INTERNET
"Provedores querem superar as limitações", copyright O Estado de S. Paulo, 21/10/01
"Alguns analistas acreditam que o crescimento da base de usuários de Internet no País esteja chegando a um limite. As pessoas que podem ter microcomputadores em casa e pagar a conta telefônica já estariam acessando a rede. Os provedores de acesso vêem, porém, dois fatores que podem incentivar o crescimento da rede no País: os programas de financiamento de PCs e os planos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de implementar um regime de preço único de ligações para o acesso à Internet, independentemente de sua duração.
O presidente da Anatel, Renato Navarro Guerreiro, pretende editar as regras para as mudanças na cobrança das ligações até o fim do ano. Entre as empresas que lideram programas de financiamento de computadores a preços populares estão o SBT, a Microsoft, a Globo e a Caixa Econômica Federal.
Espaço – ?Não vejo nenhuma indicação de desaceleração no crescimento da base de usuários?, diz o diretor-geral do Universo On Line (UOL), Caio Túlio Costa. A empresa, maior provedor do Brasil, têm cerca de 1,2 milhão de assinantes. ?Os assinantes estão principalmente nas classes A e B. Ainda há metade da classe B a conquistar.?
O iG – que tem 6,2 milhões de cadastrados em seu serviço de acesso gratuito – prevê crescimento de 30% na base para o ano que vem. ?Vemos muito mais espaço para crescer do que os analistas?, afirmou o diretor-superintendente do iG, Roberto Simões. ?A recessão e a queda do dólar não afetaram o acesso discado?, disse Simões Desde agosto, quando adquiriu o serviço de hospedagem grátis de páginas pessoais hpG, o iG tem a segunda maior audiência da Internet brasileira.
Operadoras – O diretor de marketing da Terra, Marcos Caetano, conta que o número de assinantes do provedor está crescendo entre 7% e 8% ao mês. A empresa tem hoje cerca de 900 mil clientes. Apesar de o UOL ter vendido a infra-estrutura de acesso para a Embratel e o iG para a Telemar, o Terra continua como responsável pela sua operação de acesso, mesmo sendo controlado pela Telefônica. ?O acesso faz parte de nosso core business, e é a principal fonte de receita da empresa?, diz Caetano.
Para Osvaldo Barbosa de Oliveira, diretor do MSN Brasil, portal da Microsoft, o lançamento do sistema operacional Windows XP, na próxima quinta-feira, deve trazer um novo impulso à venda de microcomputadores no Brasil. ?Eu discordo que o crescimento da base de usuários tenha chegado a um limite.?"
"Sites já pensam em cobrar pelos serviços de e-mail", copyright O Estado de S. Paulo The Guardian, 17/10/01
"O e-mail revolucionou a maneira como nos comunicamos, transformou o processo de se tomar decisões e permitiu compartilharmos as maravilhas de milhões de piadas sem graça. Mas, mesmo sendo um mediador de comunicações extremamente popular – que já existe há 30 anos – , ninguém está ganhando dinheiro com ele.
Durante anos, usamos e abusamos de e-mails gratuitos, mandando mensagens para o mundo inteiro, mas é a hora de acertar as contas. A descoberta de que apenas a receita vinda da publicidade não seria suficiente para bancar projetos ambiciosos para a Internet atingiu níveis alarmantes com a diminuição das propagandas.
Agora, a maioria dos sites sabe que terá de cobrar de seus usuários de uma forma ou de outra – é apenas uma questão de tempo.
A companhia britânica Another.com, que possui 1,7 milhão de usuários, anunciou seus planos de introduzir um modelo totalmente pago. Até o fim do mês, os usuários devem começar a pagar uma taxa ainda não estipulada. Steve Bowbrick, executivo da empresa, diz que essa mudança era inevitável. ?Sempre foi nossa aspiração. Só necessitávamos de mais confiança.?
Já para o MSN Hotmail e outros grandes portais e provedores de serviços, o e-mail continuará a ser uma isca, atraindo pessoas para o site e convencendo-as a ficar mais tempo dentro do domínio. Como o dinheiro da publicidade que ainda resta vai para os maiores portais, o e-mail deve continuar grátis nesses domínios.
Apesar de Bowbrick afirmar que a rede como um todo está andando para uma fase de conteúdo pago, os usuários ainda acreditam que esses serviços, mesmo úteis, são muito banais para serem cobrados."