Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

No olho do furacão

THE WASHINGTON POST

Áreas atendidas pelo Washington Post foram recentemente atingidas pelo furacão Isabel e, posteriormente, por uma tempestade, que deixou boa parte dos moradores sem energia elétrica. Nesta situação, a única fonte de informações de muitas pessoas passou a ser o jornal. Como aponta o ombudsman do Post, Michael Getler, em coluna de 28/9, o diário fez uma cobertura intensiva das conseqüências desses desastres naturais. Uma grande equipe de repórteres e fotógrafos se destacou e diversos leitores reconheceram o valor do trabalho. "Foi a cobertura mais abrangente que eu poderia imaginar", escreveu um deles.

Houve, no entanto, um grupo de leitores que não gostou da postura do jornal. Reclamam que o trabalho de reativação do sistema elétrico pelas companhias energéticas ? que deixou a desejar em algumas regiões ? deveria ter tido um acompanhamento mais de perto. A campeã de queixas foi a Potomac Electric Power Co. ? ou simplesmente Pepco ?, que teria "criado uma fortaleza impenetrável para o contato dos clientes", como disse um leitor. "Por que a empresa se preparou tão mal para uma tempestade que era prevista há dias?", perguntou outro.

O editor sênior da revista New Republic, Gregg Easterbrook, escreveu coluna na internet acusando o Post de omissão. Ele denunciou que o presidente da Pepco, John Derrick Jr., assistia tranqüilamente a uma orquestra na noite de sábado em que meio milhão de clientes de sua empresa ficaram no escuro. Alguns leitores completaram que queriam ver menos matérias sobre o drama de pessoas comuns e mais sobre questões que importam a muita gente, como a das concessionárias de energia.

Getler comenta que, em sua opinião, o jornal fez um bom trabalho, mas que ficou claro que as pessoas sentem mais quando uma cobertura de um assunto local não tem a profundidade desejada do que quando isso ocorre com uma empresa como a Enron ou com uma agência federal.