VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS
A Justiça marroquina manteve a pena de prisão para o jornalista Ali Lmrabet, apenas reduzindo-a de quatro para três anos. O secretário-geral da organização Repórteres Sem Fronteiras [17/6/03], Robert Ménard, expressou profundo descontentamento com a decisão e criticou o governo do rei Mohammed, que vem tentando passar uma imagem de moderno para a comunidade internacional. "Esse regime é claramente incapaz de tolerar o mínimo de crítica", atacou o francês Ménard.
Lmrabet, hospitalizado devido à greve de fome que iniciou em 6/5 deste ano, foi condenado em 21/5 por "insultar o rei", e atentar "contra a integridade territorial" e "contra a monarquia". Ele era editor de duas revistas satíricas, atualmente proibidas e autuadas em cerca de R$ 7 mil.
Ménard avisou que Lmrabet está extremamente fraco em decorrência de sua greve de fome e que, se algo acontecer ao jornalista, "as autoridades marroquinas terão total responsabilidade."
A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) [17/6] denunciou ataque do governo do Irã contra a imprensa após o início de uma onda de protestos populares no país. Em comunicado oficial, a IFJ prevê que o processo de reformas do Irã seja extinto caso os ataques contra jornalistas continuem. Dois jornalistas foram presos.
Taghi Rahmani, do semanário Omid-e-Zangan, e Reza Alijani, editor-chefe do Iran-e-Farda, foram detidos em suas casas, em Teerã, no dia 14/6, sob acusação de terem se reunido secretamente com estudantes para colaborar com o movimento de oposição ao atual governo iraniano. A polícia fez uma busca de três horas, confiscando disquetes, papéis pessoais e fotografias dos jornalistas.
Em maio, foram condenados a penas de 11 e 6 anos de prisão, respectivamente, mas ainda não cumprem as sentenças. O procurador que deu voz de prisão é Said Mortazavi, o mesmo que também ordenou a detenção de um terceiro jornalista, Hoda Saber, sob a mesma acusação, condenado a 10 anos.
As detenções recentes não tiveram ligação com as condenações anteriores. Nos últimos dias, outros repórteres de agências de notícias foram detidos, agredidos por policiais e posteriormente liberados. Antes da recente agitação política, jornalistas não encontravam muita dificuldade em cobrir manifestações de oposição no país.