THE NEW YORK TIMES
A edição de 9/10 do New York Times surpreendeu os leitores ao trazer a página de esportes impressa de cabeça para baixo, atrás da seção metropolitana. "É um marco, que rivaliza com a decisão do Times de imprimir páginas em cor, alguns anos atrás", disse o crítico de mídia Jon Katz. "Flip-Over Sports", como o jornal apelidou o novo e temporário formato, foi a solução encontrada para acomodar as notícias de esporte e cotidiano, liberando espaço para matérias sobre a guerra e o terrorismo. O Times continua a publicar "A Nation Challenged", seção diária adotada desde 18/9 que, acreditam seus editores, conferiu ao jornal uma forte presença na cobertura das conseqüências dos atentados.
No entanto, observa Paul D. Colford [New York Daily News, 10/10/01], mesmo os leitores mais devotos do jornal se sentem inundados de matérias produzidas diariamente pelo batalhão de repórteres ao redor do mundo. "Não conheço ninguém que tenha tempo para ler tudo", afirmou Katz. "O Times agora reflete dois impulsos conflitantes. A vida tem que seguir em frente, e a seção de esportes é um lembrete disto. Mas ele também está competindo com a mídia instantânea, na web e a cabo, e outros jornais ao cobrir a história. Até onde irão?"
ATAQUES ANUNCIADOS
Dezessete organizações de mídia sabiam na sexta-feira anterior que os ataques americanos eram iminentes, quando o Pentágono chamou 40 repórteres aos porta-aviões USS Carl Vinson e USS Enterprise. Segundo Howard Kurtz [The Washington Post, 9/10/01], houve um entendimento implícito de que os jornalistas deveriam manter silêncio ? e de fato, ninguém espalhou a notícia.
"Acreditamos que a cobertura da mídia é e continuará a ser feita de forma responsável", disse Torie Clarke, porta-voz do Pentágono. para os porta-aviões. Eram profissionais de veículos como New York Times, Washington Post, CNN, ABC, Wall Street Journal, Baltimore Sun, NBC, CBS, Fox, Associated Press, Reuters, Time, Sky News, Bahrain Television, Times de Londres, Black Star e a britânica ITN.
Mas as organizações de mídia não estão muito satisfeitas. "Foi um bom começo nos ter a bordo. Mas estamos interessados em ter acesso às tropas americanas, onde quer que estejam", disse Robin Sproul, chefe da sucursal de Washington da rede ABC. Para Phil Bennet, do Post, permitir a entrada de repórteres nos porta-aviões é ótimo, mas este acesso "raramente rende o tipo de informação que consideramos decisiva para compreender o escopo, a natureza ou o sucesso das operações".