Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mercado promissor para revistas

CHINA

Editoras estrangeiras estão de olho no espantoso crescimento do mercado publicitário de mídia impressa chinês ? 37% ao ano. Em 2002, o ramo movimentou US$ 5,5 bilhões. Segundo Dexter Roberts [BusinessWeek, 10/11/03], as bancas da China continental se parecem cada vez mais com as da Europa ou dos EUA.

A mudança no mercado se deve em grande medida à mudança de política do governo. Ele anunciou em julho que os membros do Partido Comunista não são mais obrigados a assinar inúmeras publicações oficiais. Assim, mais de mil publicações devem desaparecer e outras que quiserem sobreviver terão de arranjar anunciantes. "O governo não quer ser responsável pelo sustento do setor de mídia", explica Zhao Xiaobing, presidente da Global China Media Consulting.

Hoje já há mais de 50 edições locais de títulos internacionais. Computerworld, Network World e PC Magazine estão entre os títulos de tecnologia. Para homens de negócios há Forbes, Fortune e Harvard Business Review. O público feminino também está bem servido de variedade com revistas como Marie Claire, Madame Figaro, Modern Bride e Harper?s Bazaar.

Com o avanço da liberalização, está ficando claro que os chineses já não se contentam com meras traduções. Houve uma época em que eles queriam ler qualquer coisa, pois era sua única janela para o mundo. Agora, porém, o conteúdo tem de ser mais voltado ao contexto local.

Apesar das boas perspectivas de negócios, ainda há muitas barreiras para as publicações que querem inundar o imenso mercado potencial. A distribuição é complicada, feita pelo correio ou por pequenas empresas locais. Editoras estrangeiras têm de se associar a empresas locais, que serão sempre majoritárias no negócio, ou enfrentar concorrências de licenciamento de conteúdo. Assim, há revistas produzidas em Hong Kong, onde há menos restrições, para depois serem exportadas ao continente. Outro empecilho é o regime repressivo, que impede a publicação de notícias mais delicadas ou a discussão de certos temas.