Minorias nas redações

THE WASHINGTON POST

Em sua coluna do dia 8 de abril Michael Getler, ombudsman do Washington Post, aproveitou os números oferecidos durante o encontro anual da ASNE (American Society of Newspaper Editors) para falar da presença de minorias nas redações do país. Embora a mudança não tenha sido significativa, disse ele, foi a primeira vez em 23 anos da ASNE na condução do censo que o número decaiu ? de 11,85% em 1999 para 11,64 em 2000.

A organização explicou que a principal razão do declínio foram os salários, que fizeram com que muitos deixassem as redações em busca de outros tipos de emprego. Para Getler, dois pontos fundamentais devem ser extraídos dos resultados da pesquisa: primeiro é preciso novo entusiasmo e liderança para trazer o assunto, que fora grande preocupação na década passada, à tona novamente. E o movimento deve vir de cima, incitado pelos próprios editores. Em segundo lugar, deve-se prestar mais atenção ao que acontece a esses jornalistas de grupos descriminados dentro dos jornais.

Enquanto a pesquisa indicou que os grandes jornais dos EUA têm em média 18,4 % de sua redação composta por membros de um grupo minoritário, o Post teria 19,5%. Contudo, disse Getler, o número do Post seria praticamente o mesmo de cinco anos atrás, e não refletiria da mesma forma em cargos mais altos.

Para o ombudsman, diversidade não trata apenas de números, raça, etnia ou gênero, porque também significa pessoas de diferentes classes econômicas e sociais e com diversos tipos de formação. Trata-se de um jornalismo apurado e sagaz e de como os jornais irão sobreviver em uma mídia e em um país cada vez mais diversificados. "A diversidade está ligada às formas como os jornalistas interagem nas redações, descobrindo notícias e produzindo idéias. Por isso que precisamos das minorias como editores e não só repórteres", concluiu. "Isso é bom jornalismo e bom negócio."