NOTAS DE UM LEITOR
Luiz Weis
Está no ar mais um site imperdível para jornalistas da área internacional: The War in Context (http://warincontext.org). Como diz o editor sênior da revista Time, Tony Karon, trata-se de "uma dieta diária essencial de opiniões e relatos diversos, indispensável a quem quer que busque uma perspectiva amplamente informada sobre o confronto dos Estados Unidos com o Iraque e a guerra ao al-Qaeda".
É até mais do que isso. As reportagens, entrevistas, depoimentos, artigos e editoriais que ali aparecem diariamente cobrem também política interna americana, o conflito israelense-palestino, Coréia do Norte, economia ? e a própria mídia. Haja tempo de ler.
Uma seleção semanal vai por e-mail aos assinantes (como no caso do site Jewish Peace News, que tem a mesma embocadura, de um ângulo mais restrito, a assinatura é gratuita).
Quem toca a operação é um certo Paul Woodward. Este leitor pediu-lhe que se identificasse, porque, no site, dele só há o nome. A sua resposta:
"Não tenho credenciais formais que possam acrescentar credibilidade ao meu julgamento editorial. Tudo que posso dizer é que sou bem viajado, bem lido, sei me locomover pela web e conheço a América por dentro (tendo vivido aqui durante 14 anos) e por for a (cresci na Inglaterra). Minhas inclinações políticas, embora obviamente de esquerda, são acima de tudo internacionalistas".
Além dos textos, o The War in Context traz na coluna da esquerda da homepage um certo número de links para órgãos de mídia, serviços de busca e consulta, instituições de governo e entidades de todo tipo. Coisa de truz: são 325.
Da série "Quero o meu dinheiro de volta". Ganha uma permanente para qualquer sala de espetáculos do Brasil o leitor não iniciado que entendeu a crítica da peça "Temporada de Gripe", por Sergio Salvia Coelho, publicada em 20/9 pela Folha de S.Paulo, que, salvo engano, continua sendo um jornal para o grande público.
O atentado contra o leitor comum começa no antetítulo, que contém um "vazio metalinguístico", passa pelo título "Texto narcisista ofusca seu próprio conteúdo" e chega ao auge em passagens do texto como "o teatro é um simulacro vazio num mundo indecifrável", "impedidos a cada passo de mergulhar na angústia das personagens pela função metalinguística do texto" e "desamparam ainda mais a vacuidade calculada?".