Monday, 18 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

O Globo

VERMELHO DIGITAL

“UOL soma prejuízo de R$ 69 milhões até março”, copyright O Globo, 21/5/02

“O Universo Online (UOL), holding que controla o maior provedor de acesso pago à internet do país, teve prejuízo de R$ 69,414 milhões no primeiro trimestre do ano, um aumento de 170% em relação ao mesmo período de 2001.

O resultado sofreu o impacto de perdas cambiais na Argentina e baixas de investimentos no exterior. O UOL teve que fechar operações em outros países, com custos.

O prejuízo operacional ? ou resultado antes do pagamento de juros e impostos, além de outras operações contábeis ? foi de R$ 14,6 milhões, 14% maior que os R$ 12,8 milhões registrados no primeiro trimestre de 2001.

Já em relação ao último trimestre do ano passado, o resultado operacional melhorou 60%. A receita líquida da holding ? que inclui ainda o serviço gratuito de e-mail Brasil Online (BOL) ? foi de R$ 98,1 milhões, quase 27% superior aos R$ 77,6 milhões do mesmo período do ano anterior e praticamente estável em relaç&atilatilde;o ao último trimestre de 2001.

Segundo comunicado da empresa divulgado ontem, o faturamento foi influenciado por queda na receita publicitária e compensado pelo aumento do número de assinantes.

A base de clientes passou para 1,454 milhão, representando um crescimento de 6% sobre o fim de 2001, ou 76 mil novos assinantes. A publicidade on-line respondeu por apenas 8% da receita da empresa, uma queda expressiva na participação quando comparada com os 22,4% alcançados no primeiro trimestre de 2001.

A empresa informou também redução de 13% nas despesas gerais e administrativas em relação ao último trimestre de 2001, sem explicar se a economia foi feita através de um orçamento mais enxuto ou através da demissão de pessoal.

Na avaliação do diretor de Relações com Investidores, Eduardo Alcalay, o resultado do primeiro trimestre atingiu os objetivos. Alcalay ressaltou que o prejuízo líquido foi influenciado apenas por fatores contábeis e não recorrentes.

? A redução das perdas operacionais em relação ao fim do ano passado é prova da melhora gradual ? disse.”

“Prejuízo do UOL cai 60% no primeiro trimestre, mas cresce 15% no ano”, copyright Folha de S.Paulo, 22/5/02

“O UOL registrou, no primeiro trimestre deste ano, uma redução de 60% em seu prejuízo operacional em relação ao último trimestre de 2001. O prejuízo passou de R$ 36,3 milhões em dezembro para R$ 14,6 milhões em março. Em relação ao mesmo período de 2001 o prejuízo cresceu cerca de 15%, pois, na avaliação da direção do UOL, o início do ano passado foi um período atípico, durante o qual a empresa investiu pouco.

Eduardo Alcalay, diretor de relações com investidores, diz que no trimestre o UOL cortou em 11% os custos diretos, em 30% o gasto com marketing e em 13% os gastos gerais. O corte deveu-se a acordos com fornecedores e à política de ?gastar menos e melhor? em marketing.

A queda de 39% na receita com publicidade foi compensada pelo aumento de 7% na base de assinantes. ?Isso e outros sinais positivos da economia nos permitem manter as metas de obter lucro líquido já em 2003.?”

“O que restou da euforia das pontocom”, copyright O Estado de S.Paulo, 26/5/02

“Angela Marsiaj, de 41 anos, era há seis meses a diretora-geral do Jupiter Media Metrix no Brasil, uma das gigantes da internet que tinha como principal atividade a pesquisa e medição de portais, sites e provedores, indicando tendências. Muitos dos números da Jupiter foram usados por investidores e influenciaram decisões milionárias, até bilionárias. A febre da internet trouxe a empresa americana para o País e a mulher que esteve à frente da operação comercial do Brasil Online (Bol) foi escolhida para comandar o negócio.

Hoje, passados dois anos da sua entrada no mercado brasileiro, a Jupiter cerrou as portas e, há poucos meses, Angela transformou sua casa num home office. Agora, presta consultoria para os sobreviventes. A festa dos IPOs, como eram chamados os lançamentos de ações das pontocom na bolsa nova-iorquina Nasdaq, também passou. As aferições que ainda indicam a saúde de sites e portais e abriam portas para investidores continuam a ser feitas, mas agora o Ibope é que as lidera.

Angela, que se dedicou a uma carreira de sucesso, com um Master Business Administration (MBA) da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), e já foi publisher da Editora Abril, viu muito dinheiro virar pó nos projetos de internet. Mas prefere falar das empresas que sobreviveram (veja ao lado).

Na sexta-feira, no entanto, quando preparava uma exposição a ser apresentada em seminário que o site de mídia e marketing Bluebus promove na terça-feira, Angela não resistiu e comentou a venda do portal Patagon pelo Banco Santander Central Hispânico aos antigos controladores. ?É mais um projeto que chega ao fim.?

O Patagon, portal criado há quatro anos pelos argentinos Wenceslao Casares e Guillermo Kirchner, então com 24 anos, exigiu investimento de US$ 30 mil e se apresentou ao mercado como uma porta de entrada para investidores dispostos a fazer operações pela internet. O Santander, então com grandes operações no mercado argentino, se entusiasmou com o negócio. Desembolsou, em março de 2000, US$ 503,6 milhões por uma fatia de 75% do portal. Pôs outro tanto em dinheiro para espalhar a marca pela Europa e a América Latina.

Na quinta-feira, depois de várias tentativas de reestruturação, o Santander pagou US$ 22,2 milhões pela participação de 11,49% que os dois argentinos tinham no Patagon SL, a unidade do banco online e por telefone na Espanha e Argentina. E cobrou apenas US$ 9,8 milhões para repassar a operação da Patagon na América Latina para Casares e Kirchner.

Os dois argentinos ganharam mais uma vez. O difícil, agora, será conseguir receita dos 15 milhões de usuários do portal, especialmente dos conterrâneos da dupla.

O sonho do Santander, na época, encontrou alento em pesquisa encomendada pela instituição financeira à Accenture e concluída no início do ano passado. A pesquisa indicava, naquele momento e naquele cenário, que o número de usuários da internet chegaria a 450 milhões no mundo em 2003 e 10% desse total residiria na América Latina. A região deveria apresentar um crescimento no uso da internet, nos próximos três anos, de 44% frente aos 20% do mundo todo. A recessão americana, os atentados de 11 de setembro e a crise argentina atropelaram quase todas as previsões.

O estudo acertou ao prever que provedores gratuitos de internet estavam com os dias contados. Para garantir resultado, dizia, uma empresa teria de cobrar mensalidade na casa de US$ 20, caso contrário teria prejuízo. O problema é que, se cobrasse esse valor, poderia perder usuários.

A Accenture acreditava ainda que a receita de publicidade aumentaria rapidamente na América Latina e, em particular no Brasil, onde passaria de 1,1% de um total de US$ 6,4 bilhões de tudo o que se investiu no segmento em 2000 para 2,8% em 2001, de um bolo de US$ 6,8 bilhões, chegando a uma fatia de 5,7%, em 2003, quando seriam investidos US$ 7,8 bilhões. Os números, no entanto, mostram que a publicidade caiu e os valores acima podem até estar próximos da realidade, mas em reais. A internet por sua vez ainda não conseguiu superar a barreira de 1%.

Na fogueira dos bilhões investidos na construção da internet brasileira, muitos sites e portais viraram lenha, arderam fortunas de investidores e muitos aventureiros. Projetos de grandes empresas levaram ainda carreiras consolidadas no mundo dos negócios a perder envergadura. É o caso de Debora Wright, uma das executivas mais cobiçadas do mercado. Ela foi tocar o portal amelia.com do Grupo Pão de Açúcar, que hoje virou uma das janelas do site da rede de varejo. As vendas não ocorreram na velocidade planejada. Uma história comum a muitos outros. Na área de agricultura, oferecendo serviços de informação chegaram a existir mais de 20 e apenas os mais sólidos resistiram, entre estes o Agrocast, da Agência Estado.

Exemplo emblemático foi o do Zip.net, o portal para adolescentes que a Portugal Telecom comprou em fevereiro de 2000 por R$ 365 milhões, US$ 302 milhões na época. O empresário Marcos Moraes, filho do ex-rei da soja Olacyr de Moraes, pode dizer que ganhou na loteria ao fechar o negócio. Dois anos depois, aquele portal não passa hoje de uma janela do UOL, embora os portugueses tenham ficado com participação no UOL. O presidente da PT Multimídia, Zeinal Brava, faria outra aposta ao comprar participação no portal financeiro InvestNews, do grupo Gazeta Mercantil. A PT ainda espera o retorno dos investimentos. Pelo menos por enquanto, não há caravelas ancoradas no porto para levar esse ouro reluzente de volta.”

***

“Para consultora, o site Submarino está no caminho da recuperação”, copyright O Estado de S.Paulo, 26/5/02

“O site Submarino.com.br está emergindo novamente. Quem garante é a consultora Angela Marsiaj. Para isso, o site cortou o investimento em marketing e repassou aos fornecedores uma parte dessa conta. De R$ 20 milhões em 2000, bancados pelo site, o investimento em marketing caiu para R$ 5 milhões e os fornecedores responderam por 15% do valor, para este ano estão previstos R$ 2,5 milhões e os fornecedores entrarão com a metade. Na outra ponta, o site corre para que as operações possam ser pagas com os resultados. ?O processo é lento, mas é um caminho mais seguro, afinal acabou a festa do dinheiro fácil de investidores loucos para entrar no mundo da internet?, diz Angela.

Outra consultora, Vanessa Cabral, do IDC Brasil, acredita que, ?passada a euforia, com muitos projetos criados para a oferta a investidores querendo entrar no negócio, o momento de enxugamento passou e, agora, é hora de consolidação.? Ela diz que muitas empresas, que entratam na onda de lho nas operações de comércio eletrônico, hoje usam a ferramente para o comércio com outras empresas. ?Há mercado para vários sites, mas a expansão da rede de usuários não cresceu na velocidade idealizada por muitos, agora estão prevalecendo os circuitos mais fechados, entre empresas?, avalia.

Vincent Giuliano, consultor da Innovation e antigo vice-presidente de publicações sobre internet do grupo Times Mirror, é preciso ao afirmar que a febre da internet despertou as empresas para o mundo virtual. ?Só isso já foi um ganho imenso e a internet é mais um canal de comunicação presente na vida das pessoas.? Ele acredita até que, com o aumento da renda e o crescimento da população que usa o computador na escola, uma nova onda está por vir. (C.F.)”

“Prosperidade das empresas não tinha solidez”, copyright O Estado de S.Paulo, 26/5/02

“Durante a euforia mundial do mercado de internet, os empreendedores tinham como estratégia crescer rápido para se tornarem bilionários na abertura de capital de suas empresas. Os planos de negócio levavam em conta o ?burn rate? (tempo que levaria para zerar o caixa antes de um novo aporte) e não o ?break even? (momento em que a operação deixa de ser deficitária).

?O principal erro conceitual das empresas de internet foi o desespero em ocupar espaço?, afirma Daniel Domeneghetti, diretor de estratégia da E-Consulting. ?Todo mundo acreditou que era melhor ser rápido do que ser bom.?

O período de euforia do mercado financeiro com a internet teve início com a abertura de capital da Netscape, em agosto de 1995, e durou até o final do primeiro trimestre de 2000, quando a economia mundial se desacelerou e o mercado acionário caiu.

A ação da Netscape – responsável pela popularização do browser, programa para se navegar na rede – abriu cotada a US$ 71 e chegou a US$ 74 em seu primeiro dia de negociação, frente a uma oferta inicial de US$ 28. O papel fechou a US$ 58,25, subindo 108% em um único dia. Em março de 1999, depois de perder a guerra dos browsers para a Microsoft, a Netscape foi comprada pela America Online (AOL, hoje AOL Time Warner.) O excesso de liquidez nos mercados financeiros e o otimismo em relação à rede mundial levaram a uma valorização irrealista das empresas de internet.

No livro recém-lançado Dot.Com: The Greatest Story Ever Sold (HarperCollins), o jornalista John Cassidy lembra que a Priceline, que vendia passagens aéreas pela rede mundial, chegou a valer, no dia de sua abertura de capital (30 de março de 1999), quase US$ 10 bilhões, o que correspondia a mais do que a United Airlines, Continental Airlines e Northwest Airlines combinadas, mesmo registrando perdas três vezes maiores que seu faturamento.

Outro exemplo de valorização excessiva foi o da Excite@Home. A @Home, provedora de internet via cabo, valia US$ 15 bilhões no começo de 1999 e comprou o portal Excite por US$ 6,7 bilhões em ações, quase duas vezes o valor de mercado da empresa. O plano era unir conteúdo e acesso, criando uma concorrente de acesso em alta velocidade para a America Online. Não deu certo.

O crescimento do acesso em banda larga foi menor que o esperado e a empresa enfrentou atritos com a Federal Communications Commission (FCC), agência americana de comunicações, ao tentar manter exclusividade no uso das redes de TV a cabo de suas parceiras. No primeiro trimestre de 2001, a companhia, com US$ 100 milhões em caixa, divulgou um prejuízo de quase US$ 850 milhões para uma receita menor do que US$ 150 milhões.

Ao final do ano, a já concordatária Excite@Home vendeu sua rede de internet rápida para a AT&T por US$ 307 milhões e o endereço Excite.com para a Infospace, por somente US$ 10 milhões. Em menos de dois anos, o valor de seus ativos caiu 98,5%.

Quebradeira – A perda de valor da Excite@Home é representativa do que foi a euforia seguida de depressão no mercado de internet. As empresas listadas na bolsa eletrônica americana Nasdaq, que reúne as principais do setor de tecnologia, valem 67% menos do que valiam no final do primeiro trimestre de 2000, quando estourou a bolha das pontocom. A Nasdaq ultrapassou os 5 mil pontos em março de 2000. Na última sexta-feira, o índice fechou em 1.661,49 pontos.

Depois de dois anos de estouro da bolha, os negócios começam a retomar a normalidade. Segundo dados da Webmergers, que opera um mercado de compra e venda de operações de internet, houve 54 empresas do setor que faliram ou fecharam no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período de 2001, haviam sido 164. O pico da quebradeira aconteceu no segundo trimestre do ano passado, quando 181 empresas de internet deixaram de existir.

Entre as que quebraram em março deste ano estavam a americana 800.com, que vendia eletrônicos de consumo. A varejista virtual existia desde 1997 e faturou US$ 48 milhões no ano passado, sem lucro, e não conseguiu fechar sua sexta rodada de financiamento. Outra foi a Shop.cz, maior loja da internet na República Checa, que durou seis anos sem sair do vermelho.

Além da ênfase no crescimento em detrimento da rentabilidade, um erro das pontocom foi a falta de experiência dos empresários a respeito do mercado em que iriam atuar. ?Todo mestre em Administração de Empresas (MBA) pensou que era um empreendedor?, diz Domeneghetti, da E-Consulting. Também houve gastos exagerados em marketing. ?Gastavam um caminhão de dinheiro em divulgação, como se o mundo acabasse em um ano.?”

 

DOS LEITORES

“Editorial”, Painel do Leitor, copyright Folha de S.Paulo, 22/5/02

“?O jornalismo antigovernista praticado pela Folha é de uma ausência de substância irritante. Anteriormente, ao menos os editoriais estavam a salvo dessa prática, apresentando clareza e sensatez (o que, em parte, compensava a gratuidade das idéias exibidas na seção Opinião, que não raro se parece mais com um mural em que porta-vozes do PT, como o jovem jornalista Fernando Rodrigues, registram seus parciais pontos de vista). Porém o editorial ?A direção do real? (19/5) se alinhou ao estilo ?opinativo gratuito? que domina as páginas da publicação. Tece críticas contundentes à política econômica adotada pelo atual governo com base na opinião de economistas como os ex-ministros Antonio Delfim Netto e Luiz Carlos Bresser Pereira. Cabe aqui a pergunta: eles promoveram avanços estruturais em nossa economia quando tiveram seu turno no poder? Então com que autoridade criticam a política atual? Isso a que a Folha chama de imparcialidade começa a me parecer muito mais com o que há alguns anos se convencionou chamar de jornalismo chapa-branca. Só que com sinal contrário.?

Katia Almeida (São Paulo, SP)

Nota da Redação ? A Folha adota como princípio fundamental a independência. Daí nunca se prestar a alinhamento automático -seja ao governo, seja à oposição.”

***

“Capital externo e comunicação”, Painel do Leitor, copyright Folha de S.Paulo, 22/5/02

“?Com relação à reportagem ?Votação sobre capital externo pode ser adiada? (Brasil, pág. A8, 21/5), é importante esclarecer que o SBT não se manifestou sobre coisa alguma relativa ao Conselho de Comunicação Social ou ao sr. Roberto Wagner. Conversas captadas fora do contexto, em reunião a que o signatário foi convidado a comparecer a fim de coonestar uma ?chapa? patrocinada por um sem-número de associações (o que não foi obtido), permitiram que o nome do SBT fosse usado para prejudicar a indicação do doutor Wagner. O SBT é membro da recém-fundada UneTv (União de Redes e Emissoras de Televisão), que optou por não sugerir nomes nem julgar os apresentados, tendo sido a explicação dessa posição o motivo de o signatário ter comparecido à reunião mencionada. Na verdade, a inclusão do presidente da Abratel, sr. Roberto Wagner, representando a televisão no Conselho, causou surpresa nos meios televisivos, principalmente na Abert/Globo, que viu a sua sugestão (Jayme Sirotsky e Claudia Quaresma) desprezada. O sr. Wagner é advogado e, há muitos anos, representante institucional em Brasília de empresas de comunicação -inicialmente da TV Manchete e, atualmente, do Grupo Record. Na verdade, ele nunca militou na radiodifusão propriamente dita, o que não lhe tira qualificação para o Conselho. No que diz respeito à UneTv, entendemos que o que realmente não tem sentido é entregar ao Grupo Globo a representação da televisão brasileira.?

Luiz Eduardo Borgerth, consultor do SBT (São Paulo, SP)”

***

“Eduardo Jorge”, Painel dos Leitores, copyright Folha de S.Paulo, 27/5/02

“?Em resposta à coluna de Carlos Heitor Cony (Opinião, pág. A2, 23/5), na qual citava que ?os inúmeros casos criados por Eduardo Jorge? estariam sendo apurados, venho novamente manifestar meu repúdio à leviandade de alguns articulistas desta Folha. Como já mostrei em diversas ocasiões, não há nada a ?ser apurado?. Após dois anos de infrutíferas tentativas, mesmo os mais desequilibrados membros do Ministério Público não conseguiram nem sequer formular contra mim alguma acusação. Abri espontaneamente meus sigilos bancário e fiscal, checados pelo Senado, pela Receita e pelo próprio MP, e mesmo assim nenhum tipo de irregularidade foi constatado. Em sucessivos despachos, a Justiça já mostrou a absoluta falta de elementos que sustentassem a sórdida campanha contra mim movida por procuradores irresponsáveis e por parcelas da imprensa. Mesmo assim, o articulista ainda se julga no direito de me desrespeitar e caluniar. Afinal, que tipo de ética é essa que ele diz defender??

Eduardo Jorge Caldas Pereira (Brasília, DF)

Resposta do colunista Carlos Heitor Cony – Dr. Eduardo Jorge, fique certo de que pessoalmente não suspeito de sua honra nem de sua dignidade de cidadão. Acontece que o sr. é uma pessoa pública que exerceu cargos de relevância no atual governo, sendo, por isso mesmo, suspeito de irregularidades inerentes à complexa máquina administrativa do país. Como jornalista que combate o governo enquanto máquina, sinto-me obrigado a criticar todas as manifestações que me pareçam polêmicas. Torço sinceramente para que o sr., mais cedo ou mais tarde, esclareça à nação os pontos controversos. O sr. não é o primeiro nem será o último funcionário graduado da nação sujeito às incompreensões e paixões do momento.”