THE NEW YORK TIMES
Entrou em vigor na New York Times Co. um novo código de ética, após dois anos de revisão que incluíram negociações com o sindicato de trabalhadores local. O código cobre todo tipo de assunto, desde trabalho freelance a participação em premiações, mas as maiores mudanças se relacionam à propriedade de ações e ao envolvimento com a vida pública.
Anteriormente, apenas jornalistas da seção de negócios estavam proibidos de ter ações das companhias que cobriam. Sob a nova política, nenhum funcionário da redação pode ter interesses financeiros numa entidade que cobre regularmente, seja como repórter ou editor. Os colunistas de negócios e os principais editores do jornal também serão impedidos de controlar ações de qualquer outra companhia que não o New York Times Co..
Keith Woods, professor de ética do Poynter Institute, acredita que tais restrições são muito severas. “É como pedir a um repórter para não votar”, compara. Mas Byron Calame, vice-editor administrativo do Wall Street Journal, acredita que tirar as dúvidas sobre conflitos de interesses em potencial vale tamanho rigor; o próprio Journal há muito tempo proíbe repórteres de ter ações das companhias que cobrem.
Segundo o presidente do sindicato, Barry Lipton, o Times fez algumas concessões aos funcionários no código: em alguns casos, a companhia vai pagar para garantir que não percam dinheiro liquidando suas ações, e não vai mexer nas ações de familiares próximos. Joe Strupp [Editor & Publisher, 13/01/03] informa que o código também proíbe que os funcionários concorram a cargos públicos, contribuam para campanhas políticas, façam parte de comissões governamentais ou participem de passeatas.