ROBERTO MARINHO (1904-2003)
"Jornalista por escolha e por destino", copyright O Globo, 8/08/03
"Roberto Marinho costumava parafrasear o amigo Nélson Rodrigues: ?Toda unanimidade é chata.? Era seu modo bem-humorado de reagir às opiniões contraditórias a seu respeito. Como todo grande personagem, foi muito discutido, rotulado, mas pouco conhecido. Por exemplo: a idéia de um empresário cerebral, frio, concentrado exclusivamente nos negócios, é falsa. Um apaixonado por pintura, literatura, música, cinema e esportes, Roberto Marinho temperava a aridez do mundo dos negócios com o amor pelas artes.
Mas foi o exemplo do pai, Irineu Marinho, que mais marcou sua vida e decidiu o único título pelo qual ele aceitaria ser chamado durante toda a sua longa vida: jornalista.
A carreira do homem conhecido por muitos como o mais poderoso do Brasil começou com uma lição de humildade. Apenas 21 dias depois da fundação de O GLOBO, em 1925, Irineu Marinho faleceu. Em vez de assumir a direção da empresa, o filho mais velho do fundador, então com 21 anos, preferiu adiar o momento de se tornar o líder do vespertino carioca para quando tivesse mais experiência. Somente em 1931 ele assumiu o cargo que ocuparia por décadas.
As comunicações no Brasil devem muito ao espírito empreendedor de Roberto Marinho. Com o passar dos anos, O GLOBO se tornou um dos maiores jornais do país, em grande parte devido ao estilo de jornalismo de seu presidente, que acabou ajudando a levar a imprensa escrita nacional a outro patamar.
Mas o jornalista decidiu levantar vôo em outras direções. Os anos 40 viram o surgimento de um novo veículo: o rádio. E as palavras que eram tão respeitadas por Roberto Marinho agora passaram a ser também ouvidas além de lidas.
Com o passar dos anos, a TV surgiu como o grande desafio. Aos 60 anos de idade, mas longe de se conformar com o respeito profissional já adquirido, Roberto Marinho criou a Rede Globo. O carro-chefe da nova empresa, como não poderia deixar de ser, era o jornalismo. E, depois de ser o mais bem-sucedido empresário de comunicação brasileiro do século XX, preparou seu grupo para os desafios do terceiro milênio, liderando o investimento na internet.
A reunião do controle de empresas líderes em seus setores elevou naturalmente a estatura de Roberto Marinho, que teve um relacionamento próximo com todos os presidentes do Brasil desde Getúlio Vargas. Ele se encontrou com todos eles várias vezes, muitas vezes sendo procurado, outras procurando-os. Mas tinha o seu modo de exercer o poder.
Depois de apoiar Vargas na sua tomada de poder em 1930, na sua luta contra insurgências comunistas e integralistas, o jornalista não aceitou o veto de um censor da ditadura do estado Novo a um editorial. E a resposta foi violenta: Roberto Marinho desferiu duas bofetadas no rosto do censor e o editorial foi publicado. No dia seguinte, enquanto corriam boatos de que ele se asilara na embaixada italiana, ele estava jogando sinuca no bar que ficava ao lado da redação do GLOBO (onde só deixou de almoçar quando percebeu um garçom partindo uma barata em vez de um bife enquanto cozinhava).
Em outro momento que entrou para a História do relacionamento entre jornalistas e o poder no Brasil, Roberto Marinho teve um encontro com o ministro da Justiça de Vargas, Tancredo Neves, nos confusos dias de agosto de 1954 (mês que terminaria com o suicídio do presidente). Sob o olhar do chefe da Casa Militar, o general Caiado de Castro, Tancredo pedia ao dono da influente rádio Globo que intercedesse para que o deputado Carlos Lacerda fosse menos agressivo em suas críticas ao presidente na emissora. Já inclinado a adotar a postura sugerida pelo político, o general levantou a voz:
– Faça isso para que não tenha de fechar a rádio.
Roberto se levantou e começou a se retirar.
– Onde vai? – perguntou o general.
– Para a Rádio Globo. Vou aguardar o fechamento do jornal no local.
As críticas de Lacerda continuaram na rádio.
Apesar de ter apoiado o golpe de 1964, por temer radicalizações da esquerda, Roberto Marinho teve de se impor diante das baionetas algumas vezes, como quando o ministro da Justiça, Juracy Magalhães, convocou os donos dos jornais após a decretação do AI-5 e exigiu que as empresas não admitissem cassados políticos em suas redações. Ninguém protestou, apenas Roberto Marinho:
– O cassado político perde seus direitos políticos, mas não o direito ao exercício de sua profissão, que sequer lhe pertence, mas à sua família que, para sobreviver, depende deste direito.
A proximidade, e, por vezes, intimidade com o poder, não fez o jornalista deixar de praticar o que mais pregava aos seus funcionários – ou, como preferia, ?companheiros de redação?: a independência. Antes de tudo, o empresário foi um trabalhador. Por ter sabido arregaçar as mangas desde cedo para se formar jornalista na luta cotidiana, acabaria por manter com os colegas de redação um relacionamento único da vida empresarial brasileira.
Um dos melhores exemplos era dado por Nélson Rodrigues, que não se cansava de contar uma história a todas as pessoas que criticavam Roberto Marinho. Quando o dramaturgo entrou no GLOBO em 1931, ele era, segundo suas próprias palavras ?um pobre diabo, não havia ninguém mais anônimo?. Nos seus primeiro dias de jornal, ele caiu doente, com uma lesão pulmonar. ?Deixei o Rio, passei três anos fora, em tratamento. E ele pagou, integralmente, o meu ordenado até o fim. Depois, já curado, voltei. Ao me ver, Roberto Marinho disse, simplesmente, ?Alô, Nélson?. Foi só?, escreveu Nélson Rodrigues.
Em seu trato pessoal, fosse com celebridades como o Papa ou todos os presidentes da República ou com o mais modesto de seus funcionários, Roberto Marinho era único."
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"Morte de Roberto Marinho é destaque na imprensa internacional", copyright O Globo, 8/08/03
"A morte do jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, é destaque na imprensa internacional.
CNN, rede de TV americana: A emissora destacou nesta quinta-feira em sua primeira página a comoção causada no Brasil pela morte do jornalista Roberto Marinho. ?O poder político, econômico, a indústria e os meios de comunicação amanheceram comovidos nesta quinta-feira no Brasil?, afirmou o site. A CNN disse ainda que o presidente das Organizações Globo era ?um dos poucos homens de negócios no mundo que conseguiram transformar sua empresa em sinônimo de um país inteiro?.
REUTERS, agência britânica de notícias:Afirma que o jornalista ?transformou um pequeno jornal do Rio de Janeiro em um vasto império de imprensa e entretenimento e deixou sua marca no Brasil?. Diz ainda que o jornalista foi um pioneiro da mídia na América Latina e um ?firme incentivador do Brasil e de sua cultura?, que ajudou seu país a formar sua identidade nacional e internacional.
NBC, rede de TV americana:Através de seu site, publicou a memória do jornalista, que começou a trabalhar no GLOBO como repórter, após a morte de seu pai, Irineu Marinho, e tornou-se editor do periódico em 1931, aos 26 anos. De acordo com o site, Roberto Marinho transformou ?o jornal de seu pai em um império de mídia?. ?Um patrono das artes, Marinho patrocinou muitas mostras por meio da Fundação Roberto Marinho?, continua a reportagem, que relata também a sua eleição para a Academia Brasileira de Letras (ABL).
BBC, rede de TV britânica:Afirma que o jornalista transformou ?um pequeno jornal fundado por seu pai em uma rede de mídia global?, que inclui a principal rede de TV do Brasil. A BBC relata a história de sucesso das telenovelas da TV Globo, que são transmitidas em vários países, ?alguns tão distantes quanto Rússia e China?.
EFE, agência de notícias espanhola:Noticiou a morte do jornalista Roberto Marinho citando uma de suas frases, ditas em entrevista recente: ?Não creio que eu seja o homem mais influente do Brasil. Admito exercer influência, o que faço sempre tendo em vista o bem de meu país?.
ASSOCIATED PRESS, agência americana de notícias:Afirmou que o jornalista era um homem apaixonado pelo trabalho, ?que costumava chegar ao jornal (GLOBO) de madrugada e só deixava seu escritório à noite?. A AP afirmou ainda que, sob influência de Roberto Marinho, o GLOBO se expandiu rapidamente e as Organizações Globo transformaram-se num ?império jornalístico internacional?.
?NEW YORK TIMES?, jornal americano:Em seu site de notícias, chama o jornalista de um homem cujo envolvimento nos assuntos de suas empresas, particularmente nos da TV Globo, ?deu a Roberto Marinho influência sem paralelo na formatação da cultura nacional, na sua política e sua imagem?.
?CLARÍN?, jornal argentino:Lembrou a trajetória do jornalista à frente do jornal GLOBO e da TV Globo como uma das mais bem sucedidas da História da América Latina.
?EL MERCÚRIO?, jornal chileno:O mais influente do Chile noticiou a morte do jornalista Roberto Marinho. Em reportagem publicada nesta quinta-feira, o jornal chama o GLOBO de ?um dos períodicos mais importantes do mundo?.
?EL TIEMPO?, jornal colombiano:Publicou reportagem nesta quinta-feira sobre a morte do jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo. A publicação lembra que o jornalista teve ?influência sem igual sobre a cultura, a política e a imagem do Brasil?. O ?El Tiempo? afirma ainda que Roberto Marinho foi responsável pela transformação do jornal GLOBO em um dos mais influentes do Brasil."
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"Morre Roberto Marinho, aos 98 anos", copyright O Globo, 7/08/03
"O jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, morreu ontem à noite no Rio, aos 98 anos, após sofrer um edema pulmonar provocado por trombose. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou luto oficial de três dias e o Congresso parou para homenagear um dos mais importantes jornalistas brasileiros. ?O Brasil perde um homem que passou a vida acreditando no Brasil. Como dizia o nosso amigo Carlito Maia, tem gente que vem ao mundo a passeio e gente que vem ao mundo a serviço. Roberto Marinho foi um homem que veio ao mundo a serviço. Quase um século de vida de serviços prestados à comunicação, à educação e ao futuro do Brasil. À família, aos amigos e aos funcionários das Organizações Globo, rendo as minhas homenagens póstumas?, disse Lula em comunicado oficial.
Roberto Marinho construiu uma organização de comunicação de massa de vulto internacional a partir de um pequeno jornal herdado do pai. Com o vespertino batizado num concurso entre leitores, ele aos poucos construiu um conglomerado de informação, cultura e serviço público nunca visto na área de telecomunicações e entretenimento no país.
O Rio em que ele nasceu, em 3 de dezembro de 1904, ainda estava longe de ser uma cidade de grandes empresas e grandes empresários. Rodrigues Alves presidente, Pereira Passos prefeito, a capital da República proclamada 15 anos antes só então começava a modernizar-se. Nesta cidade ainda emergente, o futuro de um homem vitorioso não parecia destinado ao menino nascido no modesto bairro do Estácio.
Os pais de Roberto – Irineu Marinho Coelho de Barros e Francisca Pisani Marinho – tinham eles próprios origem modesta. Tiveram cinco filhos – Roberto, Heloísa, Ricardo, Hilda e Rogério – e foi para educá-los que Irineu trabalhou mais de 15 horas por dia até se tornar chefe de redação de ?A Noite?, vespertino que ajudara a fundar em 1911.
A figura paterna marca o destino
Nesse quadro, o destino de Roberto Marinho parecia, mesmo, o de um moço simples. Como ele disse em sua famosa carta aberta a Luiz Inácio Lula da Silva, pouco após as eleições presidenciais de 1989: ?Durante a minha atribulada formação, em plena adolescência, matriculei-me no Instituto Profissional Sousa Aguiar. Todo dia, às quinze para as sete, eu entrava na sala onde estavam os armários com o número de cada um, e era pelo número que me conheciam: eu era o Treze, conforme estava estampado no uniforme, um macacão de zuarte. Fiz meu aprendizado nas profissões de entalhador, porque gostava de transformar pedaços de madeira em objetos úteis e bonitos, e de mecânico, por me fascinar a mágica dos processos industriais. (…) Não tivesse a vida de meu pai florescido com extraordinário êxito, produto de um talento e de uma coragem que se refletiriam na criação do vitorioso vespertino ?A Noite? (…) e eu poderia ter tido por destino ser, com muita honra, um colega do operário Lula.?
A figura paterna foi por duas vezes fundamental na mudança de seu destino. Na primeira, influenciando-o e aos irmãos na escolha da profissão. Na segunda, com a morte de Irineu, aos 49 anos, em 21 de agosto de 1925, logo passaria para as mãos do primogênito, mais que um sonho, o dever de torná-lo realidade.
A fundação do GLOBO foi um episódio que Roberto Marinho viveu muito de perto e com certa perplexidade. Admirava a ousadia do pai, homem que voltara de uma viagem à Europa decidido a fundar um jornal que fosse livre, politicamente descompromissado e porta-voz de todas as aspirações do povo carioca.
?Nenhum homem de imprensa foi mais homem de imprensa que meu pai?, afirmaria Roberto Marinho num texto de 1957.
O jornal começou a circular sem máquinas próprias, num andar de um edifício na esquina da Rua Bittencourt da Silva com o Largo da Carioca (hoje, o prédio da Caixa Econômica). Mas desde seu primeiro dia na redação, após a morte do pai, Roberto esteve empenhado em fazer do GLOBO mais que uma empresa modesta.
Em 5 de maio de 1931, morreu Euricles de Mattos, secretário de redação. Três dias depois, Roberto Marinho, com 26 anos, substituía-o na direção do GLOBO. O jornalista e escritor Franklin de Oliveira contaria mais tarde:
– Quando faleceu Euricles de Mattos, Roberto Marinho já tinha o domínio completo do fazer jornalístico. Chegava à redação às 4h e só a deixava à noite. Conhecia profundamente todos os segredos da profissão, além de dominar, com seu senso estético, a produção gráfica do jornal, da diagramação à tipologia. Exigia objetividade no noticiário, mas sem sacrifício de seu lado humano: objetividade não significa frieza diante dos fatos, e um jornal é a própria vida escrita. Nos editoriais, repudiava os transbordos de linguagem.
O GLOBO funcionou no mesmo lugar até 1954, quando oficina e redação transferiram-se da Bittencourt da Silva para um prédio recém-construído na Rua Irineu Marinho. Nele, o jornal está até hoje em instalações que foram sendo ampliadas e modernizadas a cada ano. Situando-se entre os jornais mais modernos do mundo, O GLOBO é o sonho de Irineu Marinho materializado pelo seu filho.
Em abril de 1998, nascia o EXTRA, hoje o mais bem sucedido jornal popular do Rio de Janeiro. E, em 200, somou-se à organização o DIÁRIO DE S. PAULO, uma vitoriosa investida no mercado jornalístico paulista.
Aquilo de que ele mais se orgulhava era, simplesmente, de sua condição de jornalista. Numa entrevista de 1967, às perguntas que tratavam de seus êxitos como empresário respondia sucintamente, atribuindo-os a muito trabalho, certa ousadia e alguma sorte. Já quando o assunto era sua carreira como jornalista, o tom era diferente:
– Em 1924, minha família embarcou para a Europa. Viajamos no velho Giulio Cesare. Epitácio Pessoa, que deixara a Presidência da República algum tempo antes, também estava a bordo. Escrevi a um amigo uma carta descrevendo a viagem. Nela, fazia grandes elogios à dignidade do ex-presidente, a quem meu pai fizera, em ?A Noite?, tenaz oposição. Pedi que juntassem a carta ao malote de correspondência da família. A minha carta foi lida por meu pai, que consertou alguns solecismos e mandou publicá-la, na íntegra, na primeira página de ?A Noite?.
Este foi o primeiro dos muitos exemplos do homem que sempre esteve no lugar certo na hora certa. No caso, testemunhando a postura digna de um ex-presidente em meio a uma viagem com a família.
Na TV, a busca da perfeição
O crescimento do patrimônio empresarial de Roberto Marinho deve-se, como ele dizia, a muito trabalho e alguma sorte – mas sobretudo à ousadia de um homem que mesmo ao passar dos 90 anos jamais deixara de pensar no futuro, investindo sempre.
O padrão de qualidade da Rede Globo, por exemplo, não se fez apenas graças às conquistas tecnológicas. O que se via na telinha era resultado principalmente do seu estilo, da sua linguagem, da forma de combinar o instinto do jornalista com a vocação do empresário. A começar pelo ?Jornal Nacional?, que com pouco tempo superou o aparentemente insuplantável ?Repórter Esso?, da TV Tupi, a Globo faria de cada um seus programas uma permanente busca da perfeição.
O telejornalismo foi realmente o ponto de partida para o fenômeno em que se transformou a TV Globo. Como o próprio Roberto Marinho os definiria, seus programas noticiosos passaram a ser, para os telespectadores brasileiros, ?uma nova maneira de ver o mundo?. Era, sim, uma nova maneira de ver o mundo, mas com olhos de um brasileiro. Cujo projeto de vida incluía profunda dedicação à cultura e à educação, espelhada em iniciativas como a Fundação Roberto Marinho e a TV Futura. Em tudo, a cabeça do empresário servia ao coração do brasileiro:
– Sou um otimista nato – proclamava.
Em 19 de outubro de 1993, a Academia Brasileira de Letras transformou-o em imortal.
O velório de Roberto Marinho será na sua casa do Cosme Velho, a partir das 9h da manhã de hoje. O sepultamento será no Cemitério São João Batista às 16h.
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"Uma vitória em família", copyright O Globo, 7/08/03
"Roberto Marinho sempre quis ser visto como um brasileiro que acredita na força do trabalho e que passou essa crença adiante, uma espécie de legado aos filhos.
Estes, todos do primeiro casamento, com Stella Goulart, seriam quatro: Roberto Irineu Marinho (nascido em 13 de outubro de 1947), Paulo Roberto Marinho (em 25 de fevereiro de 1950), João Roberto Marinho (em 16 de setembro de 1953) e José Roberto Marinho (em 26 de dezembro de 1955). Do aprendizado à profissionalização, eles começaram como o pai: ganhando experiência nas empresas da família. Inclusive Paulo Roberto, que já trabalhava no GLOBO quando, em janeiro de 1970, com 19 anos, perdeu a vida num desastre de automóvel.
Após ocupar cargos-chave nos ramos de comunicação das Organizações Globo (Roberto Irineu, depois de dirigir a Rio Gráfica – atual Editora Globo – foi para a Rede Globo; José Roberto ocupou cargo correspondente no Sistema Globo de Rádio; João Roberto, como vice-presidente, representa no jornal a terceira geração da família de jornalistas) os três filhos passaram a integrar, ao lado do pai, um conselho responsável pelo alto comando e formulação de estratégias do grupo. Sempre mantendo como o pai o compromisso com a modernidade.
Roberto Marinho e Stella se casaram em 1946 e separaram-se em 1970, mas continuaram ligados pela amizade até a morte dela, em 1995.
– O casamento acabou, mas Roberto continua sendo meu grande amigo – disse Stella em 1989, quando o ex-marido se divorciava da segunda mulher, Ruth Albuquerque.
O ano de 89 foi especial para Roberto Marinho. Chamado por uma revista de ?romance da década?, o jornalista iniciou o namoro com sua terceira esposa, Lily de Carvalho. Ainda solteiros, os dois haviam se conhecido em 1939 e iniciado um namoro, que não progrediu porque, como o próprio Roberto Marinho contou, na época estava ?casado com o trabalho?. Passaram-se décadas sem que os dois se vissem. Um almoço em 1988 possibilitou o reencontro e o casamento foi realizado um ano depois.
Tinham muito em comum. Coisas boas, como o gosto pelas artes e pela cultura, e más, como a morte trágica de um filho. Ela também perdera o seu num desastre de automóvel, em 1966."
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"?Um homem cuja vida foi um exemplo que procuramos seguir?", copyright O Globo, 7/08/03
"Os três filhos de Roberto Marinho, Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto, em nome de toda a família, divulgaram a seguinte nota: ?Estamos todos consternados com a morte de nosso pai, um homem cuja vida foi toda ela um exemplo que procuramos seguir, que procuramos levar os nossos filhos a seguirem, e que eles certamente terão orgulho que seus filhos sigam. Porque foi uma vida reta, dedicada ao trabalho e, fundamentalmente, ao desenvolvimento do Brasil.
Jornalista acima de qualquer outra qualificação, foi com sua fibra em busca da verdade que aprendemos a agir. Foi com sua determinação na busca de realizar sonhos que aprendemos que os sonhos podem se tornar realidade. E foi com a sua obstinada defesa da cultura nacional que aprendemos que este é o único caminho que um conjunto de empresas como as Organizações Globo pode seguir. E é nesse caminho que seguiremos. Em homenagem à memória de nosso pai. E porque, como ele, acreditamos acima de tudo no futuro de nosso Brasil.?"
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"Coerência na vida pública e no jornalismo", copyright O Globo, 7/08/03
"Roberto Marinho já foi descrito como um liberal por temperamento, um democrata por natureza, um empreendedor por vocação. Mas o que pensava Roberto Marinho de si mesmo? Certamente, nunca que fosse o rei que muitos, para o bem ou para o mal, insistiam em ver nele. Negava metade do poder que lhe atribuíam.
Modéstia? Não exatamente. Costumava lembrar um episódio ocorrido às vésperas da Revolução de 30. Eurycles de Mattos era secretário de redação do GLOBO e, como tal, encarregado de traçar a linha editorial do jornal. Roberto Marinho até ali deixara por conta dele o perfil político do GLOBO. Até que Júlio Prestes e Getúlio Vargas despontaram como candidatos às eleições presidenciais de 1930. Eurycles batia-se pela neutralidade do jornal. Roberto Marinho discordava. A não ser que se defendesse a idéia absurda de que se devia importar um candidato, O GLOBO tinha que escolher um. Tomar posição nos momentos críticos da política era obrigação de um jornal.
?Todo grande jornal é, à sua maneira, influente? disse, numa entrevista de 1979. ?O GLOBO é apenas um grande jornal?.
Um opositor da censura
Foi o seu modo de exercer o poder. Ficou com Getúlio Vargas em 1930, contra os comunistas em 1935, contra os integralistas logo depois, contra Getúlio quando da redemocratização ao fim da guerra. Em 1964, apoiou o movimento militar, em sua opinião o caminho para preservar as ?instituições democráticas ameaçadas pela radicalização ideológica? dos últimos meses do governo Jango. Foi um gesto de fidelidade aos ?tenentes e bacharéis?, ao lado de quem estava desde 1930.
Mas, em todos os momentos do regime que vigoraria nas próximas duas décadas, Roberto Marinho haveria de seguir seu temperamento liberal e sua natureza democrática. Não concordou com a censura e, menos ainda, com as perseguições políticas. Na redação do GLOBO, abrigou inimigos do regime, esquerdistas assumidos, e fez isto não como atitude política mas porque, aos seus olhos, era pela competência que um profissional devia ser julgado. Ministros chamaram sua atenção para o que entendiam como infiltração comunista no jornal. Ficou conhecida a sua resposta:
– Não há nada a temer: eles se infiltram e eu os filtro.
Nenhuma demissão, nenhuma atitude discriminatória foi tomada por qualquer dos braços das Organizações Globo contra profissionais anti-revolucionários. Nem mesmo quando lhe fizeram pressões. Uma delas lhe chegou um dia por parte do ministro da Justiça Juracy Magalhães, que praticamente exigia que algumas cabeças marcadas fossem cortadas na redação. Roberto Marinho desconversou:
– Os comunistas no GLOBO são uns quatro ou cinco, mas me responsabilizo por eles.
E nenhuma cabeça rolou.
Roberto Marinho era, também, um diplomata vocacional. Extremamente delicado, nunca alterando a voz, embora falando sempre com a firmeza dos líderes. Desde Getúlio Vargas, o de 1930, teve contato pessoal com todos os presidentes do Brasil, civis e militares. Almoçou com eles, recebeu-os em casa, visitou-os, trocou cartas (em geral abertas) com quase todos. Governadores, prefeitos, candidatos também estiveram em sua sala no GLOBO, para falar de seus projetos e intenções.
Sem receio de tomar partido
Participar da política brasileira é algo de que Roberto Marinho nunca abriu mão. Desde o episódio com Eurycles de Mattos, em 1930, fez questão de que seu jornal não se omitisse. Mas, de seus apoios a futuros presidentes, só se arrependeria de dois: Jânio Quadros e Fernando Collor. Assim mesmo, no caso de Collor, não chegou a ser um arrependimento: ?Tinha boas idéias, era mesmo o melhor candidato?.
Também em relação a 1964, faria uma revisão de algumas de suas posições. Jamais escondeu sua admiração por Castelo Branco, situava Geisel no mesmo nível de Vargas (?a atuação de ambos foi acima da média?), não ia a tanto em relação a Médici e não guardava boas recordações de Costa e Silva e Figueiredo. Em Costa e Silva vira apenas uma alternativa à ditadura que já se esboçara antes de 1968, e a Figueiredo se opôs quando este não concordou com uma alternância civil-militar na Presidência da República.
Sem jamais negar seu apoio ao movimento de 1964, Roberto Marinho reconheceu que ?em alguns dos governos da Revolução houve indiscutível perda de liberdade?. E pelo menos uma vez registrou suas apreensões: ?Nos regimes fortes, a informação é frágil. E, por mais que se tente manipulá-la, ela de nada vale com um conteúdo falso?.
No crepúsculo do regime militar, apoiou Tancredo Neves em oposição a Paulo Maluf. A partir do comício pelas diretas na Candelária, seu compromisso com a redemocratização fez-se claro. Depois, apoiaria Aureliano, Collor e Fernando Henrique."
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"Novos jornais ampliam a família Infoglobo", copyright O Globo, 8/08/03
"No domingo dia 5 de abril de 1998, o ?Extra? chegava às bancas como um novo jornal da Infoglobo (na época, ainda chamada de Empresa Jornalística Brasileira), com um logotipo grande em letras vermelhas e pretas e um conteúdo bem mais popular do que o do GLOBO, até então o único periódico da empresa.
Um ano depois de seu lançamento, o ?Extra? assumiu a liderança de vendas em banca em todo o Brasil, tornando-se um fenômeno do jornalismo brasileiro. O segredo de seu sucesso? Uma combinação de fatores, cujo elemento principal é a interatividade do veículo com o leitor. Foi o leitor quem escolheu o nome do jornal, é a história do leitor que vira uma grande reportagem, são os problemas dele que vão parar em todas as seções do ?Extra?.
Dois anos depois, no dia 02 de maio de 2000, GLOBO e ?Extra? deixavam de ser os filhos únicos da Infoglobo. O ?Valor?, projeto realizado em conjunto com o Grupo Folha da Manhã, era então criado para contemplar os setores privado e político, e atender à necessidade de fornecer informações do movimento econômico global, cujo impacto estava cada vez mais presente na vida das pessoas.
?Diário de S.Paulo? com foco também na classe média
Em setembro de 2001, mais um periódico passava a fazer parte da Infoglobo. O ?Diário de S.Paulo?, herdeiro direto do ?Diário Popular?, mas trazendo novos suplementos, colunistas e um novo projeto gráfico, foi criado para ampliar o universo de leitores no estado paulista, com um noticiário focado na cobertura local e em serviços para a população.
A idéia era a de buscar novos leitores na classe média – para um veículo antes direcionado a um público mais popular – e aumentar em até 50% a circulação do jornal."
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"Do Canal 4 à Rede Globo, a TV que une o país", copyright O Globo, 8/08/03
"Ela surgiu discretamente, às 11h da manhã do dia 26 de abril de 1965, mas hoje cobre quase 100% do território nacional – mais exatamente 99,84% dos 5.043 municípios do Brasil. Primeiro, os telespectadores ouviram a música ?Moon river?, em um suave arranjo para orquestra, como narra o jornalista Cláudio Mello e Souza no livro ?JN – 15 anos de história?. Em seguida, o público viu as primeiras imagens de Tia Fernanda brincando com crianças no programa ?Uni-duni-tê?. Estava entrando no ar a TV Globo, Canal 4.
A simplicidade do nome – ainda não era uma rede – ocultava o sonho maior de seu fundador, que já tinha na época 60 anos: criar uma televisão que cobrisse o país todo.
O sonho de Roberto Marinho ganhou nome – Rede Globo de Televisão – e transformou-se na maior produtora de programas próprios de TV do mundo. As 4.420 horas anuais equivalem a 2.210 longas-metragens. Mais da metade dos oito mil funcionários da Globo está envolvida diretamente na criação dos programas, como autores, diretores, atores e jornalistas.
– Tenho muito orgulho de ser conhecida de Norte a Sul do país graças a Roberto Marinho, que levou a televisão para todo o Brasil – diz a atriz Suzana Vieira.
Programas da Globo foram vistos em 130 países
Não só para o Brasil, convém acrescentar. Os programas da Globo chegaram a espectadores de 130 países. Em seus quase 40 anos, a emissora ganhou vários prêmios internacionais, entre eles o Emmy, o mais prestigioso do mundo.
– Quando eu era criança, muitos dos artistas mais talentosos do país não conseguiam alugar um apartamento ou fazer uma compra modesta a crédito – observa o dramaturgo Gilberto Braga, autor da próxima novela das oito, ?Celebridade?. – Doutor Roberto trouxe dignidade à classe artística, à frente da equipe que contratou, os melhores atores, diretores, escritores etc que passaram, a partir da consolidação da Rede Globo, a ter condições de trabalho, em todos os níveis.
A história da Globo começa, na verdade, alguns anos antes da transmissão inicial de 1965. Já havia desde o governo de Getúlio Vargas uma promessa de concessão de canal, que foi tornada realidade em 1960 pelo presidente Juscelino Kubitschek.
– Mas, nessa época, doutor Roberto achava que ainda era imprudente tomar a iniciativa concreta de dar início ao seu velho sonho de ter uma TV – diz Mello e Souza, que conta em seu livro a história do ?Jornal Nacional? e as origens da Globo a partir de depoimentos dos pioneiros da emissora.
Em seguida à inauguração do Canal 4 do Rio, surgia em 1966 o Canal 5 de São Paulo, adquirido do grupo Victor Costa (antiga TV Paulista). Depois, vieram as emissoras de Belo Horizonte (comprada do grupo J.B. Amaral, em 1968), Brasília (concessão de 1962, do governo João Goulart, mas só entrando no ar em 1971) e Recife (outra adquirida de Victor Costa, inaugurada em 1972).
À época, ainda não se podia falar em rede. A Globo limitava-se a produzir programas e a enviá-los em fitas de vídeo, por avião, para as afiliadas. A quase totalidade desses programas era feita em São Paulo. Em 1969, porém, um incêndio destruiu os estúdios da antiga TV Paulista e a produção foi transferida para o Rio. Teve início, então, a fase de industrialização da emissora e a criação da rede, a partir do surgimento da Embratel. A geração no Rio de programas para São Paulo mostrou que eram viáveis as transmissões simultâneas. O sonho tomava forma rapidamente.
Tendo como base as cinco capitais, a Rede Globo multiplicou-se e conta hoje com 113 emissoras, entre geradoras e afiliadas, que transmitem, de segunda-feira a domingo, uma programação em que o jornalismo se alterna com o entretenimento e a educação. Os números impressionam: são mais de 30 milhões de televisores ligados na emissora. No chamado horário nobre – das 18h às 22h — o índice de audiência chega a 55%. A participação da Globo no mercado publicitário corresponde a 75% do total de verbas destinadas à mídia televisiva.
Mas comandar uma emissora de TV traz muitas responsabilidades, como lembrou Roberto Marinho em 1980, quando ganhou o prêmio Homem de Vendas. Em seu discurso, ele disse:
– A comunicação de massa através dos media é hoje uma atividade complexa. É uma arte porque manipula emoções. É uma indústria porque depende de um apelo de massa. É também um serviço público, acarretando o dever de informar e o risco de desinformar. É fonte de poder que exige, portanto, senso de responsabilidade. Seu objetivo é entreter sem corromper, comunicar sem desinformar, educar sem deformar.
Jornalismo ocupa mais de três horas da programação
O jornalismo sempre mereceu atenção especial de Roberto Marinho. Os jornalísticos ocupam mais de três horas por dia da programação da emissora, que fica 24 horas diárias no ar. Às 6h20m começa o ?Globo Rural? e, no fim da noite, é a vez do ?Jornal da Globo?. Às 20h15m, vai ao ar o ?Jornal Nacional? que, desde a sua estréia, em 1 de setembro de 1969, é líder de audiência entre os telejornais brasileiros. Ele é visto diariamente por cerca de 26 milhões de espectadores. Somente o jornalismo da Globo mobiliza cerca de 500 profissionais, no Brasil e no exterior.
O pioneirismo sempre foi a marca da emissora: ela foi a primeira no Brasil a transmitir via satélite (em 1968, com o lançamento da Apolo XI), a atuar em rede (em 1969, inicialmente apenas o ?Jornal Nacional?), a mostrar uma Copa do Mundo ao vivo (em 1970), a usar cor (em 1972, na novela ?O bem-amado?), a ter uma programação nacional (a partir de 1975), a produzir programas interativos (em 1991, com o ?Você decide? e quadros do ?Fantástico?) e a transmitir em tempo real através do satélite Intelsat.
– A grande magia da televisão é você poder sonhar e transformar esse sonho em realidade – diz o apresentador Luciano Huck. – O doutor Roberto foi o maior sonhador de todos. Acho que o lado mais bonito desse momento é que os sonhos dele serão realizados na TV, no jornal e nas emissoras de rádio. Tudo o que você for ver na Globo, ler no GLOBO e ouvir nas rádios do Sistema Globo será um pedacinho do que foi o sonho dele.
– Acreditamos no sonho e construímos a realidade – resumiu Roberto Marinho, à época da inauguração do Projac."
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"Maior referência do jornalismo nacional", copyright O Globo, 8/08/03
"O homem que se orgulhava de ser chamado de jornalista recebeu ontem de seus companheiros de imprensa a máxima homenagem: foi apontado como a maior referência do jornalismo brasileiro. Nas palavras dos colegas, Roberto Marinho se transformou no grande nome da imprensa ao construir o maior conglomerado de mídia do país e abrir caminho para a modernização da profissão.
?O jornalista Roberto Marinho foi a figura de maior expressão, de maior sucesso, no mundo da comunicação, no século XX?, afirmou Roberto Civita, da Editora Abril. ?Uma das maiores, se não a maior referência da mídia nacional?, apontou Fernando Segismundo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Para Octavio Frias de Oliveira e seus filhos Luis Frias e Otávio Frias Filho, da ?Folha de S. Paulo?, Roberto Marinho ?era um empreendedor de extraordinária visão, que transformou o panorama das comunicações em nosso país?. Ruy Mesquita, do ?Estado de S. Paulo?, lembrou que o jornalista ?deixa o maior conglomerado de mídia do Brasil?."
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"Associação Nacional de Jornais", copyright O Globo, 8/08/03
"A Associação Nacional de Jornais lamenta profundamente o falecimento do empresário e jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo e ex-presidente da ANJ durante duas gestões (1979/1985).
Como presidente do jornal O GLOBO, um dos fundadores da ANJ, Roberto Marinho contribuiu de maneira decisiva para reunir os jornais brasileiros em torno de uma associação. Na sua gestão foram feitos os primeiros estudos sobre elaboração de jornal e criados grupos técnicos com o objetivo de aprimorar a atividade do jornalismo. Foi também durante a sua gestão que a ANJ promoveu a primeira campanha institucional de leitura de jornal como incentivo ao consumo do meio impresso.
À família enlutada, à direção e aos funcionários das Organizações Globo, em especial do jornal O GLOBO, associado à ANJ, nossa palavra de conforto, sensibilizados com essa perda irreparável para a imprensa brasileira.
Francisco Mesquita Neto, presidente da ANJ
Associação Brasileira de Imprensa
A morte de Roberto Marinho atinge por inteiro o país. Pelo tempo de sua atividade empresarial (78 anos), pelo mérito dos empreendimentos e pelo peso das decisões, era ele considerado, de há muito, uma das maiores, se não a maior referência da mídia nacional. Há de lembrar-se que seus veículos de informação, de ensino e de entretenimento vêm contribuindo, com vantagem, para a formação de nossa sociedade.
Lamentando muitíssimo o desaparecimento de seu sócio número 02, está segura a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) do engrandecimento da obra de Roberto Marinho por seus devotados descendentes, de há muito aparelhados para tanto, responsáveis que são pela mídia impressa e eletrônica da empresa fundada por Irineu Marinho.
Fernando Segismundo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa"
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"?Um homem que faz parte da História do Brasil?", copyright O Globo, 7/08/03
&quoquot;?Roberto Marinho foi um homem que veio ao mundo a serviço?
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
?O PT expressa o sentimento de dor e de tristeza aos familiares e amigos de Roberto Marinho e aos que construíram as Organizações Globo. Roberto Marinho teve um papel fundamental nos meios de comunicação e, graças às suas empresas, a comunicação ganhou padrão de modernização e uma programação vinculada às tradições, à cultura e aos valores do país.?
JOSÉ GENOINO presidente nacional do PT
?Doutor Roberto é um homem que faz parte da História do Brasil. Viveu os momentos mais importantes do país. Teve uma vida longa e frutífera. E agora descansa em paz.?
MÁRCIO THOMAZ BASTOS ministro da Justiça
?Roberto Marinho marca uma época de renovação e consolidação do jornalismo e da grande imprensa brasileira.?
CELSO FURTADO economista e ex-ministro do Planejamento
?O Brasil perdeu um empresário vitorioso, cuja tenacidade, inteligência e capacidade deixaram uma das mais competentes e profundas marcas no jornalismo e na indústria artística e cultural do país.?
JORGE BORNHAUSEN Senador e presidente nacional do PFL
?Do amigo ficará a saudade. Do brasileiro, o exemplo e a história.?
MIRO TEIXEIRA ministro das Comunicações
?Dr. Roberto Marinho foi sempre um exemplo de empreendedor para todos nós. As Organizações Globo são fruto de sua capacidade como jornalista e empresário dinâmico que sempre foi. Sua visão moderna sempre colocou suas empresas na sintonia das demandas da sociedade, ajudando na solução dos problemas sociais. O Brasil perde um grande brasileiro.?
EDUARDO EUGENIO GOUVÊA VIEIRA presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan)
?A Associação Nacional de Jornais lamenta profundamente o falecimento do empresário e jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo e ex-presidente da ANJ durante duas gestões (1979/1985). Roberto Marinho contribuiu de maneira decisiva para reunir os jornais brasileiros em torno de uma associação. Na sua gestão foram feitos os primeiros estudos sobre elaboração de jornal e criados grupos técnicos com o objetivo de aprimorar a atividade do jornalismo.?
FRANCISCO MESQUITA NETO presidente da ANJ
?A construção do jornalismo contemporâneo no Brasil se dá pela inteligência, pela coragem e talento de Roberto Marinho. Desaparece um homem que não se constrói mais.?
CESAR MAIA prefeito do Rio
?Todo o Brasil está de luto, principalmente o Estado do Rio, palco inicial da trajetória do doutor Roberto Marinho, estendida para o Brasil e para o mundo. Ele é o exemplo de empresário moderno?.
ROSINHA MATHEUS governadora do Rio
?Recebi com surpresa e tristeza a notícia da morte de Roberto Marinho. Nos momentos difíceis do Brasil, nunca faltou a ele solidariedade com o país.?
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO ex-presidente da República
?Fico triste com a notícia da morte do Dr. Roberto. Lembro-me do nosso último encontro, no Museu Nacional de Belas Artes, durante a exposição de pintores espanhóis. Estava muito alegre, brincou bastante com meu filho. Acho que o sucesso das suas empresas mostra sua visão empresarial?.
RONALDO jogador de futebol
?O Brasil perde uma de suas mais ilustres figuras, que nas últimas décadas revolucionou as comunicações no nosso país. É com pesar que, como chefe do poder Judiciário, registro essa lacuna que se abre no cenário da vida nacional.?
MAURÍCIO CORRÊA presidente do Supremo Tribunal Federal
?É uma dor muito grande. Foi uma dádiva ter tido a oportunidade de conviver com ele. Ele se foi numa hora em que o país precisava tanto dele pelo exemplo, pela determinação, pela devoção ao país e pela defesa que sempre fez do Rio. Era um homem especialíssimo, como não se encontra dois. Vai deixar um vazio imenso e uma saudade antecipada muito grande?.
Arnaldo Niskier ex-presidente da Academia Brasileira de Letras
?Um homem admirável, o criador de um mercado de trabalho estável e sólido para o artista brasileiro.Para mim, fica a lembrança de um chefe humano e democrático, que soube conviver com a diferença e nunca perseguiu ninguém por divergência de idéias; e o exemplo raro de empresário que atravessou um século sabendo renovar-se a cada nova etapa da economia.?
GLORIA PEREZ dramaturga"