OBSERVATÓRIO ELEITORAL
Alexandre Martins (*)
A imprensa foi o principal veículo formador de opinião pública a respeito do assunto eleições até o começo do horário eleitoral no rádio e na TV. Os plenos poderes da mídia impressa agora passam a ser divididos com os publicitários dos candidatos ? conhecidos como marqueteiros ?, que assumem parcela importante na massificação de informações a respeito das candidaturas que se apresentam e de suas propostas para conduzirem o país.
De janeiro a agosto, o peso de um editorial ou de uma manchete de primeira página chegou a derrubar candidaturas como a de Roseana Sarney, por exemplo. E, mesmo que reste grande poder de influência à imprensa, a capacidade de massificação dos programas eleitorais gratuitos é muito superior. Os horários gratuitos alcançam audiências ainda insuperáveis por qualquer jornal, telejornal ou programa de rádio.
Resta à imprensa a vantagem de gozar de maior credibilidade junto à opinião pública, assim como também mais confiabilidade e veracidade em relação às propagandas eleitorais. Por isso estou certo de que uma notícia vale mais do que um anúncio. Os candidatos, como produtos que são, necessitam muito das ferramentas do marketing. Mas pouco adianta se o candidato também não contar com o aval da imprensa sobre a idoneidade das mensagens que transmite nos horário eleitorais gratuitos.
O IBEC é especialista em dizer aos seus clientes que notícia não tem preço e, se tivesse, custaria mais do que anúncio. Isso é uma verdade para o mercado em geral; mas, tratando-se de eleições, a pergunta do título deste artigo ainda não tem resposta.
Valor cordial
O diário Valor Econômico foi o único dos veículos com grande influência na opinião pública que até agora não publicou uma única matéria contra qualquer candidato a presidência.
Trauma de 89
Lula nunca foi tão festejado em um veículo de Roberto Marinho. Desde junho que a quantidade de matérias positivas publicadas pelo jornal O Globo a respeito do candidato petista supera, de longe, as matérias negativas para a formação da imagem de Lula.
Quinta coluna?
O presidente Fernando Henrique foi um dos personagens que mais colaborou para a formação da imagem positiva de Anthony Garotinho na imprensa. FH só perde mesmo para o próprio candidato e para seu partido, o PSB. Mas fica na frente de Miguel Arraes, Tito Ryff e da esposa do candidato, Rosinha Matheus.
Serra vence debates
No que dependeu da imprensa, o candidato José Serra venceu os debates realizados até hoje. É que a quantidade de matérias favoráveis ao candidato tucano sobre o assunto "Debates" supera a de qualquer outro.
O que a imprensa diz…
De tudo o que foi publicado a respeito das eleições 2002 entre 26 de maio e 11 de agosto pelos 12 veículos de imprensa mais influentes do país [veja relação abaixo], o IBEC pode afirmar que:
** Serra é o candidato mais positivo
** Lula é neutro
** Ciro é o mais negativo
** Garotinho está fora do páreo
Candidatos positivo |
|||
1 Serra |
157.468.960 |
60.525.322 |
+ |
2 Lula |
151.712.027 |
63.522.520 |
+ |
3 Ciro |
114.221.135 |
69.232.774 |
+ |
4 Garotinho |
49.228.302 |
36.838.403 |
+ |
Números em centímetros
Veículos pesquisados: Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Valor Econômico, Correio Braziliense, Estado de Minas, Zero Hora, Veja, Época e IstoÉ.
(*) Jornalista, diretor de pesquisas do Instituto Brasileiro de Estudos da Comunicação (IBEC)
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