CNN vs. FOX
Durante a cobertura da explosão do ônibus espacial Columbia, a briga por imagens da tragédia ficou ainda mais acirrada entre as emissoras de TV americanas. A CNN, ao perceber que a Fox estava retransmitindo suas imagens, tratou de colocar um logotipo do canal na tela, que acabou aparecendo na rede rival; a Fox só mudou a programação quando a outra emissora decidiu focalizar seu correspondente, Miles O?Brien.
O vídeo exclusivo da estação WFAA-TV, de Dallas (que tem um acordo com a CNN), também foi usado pela CBS num programa especial, e a rede só pediu permissão para reproduzir as imagens depois que elas já haviam sido exibidas. O presidente da CBS News, Andrew Heyward, alegou que, em caso de emergências nacionais, o uso das imagens era necessário e justo: "De vez em quando, aparece um vídeo de tamanho valor noticioso que não é possível mantê-lo fora do ar".
David Bauder [AP, 17/2/03] conta que, embora a CNN também acredite que o evento justificava o uso coletivo das imagens, seus executivos estão chateados com a Fox. "É uma posição perfeitamente aceitável em emergências, mas é raro que as redes cheguem ao extremo de acobertar isso em vez de dar crédito adequado", declarou a porta-voz Christa Robinson.
Anúncios polêmicos
A tensão entre CNN e Fox cresceu após a veiculação de um comercial da emissora de Rupert Murdoch em publicações de TV a cabo. "Nós reportamos. Você joga golfe", dizia o anúncio, que mostra uma bola de golfe sendo jogada num buraco com a bandeira da CNN. A imagem, informa o New York Daily News em 17/2/03, faz alusão ao fato de que o principal âncora da casa, Aaron Brown, continuou jogando na Califórnia no dia da tragédia do Columbia e não voltou correndo ao estúdio. "Esse anúncio não merece resposta", disse a porta-voz da emissora.
Outro comercial da Fox também causou polêmica, dessa vez na revista de esquerda The Nation. Os executivos da publicação esperavam críticas por terem aceitado um anúncio de página inteira do canal que a própria The Nation já descreveu como "porta-voz da direita", mas foram surpreendidos com centenas de cartas, e-mails e telefonemas furiosos, além de cancelamentos de assinatura. Segundo o New York Times (17/2/03), a publicação explicou que sua política de anúncios estabelece que qualquer comercial será aceito, mesmo que contenha visões consideradas ofensivas.