EUA / MERCADO
“Atrás de anúncios, jornal nos EUA garante circulação”, copyright O Estado de S. Paulo / Newsday, 8/05/03
“Numa iniciativa para atrair os escassos anunciantes, o jornal The New York Sun está oferecendo espaço publicitário gratuito caso um número mínimo de leitores não seja atingido. A notícia foi divulgada na terça-feira por funcionários.
A iniciativa, chamada de ?garantia de índice básico?, é prática comum na indústria de revistas, mas desconhecida em jornais diários, disseram analistas. Ela é adotada num momento em que a circulação do Sun cresce, graças em parte à redução do preço nas bancas, de US$ 0,50 para US$ 0,25.
Mas a quantidade de anúncios continua minúscula.
Num dia típico, 16% das 18 páginas do Sun são dedicados a anúncios. É bem menos do que na maioria dos diários, nos quais a publicidade ocupa 60% ou mais do espaço, afirmaram especialistas.
?Quem sabe se funcionará? Não sei de nenhum jornal que garanta qual será a circulação?, disse o analista John Morton, que acompanha a economia dos jornais desde 1971.
O Sun prometeu aos anunciantes freqüentes que sua circulação paga nos dias de semana será em média de 33 mil exemplares de abril a junho, informou William Kummel, diretor de operações. Se o jornal não cumprir a meta, os anunciantes receberão espaços gratuitos baseados na deficiência da circulação. Para se qualificar para a compensação, as empresas precisam comprar pelo menos seis anúncios nesse período.
Lançado há um ano, em meio a uma grave escassez de publicidade, o Sun informou ter tido uma circulação de 26.263 exemplares nos dias de semana no período de outubro a março, um aumento de 46% desde os seis meses terminados em setembro de 2002, segundo a Agência de Auditoria de Circulações. Kummel também informou que o jornal vendeu uma média de 30.569 exemplares durante o período de janeiro a março, a maior parte em Manhattan.”
“Jornais brigam por vendas em Nova York”, copyright O Estado de S. Paulo / The New York Times, 7/05/03
“Na batalha mais competitiva entre os jornais da maior cidade do país, o The New York Post continua a ganhar terreno sobre o The Daily News, segundo dados divulgados segunda-feira pelo Audit Bureau of Circulation, órgão verificador de circulação dos Estados Unidos. Durante os primeiros seis meses que terminaram em 31 de março, a circulação semanal do The Post aumentou em 57 mil exemplares, ou 10,2%, para 620 mil (no mesmo período do ano anterior, havia sido de 563 mil). Desde setembro de 2000, quando o The Post reduziu pela metade o preço de venda em bancas – de US$ 0,50 para US$ 0,25 -, sua circulação aumentou em 45%.
Enquanto isso, a circulação semanal do The Daily News aumentou 0,7%, para 737 mil exemplares (havia sido de 732 mil no mesmo período no ano anterior).
Aos domingos, o The Daily News mantém uma liderança considerável, vendendo 811 mil exemplares comparadas com os 420 mil do The Post.
A maioria dos grandes jornais mostrou pequena perda de circulação durante o período, segundo o Audit Bureau. O The New York Times está entre os maiores perdedores. A circulação semanal caiu em 64 mil, ou 5,3%, para 1,13 milhão, enquanto a circulação de domingo caiu em 3,6%, para 1,67 milhão.
Catherine J. Mathis, porta-voz da The New York Times Co., disse que o jornal teve fortes ganhos de circulação durante o período anterior, que incluiu os pós-ataques de 11 de setembro. Além disso, o The Times aumentou seu preço sugerido de venda em bancas na cidade de Nova York para US$ 1, dos US$ 0,75 em dezembro de 2002.
Em lotes – A circulação no maior jornal diário, o USA Today, aumentou em 1,8%, para 2,25 milhões (havia sido de 2,21 milhões no mesmo período do ano anterior). O aumento foi provocado pelos ganhos nas vendas em lotes, a maior parte para hotéis e companhia aéreas. Mais de 44% da circulação do jornal, cerca de 997 mil exemplares diários, são originárias das vendas em lotes.
O The Wall Street Journal, segundo maior jornal, apresentou circulação estável de 1,82 milhão de exemplares. O Journal vende cerca de 325 mil exemplares em lotes por dia, ou 17,9% de sua circulação total. As vendas em lotes respondem por 7,6% da circulação diária do The Times.
Outras cidades – Entre grandes jornais que mostraram ganhos de circulação estão o The Dallas Morning News e o The Philadelphia Inquirer. No The Morning News, a circulação diária aumentou em 1,3%, para 787 mil. O The Inquirer relatou circulação aos domingos de 768 mil, com aumento de 1,1%, e circulação semanal de 387 mil, com aumento de 1,2%.
A circulação semanal é uma média entre segunda-feira e sexta-feira, enquanto a circulação diária inclui o sábado, quando as vendas são tipicamente um pouco menores. Alguns jornais apresentaram dados semanais com os referentes aos sábados em separado, enquanto outros relataram os seis dias juntos.
Mas outros grandes jornais perderam circulação. No The Washington Post, a circulação aos domingos caiu 1,9%, ou 20 mil exemplares, para 1,05 milhão, enquanto a circulação diária caiu 2%, para 783 mil. No The Los Angeles Times, o quarto maior jornal do país, a circulação diária caiu para 980 mil dos 986 mil, enquanto a circulação aos domingos aumentou em cerca de 2 mil cópias, para 1,4 milhão.
Além do The Times, o maior perdedor entre os principais jornais foi o The Boston Globe, que também pertence à Times Co. A circulação do Globe aos domingos caiu 3,5%, ou 25 mil exemplares, para 705 mil, e a circulação semanal caiu em 6,3%, ou 30 mil cópias, para 449 mil exemplares.”
FT COM ESPORTES
“?Financial Times? muda de tom para ficar mais abrangente”, copyright O Estado de S. Paulo / The Guardian, 7/05/03
“Imagine aquele amigo inteligente que está passando por maus bocados e decide que a única maneira de reverter as coisas é mudar sua maneira de ver o mundo. Mas ele o choca com o seu remédio. Depois de anos dando lições sobre as vantagens de adotar uma agenda séria e os benefícios de ser entendido em apenas um assunto, ele compra um lote de novas roupas e sai vestido nelas, desfilando como um homem de todas as ocasiões. Claro que isso iria surpreendê-lo como a solução mais contraditória, pois seu amigo, apesar dos problemas, está correndo um risco considerável ao diluir suas duas maiores qualidades sem nenhuma certeza de estar resolvendo seus problemas.
Embora tenha sido esse o caminho escolhido pelo Financial Times (FT), o jornal econômico cor-de-rosa que se orgulhava nos últimos 50 anos dos altos propósitos de suas intenções e da honestidade de sua perseverança. O fundamento da filosofia do recém-reformulado FT, com ênfase no esporte, mais críticas, mais reportagens e suplementos adicionais, está ancorado em uma necessidade – na verdade, um desespero – de ampliar seu apelo. Quer ser menos um produto segmentado para a classe econômica e mais um jornal que pode atrair um público maior.
É uma jogada, já que o público britânico parece estar abrindo mão dos jornais em geral e do Financial Times em particular. Nos últimos cinco anos, o mercado de jornais diários caiu pouco mais de 5%. Nesse mesmo período, a circulação britânica do FT caiu de 186.449 para 142.948, uma queda de mais de 23%.
Durante esses cinco anos, o FT também investiu pesadamente em exportar sua marca para o resto do mundo. Em março de 1998, cerca de 48% de suas vendas vinha de fora da Grã-Bretanha. Em março deste ano, esse mesmo número subiu para cerca de 71%. Definir a Grã-Bretanha como centro do FT está se tornando cada vez mais difícil.
Não basta relacionar todos os problemas de vendas do FT à crise econômica global. Enquanto o desempenho do jornal sempre esteve ligada às variações dos mercados, sofrendo conseqüentemente queda em volume de vendas e de interesse do leitor, o mal-estar fica cada vez mais profundo. Dentro da comunidade financeira, por exemplo, a mudança da palavra impressa para a informação de tela está cada vez mais avançada, como a própria FT gabou-se de ter conseguido 53 mil assinantes que pagam para acessar informações em sua versão eletrônica. No resto do mundo, a internet e a oferta de múltiplos canais de televisão também estão tendo um impacto inegável nas vendas dos jornais.”