DOSSIÊ PERFÍDIA
Cartel experimenta estilo marrom – não lhe fica bem
Alberto Dines
Matérias deste Observatório [remissões abaixo] mostraram o Rei, Rainha, Príncipes, Princesas, cortesãos e cortesãs inteiramente nus. O Cartel Brasileiro da Mídia (CBM), operado pela máfia de ACM, pela primeira vez desde a sua articulação ficou de calças e calcinhas na mão quando exibimos a extensão do complô para abafar a repercussão do livro-denúncia Memórias das Trevas, de João Carlos Teixeira Gomes (doravante chamado de Joca).
A turma ficou incomodada. Assustada. Esqueceram os polpudos contratos, as benesses da múltipla exposição nos veículos do cartel e começaram a temer. E tremer. Apesar da omissão dos nomes (seguindo nossos cânones preferimos tratar das instituições e fenômenos, deixando as pessoas de lado), as pistas eram precisas. Bastava ir ao livrão de Mario Sergio Conti (Notícias do Planalto, do qual venderam-se 70 mil exemplares) e, na página tal, linha tal, encontrar o nome do Capo. Estava desenhado o mapa da mina e levantada a cortina de silêncio em cima e em torno do livro sobre ACM.
E o que faz o gigante quando se vê ameaçado por um insignificante adversário? Responder pode torná-lo significante e perigoso. Os tratadistas da perfídia recomendam o seu rápido e total aniquilamento.
Rábulas quando percebem que o cliente está ameaçado de ir para o banco dos réus sabem que é melhor inventar outro culpado. A confusão só serve aos bandidos. Os inocentes, porque são inocentes, sempre procuram provar sua inocência. Enquanto as coisas não se esclarecem, os larápios escafedem-se e tudo se esquece.
A tática do linchamento baseia-se nesta premissa – justiçamento sumário para evitar que a justiça funcione. É também a lei da selva. Esta é a tática dos cartéis. E das máfias.
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