MÍDIA & GUERRA
A correspondente da NBC Ashleigh Banfield foi repreendida pela emissora por criticar a cobertura da guerra no Iraque feita pelos canais a cabo. Em palestra na Universidade do Estado do Kansas, no dia 25/4, a jornalista disse que a guerra foi tratada como um "filme glorioso e grandioso, com um monte de pessoas assistindo e anunciantes empolgados com o noticiário". Conta David Bauder [AP, 25/4/03] que Ashleigh também afirmou que os telespectadores não viam a realidade quando os soldados atiravam: "Os horrores foram totalmente deixados de fora".
Uma porta-voz da NBC declarou prontamente que Ashleigh não falava em nome da rede, "a qual ficou profundamente desapontada com os comentários". Andrew Grossman [Hollywood Reporter, 29/4] revela que Neal Shapiro, presidente da NBC, repreendeu a repórter. Segundo a porta-voz, "Ashleigh e nós concordamos que ela não pretendia diminuir o trabalho dos colegas, e vai escolher mais cuidadosamente as palavras da próxima vez".
A jornalista criticou a NBC por fechar a sucursal em Cabul, o que a emissora declarou não ser verdade. Mas Grossman relata que muitos não levaram os comentários a sério devido à falta de experiência de Ashleigh, ultimamente a serviço da MSNBC. "Acho que ninguém espera que Ashleigh Banfield estabeleça padrões de jornalismo", disse uma fonte interna. Além disso, correspondentes de guerra rebateram a acusação de que não mostraram os mortos e feridos nas batalhas. Eles alegaram ser impossível filmar os danos já que a artilharia e os tanques miravam alvos distantes.