MONITOR DA IMPRENSA
FONTES ANÔNIMAS
A reportagem de Rick Reilly na Sports Illustrated sobre os planos de Michael Jordan voltar a jogar é mais um dos perigosos casos de fontes anônimas, diz Ed Sherman (Sports Media, 16/3/01). A pista de Reilly foi suficiente para acordar o resto da imprensa. Muitos, inclusive o Tribune, reagiram com informações vindas do empresário de Jordan, David Falk, que desmentiu a historia.
A matéria da SI se baseava em fonte "muito próxima de Jordan". Outras citações da mesma pessoa na reportagem revelaram o "misterioso anônimo" Charles Barkley, que teria dito também pretender voltar no próximo ano. Barkley disse que não poderia falar por Jordan, mas aparentemente pôde para Reilly.
"Não sabia que a circulação da SI estava ruim a ponto de terem que apelar dessa forma", disse Peter Vescey, da TBS e da NBC. Como regra geral, um editor insiste em saber a identidade da fonte antes da publicação. Sem a precisão de informações, a credibilidade jornalística se torna questionável.
CHICAGO TRIBUNE
Em comemoração aos seus 154 anos de existência, o Chicago Tribune apareceu de cara nova. Em 1922, o aniversario de 75 anos foi celebrado com uma competição internacional de arquitetura, para definir quem desenharia os novos prédios do aniversariante na Michigan Avenue, em Chicago; em 1997, um artista foi contratado para iluminar a Tribune Tower. Desta vez, o presente foi a reformulação do jornal.
No dia da grande transformação, 19 de marco de marco de 2001, a editora Ann Marie Lipinski escreveu sobre as mudanças, lembrou os grandes feitos do jornal e enfatizou, por último, que os valores permanecem. Segundo Ann, leitores foram ouvidos antes de serem definidas as modificações. Títulos e manchetes aprimorados, páginas mais estreitas, índices para facilitar a leitura e a expansão da cobertura numa série de áreas são algumas delas.
A primeira edição do Tribune saiu em 10 de junho de 1847, com quatro páginas e 400 cópias vendidas. Hoje, o jornal de 16 seções é distribuído em todos os Estados Unidos. Numa retrospectiva de sua história, publicada um dia antes da reformulação, Ron Grossman e Charles Leroux (Chicago Tribune, 18/3/01) lembraram os leitores dos marcos importantes para o desenvolvimento do jornal e da imprensa americana em geral. O pioneirismo no fotojornalismo em cores, a primeira mulher como correspondente de guerra, a primeira coluna sobre saúde, vinho e muitos outros.
Uma das conhecidas histórias do Tribune foi a experiência ? que não deu certo ? de simplificar palavras. Em vez de though, por exemplo, se escrevia tho. Naquele dia de 1934, o repórter James O?Donell Bennett anunciava a invenção com a frase "E agora deixe a voz do povo rugir". Desta mesma forma, Grossman e Leroux deram as boas-vindas às novidades do Tribune em 2001.
Na terça-feira, um dia após a estréia do jornal de cara nova, o editor Don Wycliff escreveu sobre a reação dos leitores. Segundo ele, 75% das 800 ligações e e-mails recebidos na segunda-feira foram de reclamações sobre o novo layout. Ele se mostrou compreensivo e justificou algumas mudanças, ressaltando que reajustes serão feitos de acordo com as conversas com o público.
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