desempenho na medição em tempo real, minuto a minuto, do Ibope.
O software, chamado ?Easy Media?, permitirá às agências conectadas com a Rede TV! por fibra ótica, e assinantes do Ibope em tempo real, programar a veiculação de anúncios poucos minutos antes de sua exibição.
?O profissional da agência observa que determinado programa da Rede TV! está dando boa audiência e compra espaço para o próximo intervalo. Hoje, isso só pode ser feito com 48 horas de antecedência?, afirma Amilcare Dallevo Junior, presidente e principal acionista da emissora.
Segundo Dallevo, a exibição de comerciais cujos filmes já estão no acervo da emissora será quase imediata. Novos filmes, transmitidos pela agência por fibra ótica, levarão 30 minutos para entrar no ar. Nos intervalos, ocuparão, pela ordem, espaços de ?calhaus? (anúncios não pagos), chamadas de programação e rotativos (publicidade sem horário determinado de exibição).
O software, afirma Dallevo, impedirá automaticamente que anúncios de empresas concorrentes (como bancos) sejam veiculados no mesmo intervalo.”
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“Rede TV! proíbe seu elenco no 6? Teleton”, copyright Folha de S. Paulo, 2/10/03
“Apesar da insistência de parte de seu elenco, a Rede TV! não permitiu que nenhum de seus apresentadores participe da sexta edição da maratona beneficente Teleton, que o SBT exibe das 22h de amanhã até a meia-noite de sábado, com o objetivo de arrecadar R$ 15 milhões para a AACD.
A decisão da emissora frustrou apresentadores como Leonor Correa. O Teleton é uma rara oportunidade de artistas aparecerem em um programa com mais de 10 pontos no Ibope.
Em agosto, a emissora havia vetado participação em um quadro em que competiria com a Band, mas seus artistas estariam liberados para outras atrações.
Oficialmente, a Rede TV! diz que parte dos artistas não estavam disponíveis na época das gravações e os demais, ?envolvidos com seus programas, feitos diariamente ao vivo?.
Só Rede TV! e Globo (não convidada) ficarão fora do Teleton.
A Rede TV! conquistou anteontem vitória na 9? câmara do Tribunal de Justiça do RJ, que considerou que a emissora não é sucessora das dívidas trabalhistas e fiscais da falida Manchete.
À ação, movida por Pedro Jack Kapeller, controlador da Manchete, cabem recursos. O resultado, no entanto, animou os diretores da Rede TV!. Acreditam que ficará mais fácil, agora, obter empréstimos para novos investimentos.”
“RedeTV escapa das dívidas da extinta Rede Manchete”, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 1/10/03
“A RedeTV escapou da dívida da extinta Rede Manchete. A Justiça do Rio determinou que a TV Ômega, nome da RedeTV, não é sucessora da TV Manchete, extinta emissora, ao contrário do que alega Jack Kapeller, ex-dono da Manchete.
Os desembargadores da 9? Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio reformaram a sentença de da 14? Vara Cível, que havia decidido o oposto.
Os magistrados entenderam que o contrato firmado entre as duas empresas não estabelecia que a TV Ômega herdasse o passivo da Manchete, mas apenas o sinal da emissora extinta.
O patrimônio da Manchete está integrado à massa falida da Bloch Editores. Mas ainda cabe recurso junto ao Supremo Tribunal Judiciário (STJ).”