MONITOR DA IMPRENSA
JORNALISMO & LUCRO
Duas semanas depois de o editor do jornal San Jose Mercury renunciar por causa das metas de lucro estipuladas pela Knight Ridder, a empresa proprietária do jornal, seus colegas resolveram se manifestar. Os trabalhadores dos nove jornais da companhia, que têm sindicato próprio, fizeram da terça-feira, 3 de abril, o "dia da solidariedade", informou Karen Barrot (Philadelphia Weekly, 3/4/01). Eles usaram broches com a frase "Pessoas antes dos lucros" durante o dia, mas o trabalho não parou.
O fato levanta a discussão sobre a melhor estrutura para uma empresa de comunicação manter bom jornalismo e bons lucros, especialmente hoje, com o setor em crise por causa da queda de anunciantes e da alta nos preços de impressão, diz Felicity Barringer (New York Times, 3/4/01).
Editores de diversas companhias, públicas ou privadas, têm sofrido a mesma pressão pela qual passou Jay Harris. Jornalistas de empresas privadas têm considerado, contudo, sua situação favorável, pois acreditam ser melhor para o leitor se a empresa não tiver que prestar contas a Wall Street. Mas há os que pensam que altos lucros são, pelo contrário, a salvação do bom jornalismo.
O fato é que cada empresa tem personalidade própria, e ser pública ou privada não determina um jornalismo medíocre ou bom. A crise é geral, diz Felicity, e tanto editores preocupados com a qualidade como proprietários sedentos por lucro precisam de dinheiro.
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FUSÕES
A Brill Media Holdings confirmou em 2 de abril que comprará a Powerfull Media Inc. Segundo a agência de notícias Reuters (2/4/01), a fusão possibilitará a sobrevivência da revista e do site Inside.com, lançados no ano passado. Executivos das duas empresas afirmaram que haverá demissões tanto na Brill?s Content, da Brill Media, como na Inside.com, da Powerfull Media. A publicação das duas revistas ficará suspensa enquanto a companhia trabalha em uma nova mensal, Inside Content, que será lançada ainda este ano.
A nova entidade pretende dar um empurrão na demanda por conteúdo pago. O acordo atrairá consumidores que já pagam por um jornalismo de alta qualidade, disse o representante da Brill durante a conferência. Uma quantidade limitada de artigos e outros serviços serão gratuitos, e assinantes das revistas terão acesso a parte do conteúdo online.
A dificuldade em encontrar leitores dispostos a pagar por conteúdo, a instabilidade da economia americana e a queda de anúncios puseram em risco a viabilidade de mídias online. A união com a mídia tradicional pode vir a ser a tendência natural para a sobrevivência dos noticiários ponto-com para poder sobreviver.
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