INGLATERRA
Uma luz se apaga da Europa. Uma das iniciativas mais estimulantes do jornalismo moderno, o centro europeu do Freedom Forum, que sempre lutou pela liberdade de expressão e de imprensa em Londres, fecha as portas. Por cinco anos e meio o centro reuniu jornalistas para discutir sua função e seu lugar na sociedade e para analisar as formas de melhorar seu trabalho.
A matriz do Freedom Forum, na Virgínia, EUA, decidiu concentrar recursos num museu de mídia, o Newseum, no centro de Washington. O empreendimento custará em torno de US$ 400 milhões. A notícia do fechamento, de acordo com o Guardian (15/10/01), foi um baque para muitos jornalistas britânicos e europeus envolvidos com o centro desde 1996. Sem o centro, as grandes organizações noticiosas da região podem não mais mandar seus repórteres aos cursos preparatórios de cobertura em locais hostis, que os ajuda a sobreviver em condições perigosas, como guerras e revoluções.
O centro reunia jornalistas em atmosfera de clube da imprensa, para discutir seus problemas profissionais. Chegou a salvar o London Press Club, mais antigo clube da imprensa do mundo, dando-lhe uma sede. Em troca, o clube deu a um de seus principais prêmios o nome de Freedom Forum, apresentado anualmente e honrado com a presença de quase todos os editores e publishers britânicos ? neste ano, o premiê Tony Blair esteve presente.
Talvez o centro europeu do Freedom Forum tenha sido muito bom para ser verdade. Foi uma referência para jornalistas de todas as raças, religiões e linhas políticas, unidos pela preocupação com o bom jornalismo. Agora, essa referência não existe mais.
ANTRAZ
Arizona Daily Star, jornal da cidade de Tucson, Arizona, publicou um comunicado aos leitores no dia 16/10/01 explicando uma nova medida em tempos de guerra.
"Caros leitores: todos sabemos que a ameaça de ser exposto ao antraz é pequena. Queremos manter nossas rotinas e não ceder ao medo. Mas, como a mídia tem sido o alvo destes ataques, estamos preocupados com nossos funcionários. Por isso, concluímos que uma decisão prudente é reduzir o volume de correspondência que recebemos em envelopes e caixas. A partir de hoje, não aceitaremos mais correspondência não-eletrônica endereçada a Cartas ao Editor, Caliente e Calendário Comunitário ? as três seções que geram a maior parte das cartas. Pedimos aos leitores que usem e-mail, fax ou nosso calendário online. (…) Também os convidamos a trazer suas cartas e releases a qualquer escritório do Star; só não os coloque em envelopes. Sabemos que esta política é incômoda para alguns leitores, mas parece uma maneira razoável de dar aos funcionários que cuidam de nossa correspondência um pouco de paz. Jane Amari, editora e publisher"