MONITOR DA IMPRENSA
FREELANCERS vs. NYT
O público não liga muito para uma briga entre freelancers, tampouco tem simpatia pela exploração de escritores por conglomerados da mídia. Para atrair atenção, Jonathan Tasini compara seu caso na Suprema Corte à grande batalha do Napster (o programa de troca de música pela internet, cerceado pela indústria fonográfica), e Laurence Tribe baseia sua defesa na integridade de arquivos históricos.
"Isso afeta não só jornalistas, mas qualquer criador freelancer que é dono de seu próprio trabalho", diz Tasini. Os jornalistas dizem que editoras estariam usando seu trabalho ilegalmente em arquivos eletrônicos. As editoras, por sua vez, afirmam ter pago pelo trabalho freelance, do qual o arquivo seria apenas uma revisão da publicação original.
Depois de sete anos de batalha judicial, o caso dos freelancers será levado à Suprema Corte americana no dia 28 de março. Para Howard Kurtz, do Washington Post (19/301), a briga entre Tasini e o New York Times não deu muito o que falar pelo simples fato de que sua decisão não afeta diretamente a vida dos leitores. Alem disso, ironiza Kurtz, o presidente da União Nacional de Escritores não tem o perfil do Metallica, que reclama da pirataria do Napster, mas acredita que o caso pode despertar interesse quando a Suprema Corte ouvir os argumentos da "vítima".
O grande problema dessa decisão não é o pagamento de futuros escritores, e sim os milhões que teriam de ser pagos por arquivos antigos, e a resposta natural das editoras seria apagar tudo. Nesse caso, comentou o advogado Bruce P. Keller a Felicity Barringer e Ralph Blumenthal, do New York Times (19/3/01), todos sairiam perdendo. As editoras por futuros processos, o público porque os arquivos históricos ficariam incompletos, e os escritores porque seus artigos estariam fora dos arquivos.
Tasini discorda, e afirma que sua organização planeja construir um website em que escritores possam registrar seus copyrights. "Nosso objetivo não é impedir que esse material seja utilizado, só queremos receber o pagamento justo", diz ele.
Nada disso merece manchetes dramáticas, mas numa época em que a informação é cada vez mais essencialmente eletrônica, ressalva Kurtz, o detentor de seus arquivos significa mais que uma simples nota de rodapé.
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