REDATOR-ROBÔ
Uma equipe da Universidade de Colúmbia desenvolveu um protótipo de computador dotado de sistema de inteligência artificial capaz de escrever notícias automaticamente, mesclando, por enquanto, informações de 13 fontes diversas (Yahoo!, ABCNews, CNN, Reuters, Los Angeles Times, CBS News, Canadian Broadcasting Corporation, Virtual New York, Washington Post, Wired e USA Today. A máquina usa técnicas naturais de processamento de linguagem para coletar, classificar e resumir as informações.
Desemprego para milhares de jornalistas? Os pesquisadores, uma equipe do Departamento de Ciência da Computação liderada pela doutoranda Regina Barzilay, dizem que não: o Newsblaster (destruidor de notícias) não tem poder de análise e interpretação, afirmam. Só é capaz de hierarquizar fatos a partir de parâmetros estabelecidos pelo programador. Segundo a Online Journalism Review [5/2/02], a função do "redator-robô" é auxiliar jornalistas, executivos e usuários finais a lidar com o excesso de informação a que se é submetido hoje em dia.
Mas não são "usuários finais" os milhares de portais comerciais em todo o mundo que, para enriquecer seu conteúdo e atrair visitantes, empregam profissionais de comunicação para garimpar informação na rede e redigir notícias, sem qualquer análise ou interpretação? Com o programa, esses empregos podem mesmo ir paro o espaço. Quem quiser ver textos escritos por essa perigosa máquina de notícias pode visitar o sítio <www.cs.columbia.edu/nlp/newsblaster/>.
RÚSSIA
Poucas semanas após o fechamento da última rede de TV independente russa, jornalistas da estação de rádio mais influente do país acusam a estatal Gazprom de tentar assumir o controle do veículo. Segundo Alexei Venediktov, editor-chefe da Echo Moskvy (Eco de Moscou), a companhia de gás está quebrando promessa verbal de não intervir na direção da estação.
A Echo Moskvy faz parte do império midiático que a Gazprom tomou do magnata russo Vladimir Gusisnky, após liquidar a rede NTV por dívidas não-pagas. Boris Jordan, da Gazprom-Media, alega que a companhia não deseja interferir no conteúdo editorial e está apenas exercendo seu direito de acionista majoritário ao nomear a maioria dos diretores. Disse também desconhecer qualquer acordo com a administração atual.
Venediktov acredita que a tática é uma reação da empresa à sua decisão de dar refúgio aos 232 jornalistas da TV-6, fechada no mês passado. Em conferência sobre as relações entre imprensa e governo na Rússia, o editor-chefe declarou que tentará criar nova estação de rádio, a Arsenal, se ganhar a freqüência FM que vai a leilão em 27 de fevereiro.
Caso Pasko
A Suprema Corte russa concedeu vitória parcial ao jornalista militar Grigory Pasko ? condenado a quatro anos de prisão "por traição" ? ao anular a lei que o condenou. Os juízes consideraram ilegal a ordem de 1996 que classifica certas informações como secretas porque a própria decisão é secreta. Portanto, desconhecida pelo jornalista.
"Um dos mais importantes pilares de sustentação do caso caiu", comentou Alexei Simonov, presidente da Glasnost Defense Foundation. "Mas não é o fim da história. E não sabemos como vai terminar." O caso Pasko atraiu atenção internacional e virou indicador da liberdade de imprensa no país. O jornalista foi preso no fim de 1997 depois de revelar que a Marinha despejou lixo tóxico no mar. As informações são de Deborah Seward [Associated Press, 9/2/02] e Sharon LaFraniere [Washington Post, 9 e 13/2/02].