THE WASHINGTON POST
Áreas atendidas pelo Washington Post foram recentemente atingidas pelo furacão Isabel e, posteriormente, por uma tempestade, que deixou boa parte dos moradores sem energia elétrica. Nesta situação, a única fonte de informações de muitas pessoas passou a ser o jornal. Como aponta o ombudsman do Post, Michael Getler, em coluna de 28/9, o diário fez uma cobertura intensiva das conseqüências desses desastres naturais. Uma grande equipe de repórteres e fotógrafos se destacou e diversos leitores reconheceram o valor do trabalho. "Foi a cobertura mais abrangente que eu poderia imaginar", escreveu um deles.
Houve, no entanto, um grupo de leitores que não gostou da postura do jornal. Reclamam que o trabalho de reativação do sistema elétrico pelas companhias energéticas ? que deixou a desejar em algumas regiões ? deveria ter tido um acompanhamento mais de perto. A campeã de queixas foi a Potomac Electric Power Co. ? ou simplesmente Pepco ?, que teria "criado uma fortaleza impenetrável para o contato dos clientes", como disse um leitor. "Por que a empresa se preparou tão mal para uma tempestade que era prevista há dias?", perguntou outro.
O editor sênior da revista New Republic, Gregg Easterbrook, escreveu coluna na internet acusando o Post de omissão. Ele denunciou que o presidente da Pepco, John Derrick Jr., assistia tranqüilamente a uma orquestra na noite de sábado em que meio milhão de clientes de sua empresa ficaram no escuro. Alguns leitores completaram que queriam ver menos matérias sobre o drama de pessoas comuns e mais sobre questões que importam a muita gente, como a das concessionárias de energia.
Getler comenta que, em sua opinião, o jornal fez um bom trabalho, mas que ficou claro que as pessoas sentem mais quando uma cobertura de um assunto local não tem a profundidade desejada do que quando isso ocorre com uma empresa como a Enron ou com uma agência federal.