THE WASHINGTON POST
Todos os anos, cerca de 30 editores mais importantes do Washington Post se reúnem na Flórida, por três dias no mês de maio, para discutir o jornal. Fala-se de cada seção individualmente, da cobertura das notícias e da equipe. Os resultados do encontro – aquilo que foi alcançado ao longo do ano e os procedimentos e metas futuros – são então passados aos jornalistas.
O grande tema deste ano foi o jornal de domingo: como melhorá-lo, torná-lo mais importante e mais atraente para os leitores. A intenção é aumentar as vendas da publicação dominical do Post, a terceira maior dos Estados Unidos, que caiu quase 7,5 % desde 1992. Em sua coluna semanal do último dia 27, o ombudsman Michael Getler – que não é um dos convidados da reunião – aproveitou para relembrar a importância da edição e deixou suas dicas de mudanças.
Além de ser uma tradição americana, o jornal de domingo dá mais espaço aos jornalistas e interessa muito aos publishers por atrair mais anunciantes ? e, portanto, lucros. Getler disse acreditar que a queda na circulação, sofrida pela maioria dos grandes jornais metropolitanos dos EUA, é o reflexo de uma mudança de hábito do leitor americano. No entanto, no caso do Post implica também problemas do próprio jornal, disse o ombudsman.
Em primeiro lugar, Getler recomendou que o jornal dê mais ênfase à notícias, e quanto mais exclusivas melhor. Deve-se aproveitar o maior número de páginas para que repórteres que estão perseguindo importantes matérias diárias forneçam contextos e análises mais amplas, que ajudem a localizar o leitor. Na seção semanal "Ponto de Vista", sugere que seja aberto espaço para mais análises das notícias; as matérias investigativas, seções especiais e assuntos que o jornal publica diariamente devem estar presentes de forma ainda mais completa.
A mistura, no entanto, é crucial, diz Getler. O Post precisa manter-se como um jornal, e não uma revista, trazendo, mesmo aos domingos, notícias e revelações. O ombudsman sugeriu ainda que um ou dois editores mantenham-se responsáveis pela edição – hoje em dia esse cargo é rotativo; a cada sete semanas um grupo de sete editores-assistentes, cada um com uma seção, faz o fechamento do domingo.