Tuesday, 19 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Não muda nada

DIRETÓRIO ACADÊMICO

AVALIAÇÃO DOS CURSOS

Lídia Neves (*) e Ademar Possebom (**)

Mudam os critérios de distribuição das notas no ranking no Provão e o órgão responsável pela Avaliação das Condições de Oferta (ACO). Mas, na prática, não muda nada.

O Provão e a ACO continuam sendo pensados e elaborados dentro de gabinetes, sem a mínima preocupação em realizar avaliação institucional. Sabemos que a lógica da política de ranqueamento é a mesma da que não abre concursos para contratação de professores e da que não libera verbas para expansão das atividades nas Universidades Públicas. E nossa manifestação contra as duas avaliações tem também este valor incorporado, pois sabemos que não é possível querer qualidade nas aulas quando a política deliberada é de desincentivo.

O MEC continua fechado ao diálogo na medida em que decide, por si só, o que vai mudar ou não. Ao invés de estimular a discussão e a construção responsável em cada curso e em cada universidade, realiza consultas numa jogada de marketing que, mesmo malfeita, não tem sido desmascarada com respostas à altura.

Portanto, a "mudança" anunciada pelo MEC não representa um avanço mas, ao contrário, um retrocesso. Continua tudo na mesma e dá a impressão superficial de que o MEC é flexível e que as críticas agora não ter mais razão de ser.

O que nós queremos é avaliação. Queremos processos avaliativos que demonstrem quais os problemas de cada instituição e busquem trabalhar democraticamente pelas melhorias, e não rankings e conceitos para saber quais são as melhores e as piores da vez. Se não for desta forma, não é avaliação.

(*) Estudante de jornalismo da Universidade de São Paulo e Secretária de Políticas Educacionais da ENECOS (Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social)

(**) Estudante de jornalismo da Universidade Federal do Espírito Santo e Coordenador Geral da ENECOS.

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