TUDO AO CONTRÁRIO
Estamos a um ano das eleições, mas o Duda (Mendonça) já ganhou. De salto alto, tamancas, frangas debaixo do braço, balangandãs e uma cavalar dose de megalomania, o publicitário contratado para "vender" o pré-candidato do PT esqueceu quem é quem e desembestou num surto de auto-promoção jamais visto.
O pretexto foi um livro da sua lavra, "Casos & Coisas", que obviamente poderia esperar um ano. A oportunidade foi uma viagem do seu "produto", Luíz Inácio Lula da Silva, ao exterior. Para ocupar o vazio do noticiário encheu-o à sua maneira ? falando de si mesmo e tentando mostrar ao eleitor que Duda e Lula são a mesma coisa. Não são, não devem ser e, se forem, o partido que o contratou está perdido.
Não foi casualidade, foi planejado: capa na IstoÉ falando como se fosse candidato ("O povo quer que se pague ao FMI. O povo não quer calote"), longas matérias na Folha, no Estadão e no Globo, nas quais o publicitário esquece seu papel e seu contrato substituindo abertamente aquele e aqueles que deveria promover.
A culpa é da mídia que oferece o generoso badalo para o badalável esbaldar-se? A mídia quer fazer barulho, quer movimento, a história do Afeganistão está parecendo novela de Karl May. Nossa mídia é acrítica, isso diz tudo.
No Brasil reinventa-se tudo: ao contrário, de ponta-cabeça. Afinal, estamos no Hemisfério Sul, onde tudo deve reger-se pela ilógica e pela oposição ao que se faz ao Norte. Que assim seja, para acabar com o império do mercado só um marqueteiro doido que nas horas vagas pensa que é o marquetado.
Leia também