Depois de admitir que sua cobertura do caso Wen Ho Lee ofereceu mais fumaça que fogo, o New York Times prometeu estudar mais profundamente seus padrões de reportagem.
A promessa de melhoria é muito comum no meio noticioso após um veículo ser jogado contra a parede, mas o Times parece genuinamente decidido a exterminar fatos mal apurados. Segundo matéria de David Carr [Inside.com, 17/10/00], não apenas se iniciaram as discussões na redação, mas leitores do jornal que acharam que o Times errou em determinada notícia terão, em breve, acesso a um procedimento novo que acatará suas reclamações. Leitores descontentes poderão discar para uma linha de comentários do leitor ou enviar e-mail à central de reclamações do Times.
"Publicaremos um anúncio diário na segunda página convidando leitores a nos telefonar ou escrever sobre erros e correções, mas também sobre suas grandes preocupações", escreveu Joseph Lelyveld, editor-executivo do Times, à equipe.
Nos primeiros 225 dias do ano, o jornal publicou 1.739 correções – uma média de 6,28 correções por dia –, 11% a mais que o mesmo período do ano anterior. A fase mais crítica do jornal nos últimos tempo ocorreu entre 17 de setembro e 7 de outubro. Cerca de 20 tipos de erros foram cometidos no período, desde a publicação do número errado da loto, até incorreções quanto à posição política do governante da pequena Staten Island, ilha ao sul de Nova York.
Doravante, o Times irá além das correções. Publicará reportagens completas em casos nos quais houver erros tão sérios que as manchetes e os lides publicados originalmente não mais fizerem sentido.
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