Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

O Caso da Fita, verso e reverso

"Novo presidente da ABI", copyright Informe ABI <www.abi.org.br>, 28/7/00

"Fernando Segismundo Esteves é o novo presidente da Associação Brasileira de Imprensa, eleito que foi pelo Conselho Administrativo da entidade, por 34 votos entre os 37 conselheiros que votaram (2 dos 45 titulares ainda chegaram a comparecer, mas a votação já tinha se encerrado). A posse foi imediata e Segismundo, homenageando Barbosa Lima Sobrinho, disse que considerava a presidência da ABI ‘um lugar para trabalhar pelo país’, acrescentando que também teria de se preocupar com as questões da categoria e administrativas.

O novo presidente tem longa tradição de atuação na ABI, onde secretariou Herbert Moses e participou de várias diretorias. Atualmente presidia o Conselho Administrativo. Sob o regime militar instaurado em 1964, foi presidente substituto de Prudente de Morais, neto, e Danton Jobim, por dilatados períodos, e presidente eleito pelo Conselho Administrativo, no ano de 1978, até passar o cargo a Barbosa Lima Sobrinho, para cuja eleição colaborou.

‘E talvez só houvesse concordado definitivamente em disputar a presidência da ABI quando apelei para que Fernando Segismundo viesse colaborar conosco e ele concordou, num gesto que o dignifica e enobrece, aceitando um posto que oferece maiores perspectivas à sua inteligência e ao seu nunca desmentido amor a esta Casa de Jornalistas.’ (Barbosa Lima Sobrinho, discurso de posse, maio de 1978).

Segismundo trabalhou em vários jornais, especialmente no Diário de Notícias, onde ficou 37 anos. Em defesa da ABI e do ideal democrático, foi detido várias vezes, preso e processado (inquéritos policiais-militares ), mas absolvido sempre. Dentre os muitos episódios vivenciados em favor da ABI e da sociedade, gosta de recordar a delegação que lhe foi conferida pelo Conselho Administrativo para negociar com o ministro Petrônio Portela o retorno do país ao Estado de Direito (governo do general Ernesto Geisel, 1977/1978).

Ao lado de Prudente de Morais, neto, e Barbosa Lima Sobrinho, concorreu para desfazer a versão oficial do ‘suicídio’ de Vladimir Herzog (1975). Era presidente em exercício quando da explosão de uma bomba no 7º andar da sede da ABI, destruindo-o parcialmente. Por causa disso foi detido pela polícia e submetido a inquérito."

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