PUBLICIDADE ENCOLHIDA
“Investimento em publicidade deve cair 7% este ano, somando R$ 12 bi”, copyright O Globo, 29/10/02
“O mercado publicitário brasileiro deve encolher entre 5% e 7% este ano, em comparação com 2001, com os investimentos no setor movimentando cerca de R$ 12 bilhões. A disparada do dólar, os juros altos e as incertezas do período pré-eleitoral afastaram parte dos anunciantes da grande mídia, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Propaganda, Armando Strozenberg, que promove até a próxima quinta-feira a 27 edição do Festival Internacional de Publicidade do Rio.
– Vivemos uma série histórica de crescimento excelente até 99, quando a perda de poder aquisitivo no mercado interno e uma certa instabilidade passaram a pressionar o mercado publicitário – disse Strozenberg.
Mídia nas ruas é segmento que vem crescendo
Segundo ele, no entanto, apesar da queda registrada na veiculação de peças publicitárias nas mídias de massa (televisão, rádio e impressos), houve um aumento na produção de material publicitário de outros segmentos, como malas diretas, folhetos e fotografias. Outro setor que cresceu bastante, de acordo com o presidente da ABP, é o de mídia externa em mobiliários urbanos, como pontos de ônibus, relógios digitais e rotativas (equipamentos instalados nas calçadas nos quais duas peças publicitárias se revezam).
Entre os setores cujos investimentos em publicidade foram mais afetados este ano estão os de varejo, mercado financeiro e a área de serviços (como planos de saúde). Mas a tendência, de acordo com Strozenberg, é de recuperação a médio prazo:
– O momento atual ainda é de expectativa. Mas acredito que precisa haver um fortalecimento do nosso setor e vamos buscar isso junto às autoridades no novo governo – afirmou o executivo.
Festival recebeu três mil trabalhos este ano
Já o festival de publicidade, que há dois anos tornou-se um evento internacional (restrito a trabalhos de língua latina), recebeu este ano a inscrição de três mil peças. Entre os palestrantes está o vice-presidente da McCann Erickson da América do Norte, Nat Puccio, responsável pelo anúncio ?Não tem preço?, do cartão de crédito Mastercard:
– O Brasil é um mercado com grande potencial para a publicidade e a produção nacional tem uma qualidade inquestionável – afirmou o executivo da agência.”
CBF vs. JUCA KFOURI
“Mais uma sábia sentença”, copyright Lance, 26/10/02
“A goleada continua. Mais uma vez a CBF, ou seu presidente, vê frustrada a tentativa de cercear o sagrado direito de crítica.
Desta vez, o gol foi marcado pela juíza Daise Fajardo Nogueira Jacot, da 36? Vara Cível de São Paulo, que não só absolveu este colunista como condenou a CBF ao pagamento das custas do processo e dos honorários advocatícios – mais um dinheiro que sai da entidade para pagar os caprichos autoritários de seu comandante.
Caprichos que, como demonstraram as CPIs, são regiamente pagos a um escritório de advocacia carioca que tem como função, conforme Teixeira já confessou em entrevista ao jornal ?Estado de Minas?, apenas seguir o que escreve e diz este escriba.
Quis a CBF que o jornalista fosse condenado por danos morais, em R$ 108.800,00 por chamá-la, ainda nos tempos em que assinou sua coluna na ?Folha de S. Paulo?, de Casa Bandida do Futebol.
Eis o sumo da sentença da juíza, que dá razão à defesa da advogada Taís Borja Gasparian (tudo o que está entre parênteses é deste autor): ?O fato de a autora (a CBF) ser uma Associação Civil de Direito Privado incumbida de administrar, dirigir, controlar, difundir e incentivar, em todo o país, a prática do futebol profissional e não profissional, em todos os níveis, como também de promover a realização de campeonatos e torneios de futebol, com a participação de representantes regionais ou de entidades de futebol filiadas às entidades estaduais, além das diversas outras incumbências inseridas no seu objetivo, a coloca em grande destaque ante a toda sociedade brasileira, de tal forma a inspirar inegável ?interesse público?. Bem por isso, tanto a autora quanto seus dirigentes são havidos como ?pessoas públicas?.
Nessa condição, a autora e também seus dirigentes assumem o ônus de ter seus atos e condutas permanentemente sujeitos a críticas da sociedade, dos cidadãos. Tal não os afasta da proteção constitucional nem libera a imprensa de qualquer responsabilidade pelo exercício da ?manifestação do pensamento? e da ?informação?, quando há invasão da esfera limítrofe traçada pela Constituição. No caso, já se viu, essa invasão não ficou configurada.
Embora o reclamo da autora, que se sente atingida em sua honra objetiva pelo escrito do requerido (Juca Kfouri), o certo é que tal escrito envolve crítica no contexto estabelecido, sem abuso. É sabido que a autora (a CBF) vem sendo alvo de crítica pela imprensa em geral, em razão dos atos praticados por seus dirigentes (eles poderiam dormir sem essa, não tivessem a petulância de fazer o que fazem e ainda querer que a imprensa não os denuncie). As tantas dúvidas e suspeitas levantadas a respeito culminaram com a instauração das mencionadas CPIs, divulgadas em todo o país?.
Com o que a juíza julgou a ação improcedente e extinguiu o processo.
Acareação
Nos próximos dias a Justiça do Rio de Janeiro promoverá um encontro, no mínimo, inusitado: deixará frente a frente o ex-sócio de Pelé, Hélio Viana, e José Carlos Salim, o homem do dinheiro na CBF.
Viana acusou Salim, publicamente, na CPI da CBF, de ter pedido comissão por fora para a Pelé Sports.
Ocorre que hoje em dia ambos estão do mesmo lado, freqüentam até as mesmas festas de aniversário da família Teixeira.
Se Viana negar, terá cometido perjúrio na CPI. Se confirmar, atingirá um dos mais antigos e importantes homens da Casa Bandida.
É de corar
Até Eduardo Farah ficaria corado se pedisse à Serasa, ou ao Poder Judiciário de São Paulo, as decretações de falência e as certidões de distribuições cíveis e criminais contra quem ele paga para fazer a imagem da Federação Paulista de Futebol.”
POLÊMICA / FSP
“Masturbação”, copyright Folha de S. Paulo
25/10/02
“?Sou assinante da Folha já há algum tempo. Tenho filhos pequenos que, assim que o jornal é entregue, correm para disputar quem vai ser o primeiro a ler os quadrinhos da Ilustrada. Ocorre que meu filho de nove anos, que gosta muito de ler o Folhateen, deparou-se em 21/10 com algo que o chocou profundamente (?Masturbação – Tudo o que meninos e meninas precisam saber?). Acredito realmente que, quanto mais cedo esclarecermos os nossos filhos, mais preparados eles estarão para a vida. Mas o que a Folha fez foi simplesmente adiantar-se muito à minha frente e, sem a minha permissão, exibir comentários e ilustrações que meu filho ainda não estava preparado para ver. A Folha mostrou ao meu filho algo que era de minha responsabilidade explicar -da forma como eu acredito ser adequada- para alguém de sua idade. Sua reação, claro, foi de espanto. E a minha, de indignação. A informação é válida? Sim, claro! Mas para cada idade existe uma forma de apresentar o assunto. Para um adolescente, o texto é esclarecedor, mas, para alguém de nove anos, não é de forma nenhuma adequado, já que gera mais dúvidas e temores sobre o assunto. Será que a partir de hoje terei de correr na frente de meus filhos para verificar qual o conteúdo do Folhateen e da Ilustrada?? Rita de Cássia Pezzo de Magalhães (Osvaldo Cruz, SP)
28/10/02
?Em relação à carta da leitora Rita de Cássia Magalhães (?Painel do Leitor?, 25/ 10), creio que ele não tenha razão para ?reclamar?. ?Teen? quer dizer ?teenager?, e trata-se de crianças a partir de 13 anos. Se seu filho gosta de ler o Folhateen, corre o risco de encontrar artigos que não irá entender e que poderão chocá-lo. Ele ainda não é ?teen?. Filhos pequenos têm a Folhinha para ler.? Meta Van Hien (Santo André, SP)”