THE WASHINGTON POST
Em 1o de agosto, uma coluna na seção que trata de assuntos metropolitanos no Washington Post noticiou o espancamento e estupro de um estudante da Universidade de Maryland após ser capturado enquanto praticava cooper na rua. Um leitor da área ligou a Michael Getler, ombudsman do Post, para saber por que o jornal não incluiu na reportagem a descrição do suspeito, ao contrário do noticiário na TV.
A polícia local informou que "o suspeito é descrito apenas como um homem negro, de menos de 30 anos, com mais de 1,80m e forte". Segundo Getler [The Washington Post, 12/8/01], seu jornal tinha a descrição, mas não a publicou porque os editores julgaram-na muito vaga para ser útil.
O manual de redação do jornal diz que, "em geral, base racial e étnica não deve ser mencionada a menos que seja claramente relevante". No recente caso, ocorrido em Hyattsville, a informação não foi muito específica, apesar de publicada pela polícia. Deveria o Post ter segurado informações que a polícia tornou públicas em um release, repassado por emissoras de TV? Mesmo vaga, poderia a descrição ter sido útil de alguma forma a leitores da área? Ou isso apenas alimentaria o perigoso e injusto estereótipo racial que inflama o preconceito sem ser legitimamente útil na apreensão de suspeitos?
São questões complicadas que fogem ao alcance do leitor, discutidas apenas internamente. Jo-Ann Armao, chefe de redação do caderno metropolitano, deixa claro que o Post seguiu os padrões jornalísticos determinados pelo manual no caso de Hyattsville.