Monday, 18 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Menos anúncios

MÍDIA & TABACO

Em 2002, a Philip Morris ? uma das principais companhias da indústria do tabaco ? pretende reduzir seus anúncios em revistas. Em 2000, após acusações de que tentava seduzir os jovens, a empresa deixou de anunciar em 50 publicações. Instituiu então a política de parar de anunciar em revistas com mais de 15% do leitorado formado por adolescentes; isto eliminou títulos como Vogue, Sports Illustrated, People e Entertainment Weekly.

A decisão foi comercial, alegou o porta-voz da Philip Morris, lembrando que a companhia reduziu o gasto com propaganda em 50% nos últimos dois anos. Este retraimento é outro duro golpe no mercado publicitário em recessão: em 2001, a Philip Morris pagou US$ 115 milhões dos US$ 267 milhões gastos pela indústria do tabaco em anúncios de revista. As informações são de Jim Kirk [Chicago Tribune, 1/2/02], Cara B. DiPasquale e Jon Fine [AdAge.com, 6/2/02].

O escritor e filósofo britânico Roger Scruton foi demitido do Wall Street Journal por não ter declarado que recebeu comissão mensal de 4.500 libras da Japan Tobacco. A saída do acadêmico foi anunciada em editorial da edição européia, que explicou que o colunista escrevera sobre cigarro quando estava sendo pago pela indústria. Ele tinha obrigação de revelar ao jornal e aos leitores este financiamento, diz o editorial. "Como não o fez, vai tirar umas férias de nossas páginas."

Rebecca Allison, repórter do The Guardian (5/2/02), conta que seu jornal revelou, no mês passado, que Scruton pediu à companhia mais dinheiro para publicar artigos defendendo o direito de fumar em jornais como o WSJ, Financial Times e Daily Telegraph. Dias depois, o escritor perdeu sua coluna no FT.