O Estado de S. Paulo

ASPAS

"As Organizações Globo anunciaram ontem a aquisição do jornal Diário Popular de São Paulo, cujo controlador era o ex-governador Orestes Quércia. O valor da transação não foi divulgado, mas analistas do mercado editorial e executivos das duas empresas avaliam o negócio em R$ 180 milhões, dos quais a metade corresponderia a dívidas, entre as quais as trabalhistas. Os diretores do Diário Popular foram comunicados da venda no fim da tarde e na sua edição de hoje o jornal paulista deve estampar comunicado oficial que não havia sido divulgado pelas Organizações Globo até o fechamento dessa edição."

"O ex-governador Orestes Quércia (PMDB-SP) anunciou ontem a venda do jornal ?Diário Popular? para as Organizações Globo.

A Folha apurou que o negócio foi realizado por R$ 200 milhões, sendo que as Organizações Globo irão assumir R$ 100 milhões em dívidas da empresa. O valor da compra não foi oficialmente confirmado por nenhuma das partes até o fechamento desta edição.

Por volta das 18h, Quércia, proprietário do ?Diário Popular? até ontem, deu a notícia da venda do jornal ao diretor de Redação, Joaquim Alessi. Este comunicou o fato aos editores, que transmitiram a informação à Redação.

O novo superintendente do jornal deverá ser Luiz Eduardo Vasconcelos, que atualmente exerce a função de diretor-geral do jornal ?O Globo?. Ele deverá assumir suas novas funções na próxima segunda-feira.

A Folha apurou que não há intenção imediata de mudar o nome do veículo.

De acordo com dados do IVC (Instituto Verificador de Circulação), o ?Diário Popular? vendeu, em média, 167 mil exemplares aos domingos, no último mês de fevereiro. Nos dias úteis, a venda média foi de 123 mil exemplares naquele mês.

As Organizações Globo confirmaram, no início da noite de ontem, por intermédio de sua assessoria de imprensa, a compra do ?Diário Popular?.

João Roberto Marinho, vice-presidente das Organizações Globo, e Luís Eduardo Vasconcelos, diretor-geral do jornal ?O Globo?, estavam reunidos à noite no edifício-sede do jornal, no centro do Rio, com outros executivos do grupo.

De acordo com a assessoria de imprensa, a empresa não se pronunciaria ontem sobre a compra.

A Folha procurou ontem, às 19h, por telefone, Roberto Irineu Marinho, vice-presidente das Organizações Globo. Sua secretária informou que ele não estava no Rio de Janeiro e que não poderia ser localizado naquele instante.

Quércia foi procurado pela Folha, das 18h às 20h, em seu escritório, mas não atendeu às ligações. Sua secretária informou que ele ligaria de volta, o que não ocorreu até o fechamento desta edição."