REVISTAS
A despeito da crise por que passam as revistas, novos títulos devem surgir no mercado americano no próximo tempo, segundo matéria de Matthew Rose no Wall Street Journal [18/10/02]. Com o fim da Talk, em janeiro, seu diretor editorial Maer Roshan passou a se dedicar a um projeto próprio: a revista Radar. Ela será bissemanal e tratará de cultura e noticiário em geral, num estilo semelhante aos dos tablóides de fofocas. Revistas com temas amplos têm tido mais dificuldade para conseguir anunciantes porque estes preferem publicações mais específicas. Assim, um loja de roupas, por exemplo, prefere colocar propaganda numa revista de moda, que tem um público bem definido. No caso da Radar, segundo Roshan, apesar de os assuntos cobertos serem diversos, os leitores são de um grupo claramente restrito ? jovens profissionais. Acordo com o grupo American Media permitirá que o título tenha boa distribuição.
Anne Kreamer, que trabalhou para a Viacom na criação da revista Nickelodeon, quer explorar um nicho inusitado. Fix se dirigirá aos 20 milhões de alcoólatras, 12 milhões de viciados em medicamentos, 14 milhões de viciados em drogas ilícitas e 23 milhões de fumantes tentando parar que há nos Estados Unidos. Os anunciantes dessa publicação voltada para o abandono de vícios seriam principalmente da indústria farmacêutica. De olho no dinheiro da indústria automobilística ? nos primeiros nove meses de 2002 foi gasto US$ 1,23 bilhão em publicidade de carros nos EUA- , o ex-editor da Details, Tim Moss, quer abrir sua revista de automóveis, com o diferencial de que será "exageradamente estilosa".
Outro título novo, com lançamento previsto para o ano que vem, é Chow, que tratará de culinária. A idealizadora do projeto é Jane Goldman, ex-editora da finada Industry Standard. Ela quer atingir um público mais jovem que o atendido pela concorrência. Em Nova York, o editor-chefe da Spin, Alan Light, planeja lançar uma revista de música para adultos, que, por enquanto, leva o nome Good Music.
Enquanto umas revistas estão para nascer, outras morrem. A Time Inc. anunciou que deixará de publicar Sports Illustrated Women, título feminino que saía 10 vezes por ano. Ela começou a ser testada em 1997 e passou a ser publicada com regularidade em 2000. Esperava-se que o nome Sports Illustrated ajudasse nas vendas, mas na prática aconteceu o contrário. O título sugere que se trata de uma revista para pessoas que assistem a eventos esportivos, mas mulheres em geral se interessam mais pela prática de exercício que por acompanhar campeonatos na TV.
Sports Illustrated Women passou por várias fases. No começo, tratava mais de atletas mulheres, amadoras e profissionais. Finalmente, buscando maior vendagem, passou a falar mais de ginástica. A revista, que ainda terá edição derradeira em dezembro, tem circulação de 400 mil exemplares. Mesmo assim, não dá lucro, o que motivou seu fechamento. Ann Moore, executiva-chefe da Time Inc., assumiu essa divisão da AOL Time Warner após 10 anos de crescimento nos lucros. Por isso, não tem paciência com títulos deficitários. Há pouco, ela pôs fim à revista financeira Mutual Funds pelo mesmo motivo, como reporta, David Carr, do New York Times [17/10/02].