GLOBO ON
Na última semana, o portal Globo On, versão virtual do jornal O Globo, mudou de cara. Menus trocaram de lugar, as fontes dos textos foram alteradas e o fundo ganhou mais cores. Pode-se dizer, de forma resumida, que o site ao mesmo tempo se aproxima e se distancia do diário impresso que o originou.
Por que se aproxima? Porque as linhas e as cores ? amarela, azul e verde ? remetem logo o internauta ao visual do jornal, criado em 1995.
Por que se distancia? A razão desta separação está mais no conteúdo do que na forma do Globo On. Antes, a atualização, salvo notícias que se destacassem ao longo do dia, ocorria próxima à meia-noite, e o núcleo das notícias era pura cópia do que estava reportado na edição do jornal impresso. Passava-se a impressão de que os fatos relevantes que ocorriam durante as 24 horas restantes eram simplesmente colados no site.
Agora, o portal sofre alterações à medida que as notícias vão chegando. Sim, ainda há uma edição online fiel do jornal O Globo. Porém, hoje essa versão virtual é apenas uma seção do site. Quanto mais recente, maior o destaque da notícia. Afinal, o que mais importa para um internauta ávido por novidades às 11 da noite: o que foi publicado no jornal no início do dia, ou o que acabou de acontecer?
A evolução do site nada mais é do que fruto do caráter de novidade da web. Trata-se de uma mídia recém-nascida, com a qual ainda não se sabe lidar direito. É um recurso mal explorado. Um caminho errado nos distanciará da melhor forma de utilizar a internet. Estamos, pois, num período de transformações, e a mudança de cara do Globo On é uma gota no oceano.
Sem dúvida, o site ainda não está na forma ideal. Há, por exemplo, muita informação na tela, confundindo o leitor e poluindo o visual. Não é um caso único: a web está repleto deles. Entretanto, só o fato de perceber que um site de notícias não pode ser tão parecido com um jornal impresso já representa para o Globo On um avanço ? lingüístico, tecnológico e jornalístico.
(*) Jornalista e analista de sistemas