THE NEW YORK TIMES
Nova dor de cabeça para o New York Times: no começo de julho, o jornal foi citado em não menos de 15 ações legais em Nova Jersey, inclusive uma que envolve milhares de queixosos. Cada um deles foi filmado no começo do ano pelo Learning Channel para o reality show Trauma: Life in the ER (“Trauma: a vida na UTI”, em português), produzido pela unidade de TV do Times.
O advogado dos acusadores, Gerald Clark, disse que seus clientes foram coagidos a assinar termos de cessão de direitos de imagem quando estavam extremamente feridos, sem condições de entender o tratamento que seria transmitido em rede nacional. “A declaração de direitos dos pacientes de Nova Jersey garante privacidade e dignidade, as quais acreditamos ter sido violadas”, disse.
De acordo com Marc S. Malkin [New York Magazine, 4/8], alguns dos queixosos nem chegaram a assinar o termo e outros foram avisados de que receberiam melhor tratamento se concordassem em ser filmados.
David McCraw, advogado do Times, insiste que seu cliente agiu de boa-fé. “Acreditamos que o programa não fere os princípios do jornalismo.”
Mortos não escrevem matérias, à exceção do NY Times. Segundo reportagem de Keith J. Kelly [New York Post, 29/7], o obituário do comediante Bob Hope trazia créditos de Vincent Canby, redator do Times que morreu em 2000.
O próprio sítio do Times disse que o jornalista havia morrido em 2000. Joseph Lelyveld, então editor-executivo interino, disse que não é a primeira vez que um redator morto fala de um sujeito que morreu depois.
“Ele escreveu o artigo e n&atiatilde;o tiraremos seu crédito dali”, disse Lelyveld. “Perceba que o repórter morto não noticiou a morte de Bob Hope no dia 27/7… Ele escreveu o artigo há alguns anos, e não mudou muita coisa na vida de Bob Hope desde então.”